O RESGATE DA LÍNGUA MÃE

ENSAIO: O RESGATE DA LÍNGUA MÃE

Baseado no TCC da minha pós-graduação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira: A Importância de Manter Viva a Língua Mãe.

Dedicado a Deus, minha avó, Lourdes Palmeira, tia Socorro e alguns amigos que sempre acreditaram em mim.

Resumo

Este Ensaio tem por objetivo ressaltar a importância do resgate da língua mãe, não deixando se perder a essência do que é a Língua Portuguesa e as características que a tornam tão bela e, ao mesmo tempo, tão complexa para uns e tão fascinante para outros.

A importância de manter viva a língua, apesar da modernização e vulgarização de algumas linguagens.

O bem falar, que é diferente do falar bem, implica restringir alguns termos e expressões a poucos: apenas aqueles que desejam se alimentar da língua como beleza que é, sem criar preconceitos quanto àqueles que desejam pulverizar os termos considerados antigos, arcaicos e optarem por um linguajar mais simples e prático. A linguagem empírica.

Entretanto, convém ressaltar que gírias e expressões chulas não se enquadram no cotidiano de pessoas simples e de vocabulário menos rico, mas sim no dia a dia de uma parte dessa nova geração que tem desenvolvido “um novo falar”.

Este é o ponto de partida deste Ensaio a ser registrado para aqueles que partilham da mesma ideia e conceito sobre a Língua Portuguesa.

Sumário

Introdução .........................................................................................09

As influências sofridas pela extensão territorial e pela falta de bom conteúdo nas escolas .......................................................................................10

Do “Decoreba” ao ensino prático ......................................................12

A cultura da idiotização .....................................................................13

As abreviações: um vício da internet ................................................15

Voltando à Língua Portuguesa ..........................................................16

É possível sobreviver? ......................................................................18

Quais alternativas existem para manter viva a língua? ....................19

Países de Língua Portuguesa ..........................................................20

Conclusão ........................................................................................21

Referências.......................................................................................22

-> Introdução

O que tem acontecido com nossa língua?

Quais transformações ela tem sofrido e quais impactos isso provocará nas gerações futuras?

Estas são algumas das perguntas a serem feitas diante de tudo que se tem visto nas redes sociais, artigos e publicações espalhados nos quatro cantos do Brasil.

A falta de concordância nas frases, confusões quanto ao emprego de substantivo feminino ou plural; verbos no presente ou no passado e outras situações cada vez mais definham a língua.

Mas, afinal, por que no Brasil se deturpa tanto a língua, enquanto Portugal mantém, predominantemente, o uso de uma língua portuguesa mais tradicional e mais preservadora de sua essência?

É o que tentar-se-á responder nas próximas páginas deste trabalho acadêmico.

-> As influências sofridas pela extensão territorial e pela falta de bom conteúdo nas escolas

Em um país de território tão imenso e tão dividido como o Brasil seria impossível manter um mesmo estilo de fala.

Além disso, as influências culturais e de povos, em cada região, trazem uma língua miscigenada, diversos sotaques e palavras para um mesmo significado. Exemplo: mandioca, que também é conhecida como aipim e macaxeira, dependendo da região onde se está.

Neste ponto existe um charme a ser levado em conta, pois, de acordo com cada região, tem-se uma palavra ou expressão particular que não prejudica o uso da língua, mas sim dá a característica daquele território ao idioma nacional.

Cada vez mais se formam professores e/ou educadores em todo o Brasil. Entretanto, o processo não acompanha a demanda por um ensino de qualidade. A formação acadêmica se tornou um status desejado por muitos, mas valorizado por poucos. Muitos querem o sonhado canudo, mas poucos querem se capacitar para fazer jus a ele.

É muito comum ver-se professores com escrita grosseira, trocando sílabas, confundindo-se no uso de tempos verbais, usando indevidamente o “mais” no lugar de “mas”, o “aonde” no lugar de “onde” e assim por diante.

