Bastidores do Brasil
É óbvio que a primeira impressão que dá é que o desenho é apenas mais uma cópia de South Park. Mas a criação do policial Ricardo Cruz tem um resultado, ao contrário da primeira impressão, bem original.
O canal de desenhos animados se chama Bastidores do Brasil. Feitos num celular, os desenhos não são muito animados na movimentação, mas sim no roteiro, que, além de divertido, é criativo, informativo e parece reproduzir exatamente o que é conversado nos bastidores de Brasília.
Os episódios traduzem tão bem o que mais está “bombando” na política brasileira, que a impressão que fica é que o jornal é dispensável para se inteirar, pelo menos naquele assunto abordado. Além disso, o acesso à internet, o crescente interesse por política, o descrédito na velha imprensa, a coragem dessa molecada para contestar e a facilidade para criar conteúdo origina não vão deixar os políticos agirem nas sombras. Nunca mais.
A estratégia de Antonio Gramsci deu muito certo, o pensamento esquerdista invadiu as escolas, a academia, as redações, a arte, a cultura etc. Enquanto isso, o que sempre foi considerado “de direita” ficou estigmatizado, de modo que era ruim dizer-se como “de direita”. O discurso socialista se tornou tão natural que ficou comum a pessoa adotar esse discurso sem ser socialista.
Hoje, várias pessoas, incólumes à doutrinação e dotadas de coragem, se dizem “de direita” (conservador e liberal) sem medo de ser canceladas; dependendo da área de atuação, são perseguidas e ficam sem trabalho.
Ė justamente com coragem que surge uma turma criativa produzindo na área editorial, cultural e jornalística, sem as amarras ideológicas e o medo da perseguição que tolhem a criatividade. Diferente do indivíduo que age impulsionado pela doutrinação ou com a preocupação de agradar um grupinho, sinalizar virtude ou “pagar pedágio ideológico”.
Essa produção editorial, associada à nova direita, atende a uma demanda reprimida. Essa demanda é justamente o brasileiro que era “calado” pela vergonha de assumir a carga do que era ser considerado “de direita” e aquele que sofreu a doutrinação. Detalhe: o brasileiro é majoritariamente conservador.