O que produzimos e suas consequências.

Existe um apelo mundial nos dias atuais quanto a forma que estamos praticando no uso dos recursos naturais. Isso tem sido assunto recorrente nas assembleias e órgãos responsáveis por alertar o mundo sobre como tem sido manifestado práticas e políticas voltadas ao meio ambiente.

Os alertas são emitidos por instituições que se especializam em analisar o meio ambiente e detectam que se faz necessário uma mudança de comportamento da humanidade quanto as ações na natureza.

A UNEP, que é um programa das Nações Unidas para Proteção do meio Ambiente, em Junho de 2021, nos traz indicações de como precisamos mudar nossas atitudes no tratamento do meio ambiente. A natureza está sendo alterada por nossas ações. Isso deve provocar em nós uma preocupação.

Diante de tantos alertas quanto a forma de lidar com meio ambiente, deve causar em nós uma preocupação ou no mínimo uma curiosidade. Deve estar existindo mudanças que estão provocando alterações no meio e causando desequilíbrio ambiental.

É percetível que tudo na vida tem provavelmente um começo, um meio e um fim. Se assim é, então os recursos naturais também são finitos e sendo finitos haverá uma mudança na natureza em virtude da finitude desse recurso. Há uma interação na natureza. Se olharmos de forma mais detalhada para ela, haveremos de perceber que das mais simples as mais complexas forma de vida, sugere uma interação. Um exemplo simples, para nossa compreensão é a grama ou relva que nasce em uma encosta serrana. A função primária dessa relva na encosta é evitar o deslizamento de terras provocado por chuvas. Se modificamos esse ambiente retirando a relva, a probabilidade de acontecer deslizamentos são bem maiores.

O exemplo acima é pequeno, mas nos dar uma ideia de como será enorme as modificações em outros ambientes quando agimos diretamente no meio causando alterações.

O consumismo global tem causado essa corrido desenfreada das indústrias para suprir novas necessidades. Necessidades que a indústria tem procurado ofertar mas tem esquecido que suas ações estão provocando modificações ambientais e criando outros modelos de vida que não estamos conseguindo compreender essas coisas modificadas. Parece que a indústria não está interessada em acreditar que ao querer suprir as grandes demandas sociais, está criando um ambiente insuportável e inabitável.

Temos visto animais marinhos e terrestres que são encontrados mortos fora de suas rotas. Rotas que anteriormente estavam livres, agora possuem cercas protegendo essas propriedades. Tudo isso é uma demonstração de que está acontecendo mudanças, desequilíbrio e trazendo consequências que não poderão mais ser revertidas. Uma espécie extinta provoca uma desordem na natureza. Vimos queimadas que acontecem espontaneamente, por efeitos naturais, e isso é um equilíbrio, pois a ação do fogo na forma equilibrada, promove a purificação de certos fungos por exemplo, e traz benefícios naturais.

Mas o que temos visto não são ações equilibradas e sim, uma corrida sufocante do meio ambiente para abastecer cada dia novas necessidades sem portanto atentar para a sustentabilidade da natureza. O capitalismo selvagem nos empurra em busca de novas ambições do possuir cada dia mais e outra vez mais, num ciclo interminável. Cada dia queremos mais. Nunca estamos satisfeitos. Uma necessidade suprida, gera em nós outras novas necessidades e assim, vamos devastando tudo em nome do bem estar.

Há quem diga que estar próximo o fim da humanidade, por nossas próprias ações. Isto é, iremos promover nossa própria extinção. Diríamos que é bem provável que isso posso ocorrer, pois desde que começamos a extrair da natureza todos os recursos possíveis sem parar, a natureza está dando sinais de exaustão. E esses sinais são na forma de desequilíbrio do meio ambiente. Ao ponto de as temperaturas estarem aumentando, ficando insuportável em determinadas horas do dia e chuvas torrenciais em outros lugares.

O que estamos fazendo com o meio ambiente é uma realidade. Vi certa vez um agricultor usar uma espécie de agrotóxico para matar um tipo de grama que nascia em sua lavoura. Observei aquilo e fiquei a pensar, qual seria o resultado que aquele produto traria ao solo, já que essa química não mais permite que a grama novamente cresça.

Nesse sentido não nos preocupamos de imediato, pois nossas necessidades como dissemos, tem que ser primeiro satisfeitas sem portanto observar as consequências. Quantas doenças novas e raras tem aparecido e a medicina não sabe como lidar com ela.

O relatório da UNEP também aponta que metade do PIB do mundo, é retirado da natureza. Isso é muito sério. Avançamos rapidamente mas não sustentavelmente. É urgente que as grandes indústrias e os países ricos se comprometam em buscar soluções sustentáveis. Conscientizar o mundo sobre o que podemos fazer para preservar a vida no planeta. Se não buscarmos esses entendimentos, não apenas os que são mais fracos desaparecerão, mas os mais fortes que dependem dos mais fracos.

Fedro.