Escravo da paixão

De Airam Ribeiro

A Sinhá Moça

Lá da casa da fazenda

Com seu vestido de renda

Eu ficava a olhar,

Eu era escravo

Do seu pai Senhor de Engenho

E fazia grande empenho

Pra dela perto ficar.

De vez em quando

Via ela na janela

Da Casa Grande, aquela...

Era a minha bela Sinhá,

Eu da senzala

Seu escravo e seu amante

Amava a todo instante

Sem poder lhe demonstrar.

Hoje sou livre

Já tenho a alforria

Mas não tenho a alegria

Sou um escravo da paixão,

Tanto queria

Ser o escravo da fazenda

Pois eu tinha aquela prenda

Perto do meu coração.

Sinhá mocinha

Tenho saudades de ti

Pois nunca mais eu te vi

Só restou esta saudade,

Queria ter

Aquele tempo de outrora

Ser escravo a toda hora

Perto da felicidade.