A importância e a necessidade da memória em nossas vidas

Você em algum momento da sua vida parou para pensar, analisar a importância da memória em nossas vidas?

Da necessidade da memória em nossas vidas?

Em vários aspectos ela se faz presente e necessária, como vou a seguir discorrer.

Antes ainda, vamos procurar juntos entender o que é essa memória? Como ela funciona? Como ela atua nas nossas vidas?

Fazendo uma pesquisa somente para fundamentar e dar o início ao meu processo de estudar, conhecer e entender em nós o processo de memória eu encontrei uns aspectos que vou compartilhar!

Sem exatamente a pretensão de ser um tratado neuro psicológico, vamos juntos conhecer e procurar entender a memória!

Meu artigo, meu ensaio não é um trabalho ou exercício de pesquisa científica, daí o não aprofundamento na parte biológica da memória!

Ao fim, o cerne da questão será mesmo a importância da memória na nossa vida.

A pesquisa visa somente ilustrar e ser o aspecto de partida para minha crônica.

O que conhecemos como memória é a capacidade humana de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memórias biológicas), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial) dos computadores, por exemplo.

Também é o armazenamento de informações e fatos obtidos através das experiências ouvidas ou vividas.

Focaliza coisas específicas e requer uma grande quantidade de energia mental e infelizmente, deteriora-se com o passar do tempo, com a idade. É um processo que conecta pedaços da memória e conhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões e atitudes diárias.

Há vários tipos de memória, ou aspectos da memória e sua funcionalidade como as chamadas memórias de longo prazo e memória de curto prazo.

Os neurocientistas (psiquiatras, psicólogos e neurologistas) distinguem memória declarativa de memória não-declarativa. A memória declarativa, a grosso modo, armazena o saber que algo se deu, e a memória não-declarativa o como isto se deu.

A memória declarativa, ou de curto prazo como o nome sugere, é aquela que pode ser declarada (fatos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente adquirida, mas também mais rapidamente esquecida. Para abranger os outros animais (que não falam e logo não declaram, mas obviamente lembram), essa memória também é chamada explícita. Memórias explicitas chegam ao nível consciente. Esse sistema de memória está associado com estruturas no lobo temporal medial.

Psicólogos distinguem dois tipos de memória declarativa, a memória episódica e a memória semântica. São instâncias da memória episódica as lembranças de acontecimentos específicos. São instâncias da memória semântica as lembranças de aspectos gerais.

Já a memória não-declarativa, também chamada de implícita ou procedural, inclui procedimentos motores (como andar de bicicleta, desenhar com precisão ou quando nos distraímos e vamos no "piloto automático" quando dirigimos). Essa memória depende dos gânglios basais (incluindo o corpo estriado) e não atinge o nível de consciência. Ela em geral requer mais tempo para ser adquirida, mas é bastante duradoura. São aquelas ações ou hábitos que adquirimos e nem precisamos pensar para que funcionem, que aconteçam. É uma memória inconsciente! Uma memória biológica, molecular, muscular, etc.

Memória, segundo diversos estudiosos, é a base do conhecimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.

Acredito que o acima exposto dá uma noção do que é a memória técnica e biologicamente falando!

Importante o aspecto de que ela pode e deve ser trabalhada, estimulada e com isso aperfeiçoada, já que é uma capacidade nossa, humana! Então é possível sim treinar nossa memória de acordo com a necessidade e o uso que queremos dar a ela.

Especialistas citam para isso em primeiro lugar uma alimentação adequada, equilibrada! Pois a saúde do nosso organismo influencia a memória!

A saúde emocional também influi na memória, já que há casos de perda de memória ocasionadas por traumas emocionais.

Dentro do aspecto de treinamento e aperfeiçoamento da memória temos em primeiríssimo lugar a leitura, haja vista que a memória é a ferramenta do nosso sistema de aprendizado, do nosso processo cognitivo.

Leitura, jogos (xadrez, jogos da memória, etc.) para uma parte lúdica, mas eficiente de treinar a memória, as diversas vertentes e modalidades de “palavras cruzadas” podem contribuir e muito!

E também a prática e exercícios específicos da nossa memória nas nossas necessidades de acordo com nossa atividade.

Então é extremamente importante vincular a qualidade da nossa memória à nossa saúde como um todo. À nossa qualidade de vida.

Ao passo que nossa idade avança esse aspecto fica mais claro. Pois a memória vai naturalmente se perdendo ou deteriorando.

Isso em condições normais.

Piora então exponencialmente se pessoa adquire ou manifesta alterações ou doenças que afetam a parte cognitiva (e por conseguinte, memória), como a demência.

Demência é uma ocorrência caracterizada pela perda das funções cognitivas, que pode incluir alterações de memória, desorientação em relação a tempo e espaço, alterações no raciocínio, na concentração, no aprendizado e nas habilidades visuais e espaciais.

Entre as demências mais conhecidas estão o Alzheimer, o Parkinson e a Esclerose Múltipla.

Infelizmente há muito desconhecimento sobre a ocorrência de demência em membros da família, sem falar o preconceito, confundindo com “loucura” dos casos clássicos de esquizofrenia que já é outro tipo de doença.

