obscura permanência
Poderíamos ser qualquer um. Resolvemos ser todos num. Na controversa metamorfose, de duas uma: alguém deveria sumir. Sumir, eufemismo de morrer. Morrer não é ruim. É ser refeito numa linha reta. Como ultrapassar a si mesmo? Nada errado, tudo certo. Vice-versa. Na substituição de um pelo outro não há manual de instrução. Apesar de, instante-há. Transmuto. Translitero. Transpareço. Nós também temos um no outro. Nesta noite mergulho num pensamento-sonho na intensa alegria de duração. Alguém há de morrer. Só vive quem sabe viver. Quem não sabe, está a procura de um lugar para morrer. Dele e dela quem fica ou quem vai?