O INFERNO SÃO AS MULHERES – uma tese anti-feminista

E se pintasse um grupo feminino de pagode, batucando merdices sobre os homens? Quantos deles requebrariam? Se algum requebrasse, este seria, certamente, exemplar indigno da apreciação que ora proponho.

Taí um segmento perfeitamente apropriado a confrarias: o masculino.

No extremo oposto estão as mulheres. Pensando nelas (incluindo-me, é claro), ocorrem-me três tipos bem representativos: Sherazade, Sêmele e Hera.

Sherazade: engabeladora de homens (não fosse por sua astúcia, teria morrido ao amanhecer de sua primeira noite de núpcias).

Sêmele: engabelável (não fosse por sua ingenuidade, não teria sentido as náuseas de uma gravidez, mas somente os gozos de ser amante, como também não teria morrido fulminada).

Hera: engabeladora de homens e mulheres (não fosse por sua eterna malícia, não manteria Zeus, aos troncos e barrancos, ao seu lado, tampouco teria conseguido matar as amantes do marido).

Fico pensando... A INFELICIDADE DOS HOMENS SÃO AS MULHERES!

Não é senão por nós, as mulheres, que os homens precisam demonstrar virilidade e acumular riquezas. Se no mundo houvesse apenas homens, a pobreza e a brocheza de uns consternariam os outros, pois haveriam de compreender que o seu próprio dia chegaria. Admiro os homens porque, sobretudo, eles se respeitam e se solidarizam.

Quanto às mulheres, não posso dizer o mesmo. Para nossa infelicidade...

Enquanto os homens se protegem entre si, as mulheres se destroem (e nem percebem: destroem a si mesmas).

Não é por questões pontuais que chego a esta conclusão, mas há tempos uma historieta dessas da vida real tem me feito pensar assim.

É a seguinte:

Um “anteprojeto de Zeus”, tendo entrado na idade do lobo, sem ter conseguido enricar e ainda, entre uma e outra, vendo-se brochar, desesperou-se e começou a juntar “muié” no seu harém (virtual, obviamente, que na real ele dá conta nem de uma!). Lá um dia conhece uma do sudeste (uma mistura horrorosa de Hera e Sherazade: sofria de baixa auto-estima e para remediar, pintava-se como uma deusa, contando balelas diárias, via facebook, blog etc, engrandecendo-se para que ele não desse cabo dela).

Mesmo caindo-se de amores, mais pelas ostentações do que pela figura em si, o cidadão resolve se apaixonar por outra: uma Sêmele que acaba engravidando. A Hera/Sherazade fica inconformada e interrompe as noites de mil e uma balelas. Ele, é claro, faz imediatamente a reposição, com um novo exemplar Hera/Sherazade.

A recém chegada cumpre mui bién o seu papel: deu um jeito do Zeus destruir Sêmele, sendo que o mesmo soube preservar o rebento. Para tal façanha, Hera/Sherazade número 2 usou de artifícios baixíssimos, sem perdoar sequer a depressão pós-parto da incauta Sêmele que, até então nem imaginava a existência Hera/Sherazade número 2.

Pois bem, aconteceu que a Hera/Sherazade número 2 saciava o tesão (mentiroso) do Zeus, principalmente via fone, nas madrugadas, contando com que o mesmo tivesse algum dim-dim. Mas, sabe-se lá como (?), descobriu que o tal era durango. Pulou fora.

Nesse ínterim, Hera/Sherazade número 1 resolve retomar seu posto, visto que Zeus fez questão de mostrar que era um deus totalmente livre, apesar de Sêmele e do seu recente Dionísio. Aliás, Sêmele ele deu um jeito de apagar de sua história, fato que deixou Hera/Sherazade número 1 perfeitamente à vontade.

Ocorre, entretanto, que não é tão simples apagar pessoas. Isso demanda tempo, especialmente se existe prole. É assim que nessa história, Hera/Sherazade número 1 vive atacando Sêmele, infernizando Zeus para que a fulmine de uma vez. Só que Zeus está um tanto mudado e não se deslumbra mais com as balelas da Hera/Sherazade número 1. Nem mesmo quando ela, à Narciso, narra detalhes de sua beleza sem igual: o sorriso é de parar o trânsito e é decantado em prosa e verso; os olhos são azuis celestes de causar cegueira nos admiradores... (No seu lugar, não pontuaria detalhes, pois olhos mais agudos poderão começar a notar não o conjunto e perceber seu nariz amassado e sua grande cara de prato raso).

O azar das Heras/Sherazades da vida é que a prole garante a espécie e por isso, de um jeito ou outro será protegida. Se assim não fosse, Heras/Sherazades, não se contentariam em destruir apenas as Sêmeles; fulminariam elas mesmas a prole, como fez Ana Carolina Nardoni. Mas, via de regra, ao contrário do monstro Alexandre Nardoni, muitos Zeus, como o rei Salomão, sempre estarão a postos para defender os inocentes de gente perversa.

Para que o mundo venha a ser um paraíso, as mulheres têm muito a aprender com os homens.

De tão elegante, a tese acima pode ser tranquilamente refutada. Basta algo do tipo: o mundo é um inferno; e é governado por homens.

Neste caso diria: as mulheres dão a luz e criam os homens. E dão a luz e criam também as mulheres.

Quando as mulheres começarem a se querer bem, como fazem os homens, o mundo será de Paz.