Sei que é um caso complexo identificar demência numa pessoa! Quando se trata de familiar próximo requer muita sabedoria e até de uma dose de coragem para levar a pessoa para se consultar com um especialista.

Até a pessoa acometida se nega a ir!

Difícil! Complexo!

Tanto que só procuram mesmo o auxílio de um médico especialista nos casos extremos.

Difícil procurar ajuda no começo da doença!

Segundo especialistas, existem fatores que podem aumentar o risco dessas doenças, como fatores genéticos, nutricionais e doenças como hipertensão arterial, diabetes e anemia, que levam à falta de nutrientes adequados para o cérebro.

Como foi dito já (e para reforçar) a nossa capacidade de memória (e cognitiva) já vai deteriorando com o avançar da idade. Daí a necessidade de um trabalho profilático para evitar esses males terríveis!

Sim, são terríveis!

Eu sou testemunha viva disso!

Meu pai foi acometido de demência!

Teve Mal de Alzheimer e Parkinson. Tudo junto e misturado.

Que acabou por fim decretando uma falência gradual de todos os seus sistemas, não só o mental, pois por exemplo ele perdia a capacidade de deglutir alimentos. A tal da memória biológica... por falha no seu cérebro.

Meu pai era uma pessoa altamente extrovertida, divertida, animada, de bom humor! Deliciosa de se conviver!

Quem está lendo esse texto e me conhece pessoalmente, eu sou muito parecido com ele.

E em determinado momento, cerca de seis meses antes da sua efetiva morte, ele não reconhecia mais ninguém!

Nem eu, nem minha mãe! Ninguém mesmo!

Ele se olhava no espelho e não se reconhecia.

Perguntava quem era aquele “homem” ali!

Ou seja, ele não era mais ele!

Percebem a importância da memória? Entre várias outras atuações da memória?

Ela é nossa identidade, o que somos!

O que manifestamos.

Meu pai não era mais aquele que ele foi! Não era mais ele!

Não tinha consciência da sua existência mais!

Quando eu comecei a escrever esse texto sobre memória, eu não tinha em mente escrever sobre ele. Não foi originalmente o que me motivou.

Mas durante o desenvolvimento do texto, por falar da questão de saúde influenciando a nossa memória, quis dar esse depoimento, para tocar, incentivar as pessoas a cuidarem de sua saúde em geral, de sua qualidade de vida, e por conseguinte da sua (da nossa) memória!

Do quanto é triste perder a memória!

E ao contrário, como ela é importante para nós!

Diria imprescindível até!

Pois usamos as memórias nossas por toda nossa existência, não só quando estamos acordados e despertos, haja vista que há um tipo de memória que cuida do funcionamento das nossas funções biológicas.

E quando estamos acordados, o quanto ela nos socorre.

Quanto ela nos ajuda.

Quanto ela contribui na nossa formação e evolução!

Temos todo tipo de aprendizado em nossa vida levado a cabo por causa da memória. De todo tipo de memória que temos!

Na primeira parte da nossa vida, na nossa primeira infância o que aprendemos? Andar, falar, agir, como nos comportar... como nos relacionarmos.

Aí vamos para a escola. Fácil perceber, nem preciso me deter muito mais na questão aprendizado. Pois aprendemos o tempo todo, durante nossa vida.

Para as futuras funções, atividades, trabalhos... tudo se faz necessário uma memória ativa, efetiva e eficaz.

Dando início ao processo de encerramento da minha exposição, como um piloto de avião que adota procedimentos para pouso, vou aqui me preparando para concluir minha reflexão!

E vamos combinar uma coisa? Quando esquecemos algo, não ficamos com uma baita raiva? Quando perdemos algo (por esquecer onde colocamos) e vamos procurar e não achamos não é de endoidecer?

Eu particularmente fico doidinho quando esqueço por exemplo de nome de música ou cantor ou banda, nome de filme e atores... corro me socorrer no pai “google”.

Todos nós já sofremos com algum esquecimento.

No serviço, na vida, uma tarefa, um compromisso, etc.

E pior de tudo, o “esqueci” não é uma justificativa lá muito saudável, não é?

Para algumas pessoas alguns esquecimentos são imperdoáveis, como por exemplo data de aniversário! Ou data de aniversário de namoro, noivado, casamento, etc.

Muitas pessoas julgam alguns esquecimentos como falta de consideração!

Às vezes, até é, eu reconheço!

Mas nem sempre!

O estresse, noites mal dormidas, ansiedade podem influenciar muito na nossa memória!

Há ainda o caso de pessoas acometidas pela chamada TDAH.

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).

Pela agitação da pessoa, ansiedade, querer fazer mil coisas ao mesmo tempo, pensar mil coisas ao mesmo tempo... ela acaba esquecendo coisas, pessoas, etc.

Chamamos essa pessoa de avoada até!

Como se ela não se importasse...

Sim, há casos de pessoas que não se importam, não retribuem a atenção, amizade, carinho, etc. por não quererem mesmo. Por não ser prioridade para elas.

Mas nem todas as pessoas.

Como disse, estresse e ansiedade atentam contra nossa memória!

