A luta (2)

Ele olhava ao redor e só via nas pessoas a figura de monstros,

caminhava cabisbaixo, de vez em quando as lágrimas caiam,

não tinha mais noção se um dia teve momentos felizes,

era um garoto que já ia entrar na adolescência, se abominava,

retorcia de lembrar que um dia tinha nascido,

repugnava tudo de si, os sofrimentos sempre o atormentava,

seu nome? Recusava dizer, recusava pensar um ser humano ser,

o garoto maltratado, no seu nascimento foi jogado fora,

foi atirado no lixo, só de lembrar, ele por estes caminhos chora!

Se ele via nos adultos só monstros, então ele também deveria ser,

no embalo da vida em violência, nada ninguém poderia o conter,

na luta do seu viver, ele teve caídas porque não tinha como vencer,

maltrapilho no corpo, maltrapilho na alma, à vezes nem um pão,

nada que lhe pudesse pelo menos matar a grande fome,

dizia: ninguém para me tirar esta solidão que me consome,

de muito pensar ele lembra que teve alguma felicidade,

no seu caminho de amargura, encontrou criaturas angelicais,

nos momentos em que precisava, encontrava alguma bondade,

no balanço de sua vida, teria que firmemente escolher,

dois extremos, a bondade e a outra seria a maldade,

o incrível acontece, aquele menino triste, desprezado,

por opção escolhe o caminho maravilhoso da bondade,

as pessoas que permaneciam com ele talvez não percebiam,

o mundo em si, incapaz de imaginar

que nascia um novo ser inebriado na luz,

os monstros que o atacavam, foram vencidos

o mal foi anulado, agora só o bem o conduz,

ele não espalharia atrocidades, tristezas intensas,

a luta, a terrível luta aguerrida e agora só felicidades intensas!...

o menino que por influências malignas tornar-se-ia um demônio

porque o mal muitas vezes consegue estraçalhar o ser humano

fazendo desse mundo quantidades imensas de terror insano

consequentemente aqui muitos oásis de incessante dor

o menino na sua luta entre o bem e o mal, no seu livre arbítrio

escolhe o que ele viu em alguns momentos a beleza do amor.