E a situação evoluiu a um ponto tão grave que se tornou mais fácil criar uma definição para resolver isso. É o famoso: “O importante é ser entendido” ou “O importante é se comunicar! ”

Assim sendo, um professor, um advogado ou mesmo um doutor defendendo uma tese pode cometer erros grosseiros e estes serem perdoados, uma vez que se fez entender em suas teses ou argumentações.

Um exemplo, bastante comum e prático, é a expressão “a grande maioria”. Ela é usada em reportagens, por exemplo no título: “Grande maioria da população brasileira acredita que a inflação está aumentando”.

Ora, se já é a maioria da população, então seria uma redundância dizer que se trata da grande maioria da população. Afinal, maioria já impõe a maior parte dos pesquisados.

Outro erro comum, praticado por políticos e artistas, por exemplo, em entrevistas, é o uso da expressão “tenho certeza absoluta! ”

Certeza é um termo inteiro. Logo, não precisa ser complementado por nenhum outro. Ter certeza de algo, significa, em si, não ter nenhuma dúvida quanto àquele assunto.

Ainda falando de políticos, existe uma frase histórica do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, sobre seu poste eleitoral, o ex-prefeito Celso Pitta. Numa entrevista, Maluf declara que: “Pode existir alguém tão honesto quanto Pitta. Mais honesto que ele, não”.

Bom, ser honesto, assim como ter certeza, é um termo completo. Não existe bandido meio honesto, assim como não existe político meio corrupto.

Portanto se o candidato apoiado por ele era honesto, não poderia, realmente, existir alguém mais honesto que ele. Isto porque todos que eram honestos estariam em igual patamar do candidato que ele apoiava.

“Subir para cima” e “descer para baixo” ainda existem e fazem parte do corriqueiro nacional. Mas o que mais se encontra presente na escrita dos jovens, hoje, é o escrever como se fala.

Redações, mensagens de texto em aplicativos e redes sociais têm mostrado como os jovens estão suprimindo o r nos verbos utilizados no infinitivo impessoal.

Por exemplo: “Eu queria fala sobre o desemprego no Brasil”.

O correto seria: “Eu queria falar sobre o desemprego no Brasil”.

Outros conseguem colocar um acento circunflexo nos verbos com terminação em er, devido ao emprego durante a fala. Assim, numa frase como: “Preciso vender meu carro”, podemos, perfeitamente, encontrar a variação: “Preciso vendê meu carro” ou, sem o circunflexo, “Preciso vende meu carro”.

Em uma semana, apenas, é possível ouvir diversos formadores de opinião afirmarem que: “Há um tempo atrás...”

A música À Sua Maneira, do grupo Capital Inicial, é um exemplo clássico disso: “... Há um tempo atrás pensei em te dizer...”

O verbo haver, na terceira pessoa do singular, empregado antes de tempo já diz se tratar de uma época passada, dispensando, assim, usar atrás.

E aí se encontra, mais uma vez, o que é tido como O IMPORTANTE É SE FAZER ENTENDER OU CONSEGUIR SE COMUNICAR.

É doloroso aos olhos – aí tem-se uma figura de linguagem – ler anúncios em redes sociais, placas de ruas e até jornais interioranos exibindo erros tão grosseiros.

Não se trata de certo ou errado. Trata-se do mínimo para uma leitura e uma escrita dignas de qualquer cidadão do país.

Tais erros não podem ser criados e mantidos ao longo da vida, se não houver conivência de pais, educadores, supervisores e diretores, durante a formação social e educacional da criança e do adolescente.

E isso vai para as universidades e, também, para a prática no trabalho logo a seguir.

-> Do “Decoreba” ao ensino prático

Quem estudou na época do “Decoreba” passou por situações bastante tediosas decorando verbos, conjunções, advérbios, locuções adjetivas, coletivos, etc. e pode ser que realmente tudo isso era muito desgastante.

