Glenn e Rui
Glenn Greenwald, nos Estados Unidos, disse: “A esquerda está mentindo”. Ele demorou para constatar isso, bem como errou o tempo verbal. Seria mais honesto ele dizer: A esquerda mente. Mas para um esquerdista notório, legítimo e internacional, já está bom. O gringo já foi vítima preferencial dos direitistas (fisicamente, inclusive) por ter se tornado, mais que um antagonista, a personificação da esquerda identitária. Mas, agora, igual a Rui Costa, ele vem conquistando o respeito dos conservadores.
Rui Costa Pimenta é um “canhotinha” raiz, não desses que mantêm a crença inocente no que professores/militantes/doutrinadores lhes enfiam na cabeça. Seu vocabulário é viciado com lugares-comuns, teorias muito antigas e expressões que caíram em desuso, tipo: capital, burguesia, luta armada, proletariado e mais-valia. Assim, ele eternamente espera uma utópica revolução proletária que nunca virá, bem como a transformação do mundo num lugar idílico.
Rui é o eterno presidente do PCO (Partido da Causa Operária), aquele partido nanico do slogan: “Quem bate cartão não vota em patrão”. Embora tenha tentado ser presidente da República, estamos imunes à ameaça ultra-esquerdista, porque, mesmo sabendo que não tem a menor chance, sua intenção é apenas divulgar suas inexequíveis teorias. A simples participação do PCO é importante, porque nos divertimos com seu sensacional slogan.
Apesar das suas ideias serem anacrônicas, ele demonstra coerência ao apontar ilegalidades que atualmente só ameaçam a direita. Entretanto, o intelectual esquerdista peca muito ao sair com a resposta ensaiada quando perguntado porque o socialismo/comunismo falhou na União Soviética, Cuba, Coréia do Norte, Venezuela etc. Ele sai com essa: o socialismo ainda não foi implantado. Com essa resposta conclui-se que o Brasil será usado como laboratório; se não der certo, paciência.
Eram previstos dias difíceis, mas não de onde estão vindo. Chame do que quiser: Ditadura da Toga ou Juristocracia, com a confissão, confirmamos que o STF atropela a Constituição porque exerce o, oficialmente inexistente, Poder Moderador numa espécie de, também inexistente, semipresidencialismo.
Glenn e Rui demonstram coerência e princípios ao não defenderem ilegalidades para alcançar aquilo que acreditam. Isso está ficando raro, pelo contrário, é comum vermos pessoas defendendo, ou fazendo “vistas grossas” para crimes. Para essa discordância cega, parece que “os fins justificam os meios”.