IMORTAIS PASSAGEIROS
Não sei quem habita em mim
Mais há um silencio profundo
Por isso escrevo ouvindo essas vozes
Que já habitaram outras carnes outros mundos
Ouço gritos desesperados como que por detrás de grades
Outras vezes sinto um respiro profundo
Querem que eu diga que eles ainda residem aqui
Que não se foram por completo
Que falam pelas paredes e pelo concreto
Que estão tangíveis como impressões digitais...
E que tudo é imaginário
Que não vemos o que é tangível
Que não percebemos o invisível
Porque aceitamos o que nos disseram...
Não podemos segurar o vento
Mas, o sentimos passar por nós
Não é o tempo que vive intermitente
Mais nós é que vivemos num tempo inexistente
Que é como o mar que na beira da praia chora
Na verdade o tempo é uma lágrima
Onde todos nos afogaremos um dia
Quando nos é chegada a hora...
Da alma voar nas asas da cotovia...