Mas essa obrigação imposta pelos antigos professores trazia a importância de manter o que pode ser compreendido como bem falar a língua portuguesa.

Com o fim do “Decoreba” e o surgimento de uma nova proposta de aprendizagem, veio também o descompromisso com os termos, os tempos verbais e outras colocações importantes para textos e redações.

E a argumentação de que essa nova proposta traria o entendimento necessário ao aluno se torna num resultado pouco satisfatório. Isto porque, na prática, os erros se tornaram cada vez mais comuns.

Talvez a melhor forma de resolver isso seria juntar o decorar ao ensino moderno. Afinal, saber as terminações dos verbos regulares, como e quando empregar os verbos irregulares e defectivos é de grande valia para qualquer postulante a cargos elevados, como juízes, políticos, apresentadores de telejornais, comentaristas, professores universitários, entre outros. Isto sem falar no uso de conjunções, advérbios...

Mas além da omissão de pais, educadores, diretores e demais responsáveis pela formação dos jovens, o que mais contribui para o agravamento da situação?

Onde está o grande vilão que atenta contra a Língua Portuguesa? O que realmente se tornou importante para a maioria dos jovens e por quê?

Este é o tema a ser discutido a seguir.

-> A cultura da idiotização

Deixando a prolixidade de lado, não há dúvidas de que a propagação de músicas que fazem apologia às drogas, exaltam a sedução e a prostituição contribuem, em muito, para a idiotização do povo, em especial, aqueles que crescem ouvindo tais sons.

O Funk Ostentação, por exemplo, é um dos principais desencadeadores desse processo.

O adolescente cresce vendo clipes e ouvindo letras que incitam o desejo por carros de luxo, cordões de ouro, celulares de última geração e uma vida fora dos parâmetros de sua realidade.

Alimentando o desejo de ser como aquele “funkeiro”, ter o que ele tem, os jovens são influenciados a usar expressões, vestir, andar e se comportar como as músicas e os comportamentos ditados por esses supostos “formadores de opinião”.

As consequências primeiras são a perda do interesse pelos estudos, a falta de compromisso com o futuro e um vocabulário cada vez mais chulo em concordância com as gírias e expressões expostas nas letras.

É possível, inclusive, dizer que existe uma nova língua dentro da língua portuguesa.

Um exemplo disso é a expressão “bucha”, utilizada para indicar que uma pessoa é inconveniente; ou ainda pense numa pessoa que está preocupada ou irritada com alguém ou alguma situação. Nesse linguajar ela está “bolada”.

Não há como negar que a “criatividade de criar uma língua dentro de outra língua” é, no mínimo, curiosa.

Mas as consequências atuais e futuras é que tornam a situação delicada e cheias de incertezas quanto ao futuro da língua.

Outro ponto a ser considerado é o descompromisso com as salas de aula. Festas, os famosos “rolês”, raves e a necessidade de exibir fotos de tais momentos nas redes sociais viram febre entre os jovens. Não se vê uma foto em companhia de um livro, mas se vê muitas fotos ao lado de um copo de cerveja ou drinque.

Esse conjunto vai implantando a ideia de que mais importante que estudar e projetar um futuro, é estar no meio da galera, viver o presente sem se importar com o amanhã.

Mas há, ainda, aqueles que são considerados bons alunos: os que tiram boas notas. Estes são aqueles que mantêm padrões de conhecimento, mas procuram apenas cumprir as obrigações estudantis e estar em paz com a consciência e com os pais.

Logo, pouco ou nada sobra de alunos realmente focados num futuro.

Todo esse conjunto é agravado pela pandemia. Com aulas virtuais o descompromisso aumentou e o fluxo escolar diminuiu.

Um novo projeto de escola deve vir, em breve, para reestruturar e recuperar dois anos quase perdidos da educação nacional.

-> As abreviações: um vício da internet

A vida corrida, a necessidade de fazer mais em menos tempo geram, entre outras práticas, o desejo de pular etapas na escrita de uma mensagem, quer no trabalho, quer na marcação de uma consulta.

