Domenico se recusa morrer

#parte

Outro bilhete. Outra nota. Um escrito sobre a mesa. Dito: “mata”. Quiséssemos que fosse nada. Mas era mata. Ela mandou outra mensagem. Agora ainda mais enigmática. Mata, quem? Porque, mata? Mata verdejante? Mata virgem? Ela deve querer se comunicar comigo. Difícil saber. Mata, de duas, uma: some e exclui ou deixa crescer. Qualquer que seja o desfecho sempre haverá uma interpretação. A dúvida é assumir um caminho. Tomar um direção. O enfim é um enigma. Permanente. Perpétuo. Enfim, qualquer que seja: o mato ou a mata. Um artigo masculino ou feminino. Ainda que tudo nesta última frase seja masculina. Prefiro a mata. A feminina. O mato é morte. A mata é vida. Esses bilhetes ainda vão matar. Ando num mato e não mato. Ando no mato e nem sei onde pisar. Sou capaz de morrer em alguma armadilha que preparei para viver. Quantas armadilhas criei para viver? Mata não é enigma. É charada. Só pode. Ela espera que eu morra? Recuso-me a morrer. Prefiro a morte do que morrer.