A VIDA PARA ALÉM DOS SENTIDOS
O tempo...
Eu não sei o que é o tempo.
Uma ilusão cronológica. A vida que gira em torno do sol. O intervalo que existe entre nascer e morrer. O interlúdio da música. O universo, a vida, a morte, o infinito...
A morte é o lado avesso da vida! É a parte da existência que nossos sentidos humanos não podem alcançar…
A vida e a morte são dois caminhos que se cruzam, mas não as conhecemos por inteiro, não as sentimos por completo. Há uma sabedoria sublime na incompreensão das coisas...
Eu não sei se a vida faz parte da morte ou se a morte faz parte da vida... mas acreditar que a vida faz parte da morte, e não o contrário, é colocá-la em uma posição superior à finitude do corpo. A vida é tudo o que existe. E tudo de fato, existe. Até mesmo o que temos impressão de não existir, existe. O nada é alguma coisa para além do vazio e para além das palavras. As palavras existem porque as coisas existem, e não o contrário. A vida independe das formas e dos conceitos que damos às coisas. Os seres humanos que criaram as palavras, não criaram a vida. Tudo o que existe, existe independente da nossa vontade ou da forma como incorporamos o mundo à nossa volta à realidade tangível das coisas. Nós criamos as palavras porque somos limitados a compreender o mundo sem conceituarmos tudo o que nos cerca. Se dermos aos pássaros qualquer outro nome, eles continuarão existindo. E se não dermos nome algum, ainda assim, existirão. Não sabemos o que existe do lado avesso da vida porque não conseguimos incorporar ao nosso mundo, aquilo que nossos sentidos humanos não podem alcançar. A vida não se limita às coisas que podemos ver, ouvir ou tocar. Tudo aquilo o que não limitamos às palavras também existe.
Houve um tempo em que eu me questionava como os cegos imaginam o mundo...
Hoje eu sei! E sei também que há beleza o suficiente em não enxergar.