Garatujas Emocionais

A Criança Interior ferida, antes confusa e cativa no seu recolhimento necessário, muitas vezes nos chama atenção para o que não queremos ver: Tudo foi Providencial. Tudo é parte do que somos. E faz parte do crescimento doer. O dente que nasce, nossos pais, as brigas na escola, os presentes não ganhados, a primeira decepção, as frustrações e despertares que nos moldam para um regozijo maduro, quando logo mais, na "tão almejada" vida adulta nos encontramos. Adultecidos, temos escolhas quando o assunto é ser quem somos e podemos mantermo-nos reféns de um passado dolorido ou encarar com coragem a dor que ainda nos aprisiona até que as feridas sequem e cicatrizem. Depois de crescidos, é compromisso nosso pegar nossa Criança Interior pela mão, bota-lá no colo e oferecer a ela aquilo que necessita. Talvez, ela precise de alguns pontos ou um simples curativo resolva. Mas, acima de tudo é preciso que a olhemos simplesmente como a Criança que é. Criativa, Amorosa, Espontânea, Sensível, Carismática e acima de tudo LIVRE. A Inocência, perdemos com o tempo, talvez por isso tenhamos tanta dificuldade em trazer a nossa Criança para perto. Mas ela, Inteligente que é, nunca nos abandonou. Sempre esteve ao nosso lado, desejosa, vibrante e muitas vezes, carente. Nunca vazia, vazio é coisa de adulto. Aliás, não existe nada mais adulto que o vazio existencial proporcionado pelos rasgos e métricas traçadas para que assumamos uma vida executora, não criativa e sem profundidade. E assim, adequados muitos seguem o tempo da contemporaneidade que dita quantidade, dita a gula ante o desejo, dita a necessidade desesperada pelo externo, sem observar que a verdadeira liberdade reside na qualidade de nossas escolhas. Busca-se fora o que está dentro na tentativa de preencher o Vazio, mas, engrandecidos, precisamos descobrir que só crianças ficam na beira do mar ou pulam em piscina rasa. Quando adultos e acordados, quem nos chama é o Oceano, necessitamos de profundidade. Não dá mais pra ficar na beirinha, é preciso aprender a nadar nas águas da vida. Escolher crescer com Equilíbrio e apaziguar as marras da Criança Ferida nos Liberta quando damos a ela Carinho, Atenção, Espaço para que se expresse e exercite o Perdão. Todo resto, fruto do imaturidade, não passam de mimos materiais paliativos. E como estes nos enganam... São brinquedos novos que logo mais serão esquecidos e deixados de lado. Objetos momentâneos de prazer e como tudo que é efêmero, não serão levados como companheiros de jornada para nossas próximas etapas. Chega uma hora em que é preciso parar de imprimir em nós mesmos e nos outros, "Garatujas Emocionais" e Crescer.

Proponho a você o desafio de olhar-se no espelho e com honestidade fazer para si uma pergunta direta e em voz alta: "A minha Criança Interior está sendo Mimada ou Curada?"