ROMPENDO BARREIRAS
Hoje saí a caminhar, com as mãos nos bolsos olhando ao meu redor as belezas que a natureza nos tem a ofertar. Caminhei a beira mar, senti a maciez da areia, a gélida água a molhar meus pés, que sensação gostosa. Fixei meu olhar no firmamento, senti raios de luz a visitar minhas retinas e num frenesi sensações estranhas se apossaram de mim. Percebi meu corpo trêmulo, os poros da minha derme dando boas-vindas a gotículas, refrigério do meu cadáver. O bailar das ondas a beijar a areia, a brisa faceira a provocar ciúmes em um sol incauto, traído em sua majestade.
No céu, nuvens alvas feito algodão redesenham telas imaginárias em tons acinzentados e o ventre da terra recebe suas gotículas fecundando novas vidas, novas histórias, novos amores. Porém, algumas gotinhas teimosas e intrometidas permanecem rondando o sol desenhando no céu celeste um lindo arco-íris colorido. Observando tal beleza, me imagino atravessando este arco-íris rompendo barreiras do meu inconsciente em busca de respostas, quem sabe o tão almejado pote de ouro. Feito a passagem fico a perceber muita luz e sentindo uma paz imensurável. Me vejo no espelho da minha existência. Minha caminhada, meus tropeços e acertos se revelam diante de minha imagem.
Diante desta experiência, um cabedal de reflexões recai sobre o meu ser. Seria uma alucinação? Uma experiência extrassensorial? Teria visitado o firmamento? Cheguei à conclusão de que a resposta estava dentro de mim: Nós estamos aqui para romper barreiras. Barreira do nosso egoísmo, das nossas futilidades, da nossa insensibilidade para com o diferente, da nossa materialidade exacerbada, da nossa ignorância, da nossa infidelidade para com o Deus que habita em nós. Afinal é rompendo barreiras que podemos realizar as verdadeiras transformações necessárias para que possamos viver em harmonia e paz consigo mesmo. Cabe a cada de nós romper com os grilhões que impedem nossa evolução moral, intelectual e espiritual.
Valmir Vilmar de Sousa (Vevê) 12/01/22