Abreviar um sim em “s” ou mesmo um não em “n” são o mínimo do que podemos encontrar.

O você – que já foi Vossa Mercê, Vossemecê, Vossuncê – evoluiu e chegou até o você. Porém, na internet, já existem aqueles que abreviam o que já pode ser considerado uma abreviação. O você foi convertido em vc.

Para uma conversa informal, perfeitamente aceitável. Mas para uma conversa com clientes, chefes, um professor, etc., isso fica muito aquém do esperado.

No artigo A importância de saber se comunicar: isso fará toda diferença, de Guilherme Machado, o autor aborda a questão das abreviações:

“(...) Falando nisso, hoje temos uma grande barreira na comunicação. Em tempos da linguagem reduzida provocada pela internet temos o mau costume de transferir esta forma de comunicação para outros aspectos da nossa vida.

Nos comunicamos não só por meio da fala, mas também pela escrita. Evite usar aquelas famosas abreviações da internet em sua comunicação: vc (você), pq (porque), qqr (qualquer) e assim por diante. Procure entender a nossa gramática. Na dúvida tenha um dicionário sempre por perto. Tais atitudes trazem mais credibilidade para sua comunicação (...)”

O autor ainda frisa a necessidade da busca pelo constante aprimoramento da arte de comunicar-se e, portanto, do conhecimento e entendimento da língua.

Em outro artigo, este do jornalista Almir Rizzatto, é feita uma observação importante sobre o futuro profissional de quem pretende entrar ou retornar ao mercado de trabalho:

“(...) Tão importante como a formação acadêmica e experiência, falar e escrever bem são requisitos básicos na hora da contratação. Mesmo assim, embora seja um fator básico, por não saber se expressar muitos não conseguem desenvolver todo o seu potencial (...)”

Ao ser arguido numa entrevista, qualquer pretenso contratado deverá passar por situações em que seu vocabulário será explorado.

Assim sendo, aqueles que estiverem à frente, neste quesito, se sobressairão aos demais.

-> Voltando à Língua Portuguesa

“(...) A defesa do património cultural é um direito e um dever dos cidadãos portugueses, como decorre do artigo 78.º, n. º 1, da Constituição da República Portuguesa (CRP), onde se lê: 'Todos têm direito à fruição e criação cultural, bem como o dever de preservar, defender e valorizar o património cultural', utilizando o direito de ação popular, se necessário (art. º 52.º, n. º 3, CRP). Ao nível dos 'Princípios Fundamentais' da Constituição, o art. º 9.º, alínea e), prescreve que são tarefas fundamentais do Estado: 'Proteger e valorizar o património cultural do povo português (…)'. A alínea f), acrescenta: 'Assegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da língua portuguesa (...)'”

Este trecho extraído do artigo A Língua Portuguesa pelo Mundo é a síntese da importância de manter viva a língua mãe. Não só como patrimônio cultural e como direito, mas também como forma de manter viva sua história, sua beleza e seu fascínio.

No Brasil essa ação é pouco difusa. São muitas as dificuldades para isso. Uma delas é manter vivo o Hino Nacional.

Quantos brasileiros sabem, realmente, cantar o hino e, indo mais além, decifrar algumas expressões tidas como complicadas e fora do conhecimento da maioria da população?

Raios fúlgidos, lábaro, flâmula e do que a terra mais garrida são termos contidos no hino e que, de forma geral, são desconhecidos de boa parte dos nativos do país.

A reportagem, de 02 de setembro de 2010, do Jornal O Tempo, diz em seu título: “Mais da metade dos brasileiros não sabem cantar o hino nacional, revela pesquisa”

Confundir-se, trocar alguns termos por outros ou ainda suprimir parte de trechos do hino é algo perfeitamente comum.

58,4% dos entrevistados mencionam o desconforto sentido ao cantar o hino.

De jogadores de futebol a cantores, conhecer a letra do hino nacional é tabu.

