de pai pra filho
dele parte#
Boa noite. Foi assim o final. Como dois estranhos que se cumprimentaram. Um sonoro boa noite foi dito. Uma solenidade mórbida. Depois um silêncio mordaz. Dois distantes. Instantes. Uma mesma noite. Lua cheia. Noite renitente e brilhante. Depois de tantos anos mantinham a formalidade. Qualquer ação era em vão. Encontro das águas. Uma pororoca. O boa noite decretava, num único som, tudo que seria perdido ser. O resto é impossível. Qualquer outra palavra seria vá. Violenta. Seja quem a despontasse. Esquecimentos propositais. Pai e filho. Ser filho. Ser pai. Outro outrossim. Pensou no seu interior. Incrível como o íntimo intimida. O silêncio entre eles era o único conhecido da noite. Ambos sustentavam o mesmo mas. Mas sem nada ambos seguiam. Era mais seguro assim. Qualquer som fora do compasso poderia ser o fim. Tragédia. Parricídio. Parecido. Par. Perdido. Boa noite era soturno. Sabiam da existência do mundo ruído. Foi tudo bem entendido. Boa noite. Disse o pai. Boa noite. Disse o filho. Foi assim o fim. Desde o começo.