IMORTAIS PASSAGEIROS

Não sei quem habita em mim

Mais há um silencio profundo

Por isso escrevo ouvindo essas vozes

Que já habitaram outras carnes outros mundos

Ouço gritos desesperados como que por detrás de grades

Outras vezes sinto um respiro profundo

Querem que eu diga que eles ainda residem aqui

Que não se foram por completo

Que falam pelas paredes e pelo concreto

Que estão tangíveis como impressões digitais...

E que tudo é imaginário

Que não vemos o que é tangível

Que não percebemos o invisível

Porque aceitamos o que nos disseram...

Não podemos segurar o vento

Mas, o sentimos passar por nós

Não é o tempo que vive intermitente

Mais nós é que vivemos num tempo inexistente

Que é como o mar que na beira da praia chora

Na verdade o tempo é uma lágrima

Onde todos nos afogaremos um dia

Quando nos é chegada a hora...

Da alma voar nas asas da cotovia...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 03/08/2021
Código do texto: T7312802
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