Segredos de uma mãe.
Minha filha,
Quando nascestes não tive dúvidas da tua força!
Estavas no nascedouro, tão frágil a lutar pela vida mesmo antes do ar poder entrar em teus pulmões – estes que nem bem fortes ainda se encontravam.
Mas fostes forte ao perseverar para nascer e na batalha dos primeiros dias do teu crescer.
No teu nascimento a luta não era minha, não era da medicina, ela era apenas tua. E Deus me ensinava a ter resiliência, ensinava-me a esperar pela tua vida em um dia de cada vez.
Só a tua vontade, mesmo inconsciente, e o teu instinto de sobrevivência te dariam as forças suficientes para viver.
A cada dia, dos 45 dias, crescias e te fortalecias amparada de anjos da saúde terrena, na certeza de que espíritos de luz os guiavam em bondade e oração.
Então, minha filha, a vida frágil se mostra tão bela quando resgata a humanidade simples e singela; aflorada de um amor por aquele e aquela que nem bem criança, homem ou mulher teve ou terá a chance de um dia Ser.
O sopro da vida mostra-se no primeiro segundo da batida do coração, tão acelerado que o discernimento de uma mãe não acompanha a razão.
Foi assim, minha filha, que a tua luz se fez na minha. Tão breve soube de ti tão logo já estavas aqui, na tua, na minha e na nossa vida. Tua caminhada que já se fez história.
Naqueles dias, nos meus braços não tão rápido pudesses estar. Então, foi preciso esperar, esperar e esperar.
Soube que era Deus me ensinando a te amar, a te esperar e a desejar a vida que só Ele podia te dar.
Era Ele mostrando que a tua vida não teria eu o poder de controlar, apenas a missão de receber, amar e cuidar.