POEMA, POESIA, POETA E MUSA INSPIRADORA. Alusão ao Dia Nacional da Poesia, 31 de Outubro

Com intenção de ensaio e simplificadamente, eu encontro as seguintes diferenças entre poema, poesia, poética e musa Inspiradora.

POEMA

Poema é uma estrutura — o texto escrito na forma de verso, é o texto poético; tem forma física: visível ou perceptível na leitura, audível na declamação ou quando é musicado, inteligível na memória; é onde ficam os versos montados em um conjunto de estrofes; quando é pequeno, chama-se poemeto. Responde à pergunta "de que forma, tipo e tamanho é o meu texto em verso?".

POESIA

Poesia é uma arte — a maneira bonita, invisível ou abstrata, metafórica ou metafísica, transcendente, isso tudo na magia de pensar e de fazer o poema; pode ser de homenagem e de crítica, bem como retratar sentimento, mas tem de ser agradável ou impressionante; é uma espécie de deusa, que tem como anjo a "musa inspiradora", a qual ela envia ao poeta em qualquer momento (por invocação dele ou por iniciativa dela); para mim, não há dúvida de que seja transcendente ou misteriosa, interligada com o mundo sonhador e realista; curioso é que tanto "ela" se apresenta em verso (no poema) como em prosa (redação), caso em que se chama "prosa poética e, de uma forma ou de outra, exerce algum fascínio sobre a pessoa humana (se for desumana, eu não falo nada). Responde à pergunta "para que eu faço verso?".

POÉTICA

Poética é uma técnica — reúne os componentes mentais da poesia (ficção, imagens, realidade) com os elementos estruturais do poema (verso, estrofe, sílaba métrica-poética, rima, ritmo, harmonia, sonoridade); estuda as normas de versificação. Responde à pergunta "como eu faço o meu verso?".

POETA

Quanto ao Poeta, não preciso dizer que ele responde à pergunta "quem faz o verso": é o ator, o artista, o criador; recebe influência da musa inspiradora para versejar; quando faz a poesia de repente ou de improviso, chamam-no poeta repentista (possivelmente, muito orgulhoso do seu dom natural); quando faz trova, é trovador, que antigamente era bardo, ambos muito geniais também; os demais recebem nome genérico: poeta, vate, versejador, e de modo mais geral, escritor; o da literatura de cordel é chamado cordelista (curiosamente algum repentista não gosta de quando ele decora um poema e declama, insinuando que é feito de improviso).

MUSA INSPIRADORA

Sobre a Musa Inspiradora, que eu costumo denominar de "concreta e abstrata", pode ser um objeto ou um sentimento; é uma "assistente" da Poesia que atua sobre o poeta; é uma influência recebida por ele, antes de fazer verso; é a motivação visível (ou perceptível), como também pode ser totalmente obscura (sem ele saber de onde vem). Responde à pergunta "por que eu escrevo poesia?" e já tem sido causa de ciúme porque se confundiu com a mulher amada.

Ressalvo que nenhuma explanação acima é completa; alguma chega a ser impressão minha ou que seja eu mesmo; logo, existe regra e exceção, de obras e de poetas, que podem corrigi-las ou as modificar.

A propósito, andei escrevendo muita estrofe na tentativa de esboçar uma noção de poema, poesia, poeta e musa inspiradora — esse "conjunto artístico" protegido ou animado transcendentalmente, ou, como eu gosto de fazer, em outra dimensão (social, crítica, política, bem-humorada...). São exemplos:

O poeta e a musa inspiradora.

Porque eu escrevo.

Parto literário e valor do livro.

Parto intelectual, parto da criação poética.

Valdir Loureiro

Para ver a data aludida, clicar abaixo:

https://www.calendarr.com/brasil/dia-nacional-da-poesia/.