Nossa memória na verdade é muito interessante de analisar!

Diria até algo maluco!

Do nada lembramos de uma pessoa, de uma situação, de uma música, de uma frase, de um perfume, uma comida...

E muitas vezes não lembramos coisas aparentemente simples até com muito esforço!

Não lembramos o que comemos no início da semana, mas lembramos coisas de 30 anos atrás.

Ou seja, nós podemos até treinar, trabalhar melhor nossa memória, mas definitivamente não podemos dominá-la cem por cento!

Ela é meio que indomável!

Relações sofridas, dores emocionais, términos de relações...tanta coisa que desejamos esquecer e não conseguimos!

Isso influi até no perdão. Não perdoamos muitas vezes por não conseguirmos esquecer aquela situação de sofrimento, de mágoa.

Ao contrário, a memória nos ajuda a ter gratidão!

Me aprece que até de uma forma inconsciente, temos um mecanismo de memória seletiva. Coisas importantes temos a tendência de nos lembrar mais facilmente! E situações com menos importância se perdem na memória, não é?

Mas o ruim mesmo é esquecermos coisas, momentos, fatos importantes.

Há pessoas que tem memória visual, nunca esquecem um rosto!

Há pessoas com memória para números, para nomes, fórmulas...

E há pessoas que bloqueiam suas memórias!

Como se não quisessem mais lembrar de algo. Até como uma auto hipnose, em algum momento até esquecem. Como a gente popularmente diz: a gente “deleta” aquilo de nossa mente!

Fato é que a memória nos ajuda nos momentos de alegria, de festa, de júbilo!

Abrilhantam relações e conversas.

Não tem aquela pessoa na festa que lembra de um monte de piadas? Ou histórias?

Que seriam dos mestres, professores, filósofos sem a memória?

Há pessoas que amam tanto suas memórias que vivem no passado emocionalmente!

Se recusam a viver o dia a dia. A aceitar o dia de hoje!

Isso pode ser o início de um estado depressivo ou até o início de uma depressão!

Pois como dizem, ansiedade é a pessoa que quer viver demais no futuro.

E depressão é a pessoa que vive demais no passado!

O equilíbrio é viver plenamente no dia de hoje!

Fazer com que as memórias e os ensinamentos do passado sejam só lembranças e ensinamentos! Não mais uma realidade atual. Pois tudo muda com velocidade cada vez mais alta.

Uma das formas de ajudar a pessoa a ter mais foco no presente, diminuir o foco no futuro (ansiedade) o no passado (tristezas, depressão, nostalgia excessiva) é a meditação!

A meditação independente da ligação com algumas religiões ou qualquer conexão com espiritualidade em geral, é uma prática já consagrada pela literatura científica como aquela que pode ajudar a restaurar (acalmar) o sistema respiratório (levando mais oxigênio ao cérebro) e outros benefícios físicos, como também benefícios emocionais como calma, tranquilidade, e exercita o foco e atenção no que precisamos realizar!

Nostalgia pode ser um exercício saboroso da nossa memória!

Lembrar de forma gostosa de pessoas, situações, músicas, filmes, etc... desde que não vivamos somente no passado!

Enfim, para mim, já provei a importância vital da memória em nossas vidas!

Ela nos faz ser quem somos!

E somos a somatória de todas nossas experiências e aprendizados!

Somos aquilo que nossa memória captou e recepcionou!

Somos aquilo que lembramos!

E sabemos coisas porque lembramos!

Cada dia que passa temos mais memórias passadas que experiências do nosso dia a dia!

E somos o resultado de todas as nossas memórias! Boas ou más!

Que possamos então (esse é meu desejo a ti, caro leitor ou leitora que chegou até aqui) cuidar com amor e carinho de nossa memória.

Cuidar do aspecto físico biológico!

Cuidar de nossa saúde para prolongarmos nossa memória!

Que possamos usar nossa memória para o nosso bem!

Que possamos pedir ajuda para nós ou para algum parente próximo em caso de alterações severas da memória.

Que possamos cuidar do aspecto emocional nosso para preservar nossa memória.

E que possamos colecionar as melhores memórias!

E não é gostoso relembrar?

Compartilhar essas lembranças?

Do que você gosta de lembrar?

Como anda sua memória?

Qual sua memória mais antiga?

Eu tenho três anos de diferença para minha irmã. Eu sou mais velho. E me lembro de ir ao hospital quando ela nasceu. Lembro da minha convivência com minha mãe e meu pai antes dela nascer. Ou seja, minha memória (estou com 56 anos) vai até mais ou menos quando eu tinha dois anos de idade.

Boas memórias!

Que me faz ser muito grato!

E você? É grato por suas memórias?

Escolhe as memórias? Pode ser um exercício bem eficaz, escolher nossas memórias!

Enfim, que a gente aproveite nossas memórias de melhor forma!

Enquanto as temos.

Depois, não há nada mais a fazer praticamente!

Pois sem memória, não somos mais nós!

Perdemos nossa identidade.

Então sim, memória é algo importantíssimo para nós!

Concorda?

Por Mauricio Franchi (Veeresh Prem Das)