A BÍBLIA, RELIGIÃO E FILOSOFIA!
Obs.: Um texto para quem gosta de ver além do que a maioria vê.
Se, hoje, qualquer pessoa me perguntar qual destes dois livros eu recomendo, a "Bíblia" ou "Meditações", de Marco Aurélio, e qual é o melhor livro destes dois, eu, Domingos Ivan Barbosa, digo: "Meditações", do imperador-filósofo Marco Aurélio. Por quê?
A Filosofia exige uma resposta racional, lógica, coerente, sábia e objetiva. Eu dou uma resposta! Qualquer pessoa pode odiar, agredir, ferir, discriminar ou matar qualquer pessoa e encontrar justificativa na Bíblia, pois a Bíblia manda, claramente, fazer tudo isso. Quem defende a Bíblia se vê com a necessidade de interpretar o que a Bíblia diz para enganar os ingênuos. Para cada interpretação há uma igreja. Mas ninguém encontra nenhuma justificativa para fazer nada disso no livro "Meditações", do imperador Marco Aurélio.
"Meditações" é um livro que esse imperador escreveu para si mesmo (para ele mesmo). É um livro que nos mostra a vida como ela é, o ser humano como ele é, e nos ensina a viver com sabedoria. É um livro que nos ensina a praticar somente o bem, a amar todos os seres humanos, independentemente do que eles fazem ou não, pois quem pratica o mal o faz por ignorância, por desconhecer a verdade. Esse livro nos ensina a não ficar irritados. Ele nos ensina a não julgar ninguém. Ensina-nos a não perder tempo nem desperdiçar a nossa vida falando mal de alguém. Ensina-nos a sermos felizes em todos os momentos da vida. É um livro que nos ensina a ser tranquilos, calmos, serenos.
A Bíblia diz até que Deus é ciumento, que Deus fica irado, irritado, que Deus julga. O livro "Meditações", no entanto, ensina o ser humano a não ser ciumento, a não ficar irritado, a não julgar. Um deus que fica irritado é fraco. Por quê? Ora, o Buda foi apenas um ser humano, mas não se irritava. Epicteto não se irritava. Um deus que fica irado não é Deus.
A Bíblia convida o ser humano a crer no que se encontra nela, independentemente de compreender ou não o que ela diz. O livro "Meditações", porém, ensina o ser humano a compreender a própria vida; ensina a ser simples, a não esperar recompensa pelo bem que se faz, a não buscar fama, a não buscar aplauso ou elogio, a não se vangloriar. O livro "Meditações", de Marco Aurélio, é uma obra para quem deseja viver melhorando todos os dias.
Quem compreende a vida não precisa da Bíblia. Quem crê não vê nem compreende. Quem compreende não precisa crer, porque vê. Quem vê a luz não precisa crer na luz. Ninguém pergunta se você crê na luz, nem faz sentido essa pergunta.
Os muçulmanos creem no Alcorão. Os cristãos creem na Bíblia. Os muçulmanos e cristãos creem em algo que eles não conhecem e não vivem. Eles creem no que pessoas que eles nunca viram disseram. Muitas pessoas nas quais eles acreditam nem existiram. Estudem, pesquisem. Saiam da escravidão. O cristianismo é a religião dos opressores, dos escravocratas. Os cristãos de hoje falam sobre os primeiros cristãos, mas coitados: os cristãos de hoje nem sabem sobre os vários grupos de cristãos que havia, com crenças diferentes; nem sabem como a Bíblia foi inventada, quais os interesses.
Quem compreende não precisa crer, pois vê. Toda crença é cega, pois toda crença evita o uso da razão. Toda crença aceita dogmas, e todo dogma impede a investigação, a busca, a descoberta por si mesmo.
Obs.: A palavra "creem" não tem mais acento circunflexo, assim como "veem", "leem", "deem", segundo a última Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa. Eu não errei na escrita.
O catolicismo é uma religião politeísta. Vou mostrar! Os gregos e romanos antigos tinham vários deuses, eram politeístas. Cada deus tinha uma ou mais funções. Havia o deus do vinho, da fertilidade, do trovão, da chuva, da sabedoria, do amor, da beleza. O catolicismo substituiu esses deuses pelos chamados santos. No catolicismo, existe deus (santo) para tudo, até para as causas impossíveis. No catolicismo, existe até o deus (que chamam de santo, para enganar os que não refletem) que supostamente manda chuva. No catolicismo, esse deus (que chamam de santo) é quem abre e fecha as portas do céu.
Eu sou profundamente grato ao meu Criador. Isso não é crença, é vivência. Eu sei por experiência própria que tenho um Criador e Protetor. A vida já me deu provas suficientes para saber, para ver. A vida continua me dando provas de um Ser Divino, e essas provas que a vida me dá me ajudam a me aprofundar no Mistério, no Indizível, Inefável, na Providência, no Sem-Nome, na própria Vida. Ninguém precisa acreditar no que eu digo. Eu peço que você veja por si mesmo. Ninguém precisa concordar comigo. Eu não busco seguidores.
Sou profundamente grato à Filosofia. O Buda Sidarta Gautama pediu: "Não acreditem em ninguém, nem em mim mesmo. Investiguem tudo, até o que eu digo. Só aceitem o que serve para a vida de vocês. Se não servir, descartem". É esse o convite dos verdadeiros filósofos! É esse o convite da Filosofia!
Muito obrigado a Lao-Tsé, Chuang Tzu, Buda, Sócrates, Epicuro, Jesus, Epicteto, Marco Aurélio (o imperador-filósofo), Sêneca, John Stuart Mill, Krishnamurti, Osho, Thich Nhat Hanh! Muito obrigado ao Budismo, ao Taoismo, ao estoicismo! Muito obrigado ao I Ching, ao Tao Te Ching, ao Livro de Mirdad! Eu não sigo nenhum desses. Eu examino tudo, não tenho dogma. Filósofo não tem dogma. A palavra filósofo significa amante ou amigo da sabedoria, e quem ama ou é amigo da sabedoria não tem dogma. Quem tem dogma não ama a sabedoria.
Eu não rezo nem oro para ninguém. Alguém poderia me dizer: "Esses homens que tu citas são teus deuses". Eu digo: não. Eles nunca foram e nunca serão deuses. Esses homens que eu cito são meus professores. Eu não rezo nem oro para eles. Eles me ajudaram e me ajudam a pensar, refletir e decidir por mim mesmo se o que eles dizem é bom ou não para mim e para a vida. Eu não adoto tudo que eles dizem. A única função deles na minha vida é me ajudar a pensar por mim mesmo, a arrancar as tolices que a sociedade me deu, a ser eu mesmo, a ser verdadeiramente feliz. Que eu seja sábio! Eles não abrem nem fecham as portas do céu para ninguém, não mandam chuva, não curam ninguém, não salvam ninguém, não fazem milagres.
Muito obrigado, ó meu Criador! Muito obrigado por me dar a vida e por me dar o amor à vida, ao conhecimento, à verdade e à sabedoria!
Pastos Bons/MA, 3 (três) de dezembro de 2021.
Texto produzido e escrito por Domingos Ivan Barbosa.