Tanto mais difícil conhecer o significado de algumas expressões como aquelas citadas pouco acima.

Isto se dá por diversos fatores, tais como: palavras rebuscadas, complexidade dos termos, falta de prática, mas sobretudo, pela falta de políticas de propagação do hino nas escolas.

Quem vai cantar um hino, cujas palavras não entende o significado?

E esta é uma das essências da língua: conhecer o hino que leva a história de uma nação.

Paralelo a isso, o desinteresse em manter vivas expressões antigas, que habitam, ainda, os dicionários, torna a situação mais grave.

Livros como Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Grande Sertão – Veredas e outros vão se confundindo com a poeira das antigas bibliotecas.

Aliás, as próprias bibliotecas passam despercebidas aos olhos da geração digital.

-> É possível sobreviver?

“A nova língua portuguesa” traz desafios àqueles que desejam manter viva a tradição e a beleza do vernáculo.

Um grande exemplo que tem mantido vivas palavras e expressões belas da nossa língua é o professor e historiador Marco Antônio Villa.

Termos como caterva, malta, beócio são trazidos, constantemente, às lives e entrevistas do professor.

Com quase 700 mil seguidores, Villa se destaca por introduzir em seus comentários sobre a política, palavras que aguçam a curiosidade e a pesquisa daqueles seguidores que desconhecem tais expressões.

Professor Pasquale Cipro Neto é outra referência desse trabalho.

Com um projeto que expandiu para rádio e TV, Pasquale é conhecido do grande público por apresentar uma explicação simples, sanando dúvidas e falando numa linguagem que todos podem compreender.

Foi, inclusive, um dos participantes do debate no senado do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Além desses nomes, podemos encontrar grandes gramáticos como Evanildo Bechara, Domingos Paschoal Cegalla, Adriana Figueiredo, entre outros, que direcionam seus esforços para colaborar nos ensinamentos da gramática e da língua portuguesa.

Há que se falar, também, de grandes escritores contemporâneos, como Leandro Karnal, Raduan Nassar, etc. que contribuem nos diversos âmbitos da literatura nacional.

-> Quais alternativas existem para manter viva a língua?

O tempo não para, como já dizia a música de Cazuza. Por isso não há como impedir que a língua evolua, se modernize.

É bom, no entanto, saber diferenciar evolução de reinvenção. Logo, a língua evoluir é diferente de ser reinventada.

Evoluir significa modernizar-se sem perder o caminho percorrido até o presente.

Nesta lógica, entidades ligadas à língua, escolas, professores, antropólogos e profissionais ligados à Cultura, têm por missão mantê-la viva e, ao mesmo tempo, preservada.

Isto deve começar desde o início da alfabetização, através de cantigas, leitura de contos e histórias antigas e deve passar por todos os ciclos do Ensino Fundamental e Médio.

Pais e professores precisam estar envolvidos juntos. A rede pública deve ser melhor preparada para tais ações.

Cursos de capacitação devem ser introduzidos no currículo dos professores e diretores de tais escolas para que possam produzir bons conteúdos e atividades nesse sentido.

O Museu da Língua Portuguesa – alvo de um incêndio recentemente – tem grande relevância neste quesito.

Nele se encontra um acervo riquíssimo da língua, aberto a todas as classes, públicos e grupos sociais.

A portuguesa língua neolatina, mistura de latim e árabe e do galego é rica em sua mistura e deve ser perpetuada por alguns resgatadores e mantenedores da mesma.

-> Países de Língua Portuguesa

África, Europa, Ásia e América Latina detêm a posse dos países que se apropriam dessa língua.

Estudos já mostram que a África será, em pouco tempo, o maior território de Língua Portuguesa do mundo.

É o que diz esta reportagem da Agência Brasil, de 05 de outubro de 2019:

“Com cerca de 210 milhões de habitantes e a maior população entre os países-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Brasil é hoje, de longe, a nação com o maior número de falantes do idioma. Mais de oito em cada 10 pessoas que falam português no mundo atualmente são brasileiros.

