A PAIXÃO DA ADORAÇÃO
A melhor forma de adoração é a sinceridade do coração que, na sua visceralidade e paixão, não vê limites de tempo e espaço para demonstrar o amor e a gratidão ao seu Criador. Somos uma chama viva de esperança ardendo incessantente quando o espírito da verdade habita em nós! Tamanha paixão, mesmo no silêncio de nossas preces, tem a força para ser ouvida até onde nossos ouvidos não escutam e os nossos olhos no veem.
Certamente, louvar a Deus num templo de pedras, num templo talhado pelas mãos humanas, é importante e indispensável, mas quão fascinante é a aventura de amar a divindade em qualquer momento, lugar e circunstância! Não somos nós também um templo onde a fé, o amor e a reverência transbordam em cada célula de nosso corpo quando estamos abertos a uma significativa limpeza interior dos pós de nossas egocêntricas presunções? Pois o nosso corpo não é o habitáculo onde o espírito santo de Deus faz a sua morada? É nesse espaço que a voz de nosso redentor deve ressoar de forma intensa e admirável; e não há nada que possa nos separar dessa graça tão sublime e maravilhosa!
O corpo fala de mil maneiras, e uma delas são as nossas reações quando o numinoso toca as cordas de nosso coração. Os sons de uma música, os perfumes da natureza e as palavras de alento e honestidade saídas de bocas misericordiosas, podem ser excelentes manifestações onde o numinoso faz sua estadia na temporalidade da vida. É claro que nunca poderemos confundir essas particularidades com aquele que encarna o todo de nossa integridade, o Deus de nossa salvação.
O corpo, evidentemente fala de várias maneiras, seja através de nossos êxtases internos e reações fisiológicas quando o estupendo mexe com o nosso psiquismo, seja através da ânsia de nosso coração pela paz de uma união viva com a totalidade, com o divino que já de antemão está impresso em nosso ser como uma força viva e atuante até no âmago de nossa alma.
A nostalgia de um Deus acolhedor e amoroso é a causa de nossa corajosa busca por união, integridade, verdade e amor ilimitado, onde somos chamados a emanar de nossa própria vida para o mundo em que vivemos como as cores refletidas de um prisma, sendo a cor branca que adentra em nós, o espírito da graça; e os feixes de luzes e cores refletidos, as nossas melhores obras na terra propagando tons de alegria, justiça, amor e paz.