O homem
Hoje, os meus olhos pararam diante desta frase do filósofo Sartre:" De início, o homem é um projeto que se vive a si mesmo
subjetivamente ao invés de musgo, podridão ou couve-flor" Além disso, percebi o movimento da minha mente circulando por entre as diversas imagens na minha memória procurando imagens, sons, sabores que pudesse me indicar as vivências que tive com as palavras homem, musgo, podridão e couve-flor.
Na minha memória não há um referencial claro e preciso para o termo homem, pois ele indica o gênero humano, ou seja, todas as pessoas humanas. E quando eu falo de Pedro, de Paulo, da Maria ou até mesmo da Josefa estou me referindo a pessoas particulares, individuais que compõem o conjunto de pessoas indico pelo termo homem - gênero humano. Apenas tenho uma construção mental e simbólica do que possa ser o ser humano.
A minha memória trouxe várias referências da ideia de musgos, de podridão e de couve-flor. Após as primeiras chuvas nas árvores, próximas à minha casa, começam a formar uma leve camada de musgos verdinhos. É uma cor sem brilho, mas com presença definível. Ao tocar as pontas dos meus dedos nele, senti a sua maciez e fragilidade. O cheiro do tronco da árvore confunde-se com o dele, o de umidade.
E a ideia de podridão veio relacionada à maçã, à laranja e à própria couve-flor. Ela tem um cheiro não convencional, mas senti que ela é transformação. A podridão é o movimento do ser da maçã, da laranja e da couve-flor para o seu não ser. E quando lançadas (maçãs, laranjas, couve-flor podres) na terra, ela possibilita a aeração da própria terra. Ela e a terra fundem-se mantém o movimento da vida.
A ideia de couve-flor fez surgir em minha memória várias experiência alimentares e ideias intelectivas. O branco, a textura e o sabor é impressionante. Em sua simplicidade, quando misturado a manteiga, ao azeite e ao cogumelo torna-se uma experiência gustativa interessante. E, quando observado em seu conjunto é possível observar que as suas partes traz uma certa simetria com o todo. Isso remete a ideia de que o todo e as partes são indissociáveis.
As imagens que duram na minha memória trouxeram essas imagens. Quais referenciais há na sua memória sobre essas palavras, essas ideias? Elas são constitutivas da nossa subjetividade, do nosso modo de ser no mundo.