Lave as mãos? Leve para anãos? Pegou doença do médico que não lavou e livrou as mãos do bolso

Um médico húngaro tentou implementar um sistema de lavagem das mãos em hospitais de Viena para reduzir as taxas de mortalidade nas maternidades. Antes do triunfo da teoria dos germes a ideia de que as más condições ​​dos hospitais desempenhavam um papel importante na disseminação de infecções e doenças não passava pela cabeça de muitos médicos, sendo um mundo em que as pessoas não sabiam da existência de germes ou bactérias. Acreditava-se que as doenças se espalhavam por meio das nuvens de um vapor venenoso, no qual partículas de matéria em decomposição chamadas 'miasmas' eram jogadas no ar.

Cortar cadáveres envolvia riscos físicos, muitos deles fatais, pois qualquer ferida ou fissura na pele causada pela faca de dissecção, por menor que fosse, era um perigo sempre presente, mesmo para pessoas mais experientes – como aconteceu com o tio de Charles Darwin (que tinha o mesmo nome do sobrinho), morto em 1778 após sofrer uma lesão ao dissecar uma criança. Enquanto o colega estava morrendo, observou que seus sintomas eram muito semelhantes aos das mulheres com febre puerperal. Será que os médicos que trabalham na sala de autópsia levavam "partículas cadavéricas" para as salas de parto?

Como luvas ou outras formas de equipamento de proteção não eram usadas na sala de necropsia, não era incomum ver estudantes de medicina com pedaços de carne, tripas ou cérebros presos às roupas após o término das aulas. Percebeu-se a grande diferença entre a sala dos médicos e a das parteiras era que os médicos realizavam autópsias, e as parteiras, não. Antes de entender bem a questão dos germes, era difícil encontrar um remédio para a sujeira em hospitais.

O primeiro médico a demonstrar as propriedades anestésicas do clorofórmio em humanos, argumentou que, se a contaminação não pudesse ser controlada, os hospitais deveriam ser periodicamente destruídos e reconstruídos. Um cirurgião disse que uma vez que um hospital se torna incuravelmente afetado pela piemia, é impossível desinfetá-lo por quaisquer meios higiênicos conhecidos, como também é impossível desinfetar um queijo velho dos vermes que foram gerados nele. A única solução era a mesma: a demolição do hospital.

Depois de concluir-se que a febre puerperal foi causada pelo "material infeccioso" de um cadáver, se instalou uma bacia cheia de solução de cal e cloro no hospital e começou a salvar a vida das mulheres com três palavras simples: "lave as mãos". Aqueles que passaram da sala de autópsia para as salas de parto tiveram que usar a solução antisséptica antes de atender pacientes vivos. As taxas de mortalidade na sala de estudantes de medicina despencaram, o índice era de 18,3% dos pacientes e um mês depois do início da lavagem das mãos ser instituída, em maio do mesmo ano, as taxas caíram para pouco mais de 2% e os resultados foram muito convincentes, no entanto, não convenceu os colegas dos méritos de sua teoria de que os incidentes de febre puerperal estavam relacionados à contaminação causada pelo contato com cadáveres. Aqueles dispostos a testar seus métodos frequentemente o faziam de maneira inadequada, produzindo resultados desanimadores. Estudantes de medicina estavam matando mulheres, e isso era muito difícil de aceitar. Depois de várias resenhas negativas de um livro que se publicou sobre o assunto, houveram críticas chegando a se rotular médicos que não lavavam as mãos de "assassinos".

Mas nem a crítica contra essa teoria nem a raiva contra a falta de boa vontade dos colegas em adotar seus métodos de lavar as mãos diminuíram: "Quando revejo o passado, só posso dissipar a tristeza que me invade imaginando o futuro feliz em que a infecção será banida... A convicção de que esse momento deve chegar inevitavelmente mais cedo ou mais tarde alegrará o momento de minha morte". Ignaz Semmelweis

Pegou doença do médico que não lavou e livrou as mãos do bolso!

LucianaFranKlin
Enviado por LucianaFranKlin em 08/09/2021
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