‘No entanto, a partir de 2050, essa realidade começará a mudar e o crescimento demográfico de Angola e Moçambique, somado a uma redução da população no Brasil, puxará o pêndulo da língua portuguesa para o continente africano’. A afirmação é do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, para quem, até o final deste século, a maioria dos falantes do português estará na África (...)”

A reportagem mostra que a Língua Portuguesa, originária na Europa, vai se tornar uma língua africana até 2050.

Enquanto o país que detém a maior parte dos falantes, Brasil, vai perder seu posto latino americano, devido à diminuição da população.

A Língua Portuguesa, falada na África, é mais próxima da forma falada em Portugal, país de origem.

Eis uma esperança de manter viva a essência da língua e a preservação de sua matriz.

-> Conclusão

“(...) A linguagem entendida como a capacidade que o homem tem para externar pensamentos e sentimentos através da língua, constitui-se, por excelência, como um instrumento de comunicação do fazer discursivo. É fonte de interação entre povos e culturas, desloca-se no tempo e no espaço, veicula a história e o conhecimento, revela a identidade do falante e a cultura das sociedades historicamente constituídas (...)”

A afirmação acima é do artigo LÉXICO: FONTE DE RESGATE HISTÓRICO de Ivonete STEFANES.

Manter viva a língua é fundamental para a preservação da cultura e história de um povo.

Não diferente disso, a Língua Portuguesa precisa desse amparo.

Sem se confundir com a destruição, a evolução é bem vinda e necessária.

Entretanto, há que se saber os limites entre uma e outra situação, pois vulgarizar a língua, deturpando sua essência e beleza não se trata de evolução, mas sim de sua destruição.

Respeitar as classes, os desejos, as diferenças culturais e sociais são peça importante para a formação e condução de qualquer território.

O que não pode ser deixado de lado é o respeito àquilo que fora formulado e construído ao longo de séculos, para formar a razão de ser do povo brasileiro: a língua que expressa os desígnios da população: a tradicional Língua Portuguesa.

A solução passa por uma reestruturação da rede educacional, pela comunicação e exposição da língua em salas de aula e cursos.

Passa, também, por um projeto de interação com jovens e crianças mostrando, na prática, a importância de se comunicar corretamente, sabendo separar informalidade e formalidade e despertando, se possível, a paixão e o respeito pela Língua Portuguesa.

-> Referências

https://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/grande-maioria-da-populacao-brasileira-acredita-que-inflacao-esta-aumentando.html

http://www.filologia.org.br/ileel/artigos/artigo_428.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pasquale_Cipro_Neto

https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2019-10/africa-tera-maioria-dos-falantes-do-portugues-ate-o-fim-do-seculo

https://e-cultura.blogs.sapo.pt/a-lingua-portuguesa-no-mundo-471859

http://www.rztcomunicacao.com.br/a-importancia-de-se-comunicar-bem/

https://guilhermemachado.com/a-importancia-de-saber-se-comunicar-isso-fara-toda-diferenca/

https://www.otempo.com.br/brasil/mais-da-metade-dos-brasileiros-nao-sabem-cantar-o-hino-nacional-revela-pesquisa-1.469837

https://www.sabedoriaecia.com.br/comportamento/conheca-as-girias-e-as-expressoes-mais-comuns-entre-a-galera-do-funk/

HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/CHANNEL/UCVQNUY4-FTLMWMKX-KRFB6A

HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/CHANNEL/UCW9GZAGLSOJ7CGB7ISS7IOQ

BECHARA, Evanildo: Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

BACICH, Lílian; MORAN, José: Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

Música: À sua maneira

Compositores: Gustavo Adrian Cerati / Hector Juan Pedro Bosio

Letra de À sua maneira © Peermusic Publishing

Douglas Renato
Enviado por Douglas Renato em 15/11/2021
Código do texto: T7386147
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.