O Mistério de Joice
Joice Hasselmann não pode ficar longe dos holofotes. Na verdade, ela não consegue ficar sem chamar a atenção. Melhor dizendo: as atenções, mesmo que ela saia queimada. Foi isso o que aconteceu: Joice foi de encontro à lâmpada, vendo só a luz. Conclusão: como um inseto, perdeu as asas e rastejou.
Todas as histórias da deputada federal surgem como uma bomba, mas arrefecem e não chegam ao meio, muito menos chegam ao fim. Isso acontece porque não têm sustentação. Foi assim com a “denúncia” de que uma revista iria receber propina para publicar matéria negativa para Jair Bolsonaro, então candidato à Presidência da República. A cantilena morreu, ficando no terreno pantanoso da denúncia vazia.
Nesse roteiro com início, mas sem meio e fim, a ex-“Bolsonaro de saia” disse ter recebido, “inteiramente grátis”, um gato morto e, como um “trabalho”, uma cabeça de porco com peruca loira.
Além disso tudo, nos seus vídeos falou que tinha uma denúncia que iria abalar Brasília. Mais, no melhor estilo “chame-os do que você é, acuse-os do que você faz”, ensejou uma CPI, dizendo haver um gabinete do ódio. Conclusão: gravações revelaram que ela tinha um gabinete do ódio todo seu. A CPI “morreu”.
Incomodada quando não é notada, Joice Hasselmann ressurgiu toda machucada. Mesmo com, algumas aparentes e outras alegadas, escoriações, ela diz não se lembrar de nada. Maquiavelicamente, direcionou as investigações e a opinião pública ao sobrenome Bolsonaro. Sei...
Suas atitudes são próprias de um escritor ou roteirista de filme: já tem o culpado, falta construir uma narrativa. Como ela não possui essa técnica e seus objetivos são espúrios, se enrolou e caiu em contradições.
Para quem começava a achar a narrativa inverossímil, começou a deixar de ver a deputada como vítima. O papel de vítima já não lhe cabia bem, quando contratou Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Esse advogado, autorizado a visitar o STF trajando bermuda, deixou Joice numa situação complicada porque Kakay é notório por defender políticos encalacrados com a justiça.
A deputada federal teve uma subida rápida no jornalismo, partindo para a política prometendo levar para Brasília o estilo combativo a serviço de uma suposta direita. Chegando lá, não demorou para trair a tal direita e se perder, sendo uma nova parlamentar fazendo a velha política. Para piorar, ela fechou todas as portas por onde passou no jornalismo. Traiu o governo e ficou mal vista. Isso a transformou numa pária eleitoral, já que é desprezada pela esquerda e direita.
Pois a Polícia Civil chegou à conclusão que ela caiu sozinha “da própria altura”. Nesse tipo de caso, o princípio da investigação deve ser o perfil psicológico da vítima e isso não é nada bom para Joice Hasselmann.