braguilha

Só parte#final

A braguilha é epifania final de um romance. Todo-mundo-é-um-pouco-Catarina-pouco-Domenico. Dirá Francisco. Num cabaré barato, caminho em direção ao banheiro. Alguém oferece uma lanterna. Sinto-me um convidado. Logo entendi. As luzes estavam apagadas. Miro o foco de luz no que habita a frente. O gesto é antigo: iluminar a escuridão. Ao tentar abrir a braguilha percebo que sempre esteve aberta. Começo a chorar até cansar. Desapareço. Nu. Mão no bolso. Portas aberta para que quiser entrar. Na braguilha para quem quiser sair. Os demônios sobrevivem. Os amores resistem. A história mais antiga do mundo.

Severo Garcia
Enviado por Severo Garcia em 20/11/2021
Reeditado em 20/11/2021
Código do texto: T7389788
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