TUDO O QUE EXISTE É INFINITO

Nesses últimos anos da minha vida, eu atravessei fases muito boas e fases muitos ruins. Aprendi que na mesma proporção em que dias melhores sempre chegam, os dias não tão agradáveis também. Manter o equilíbrio entre uma coisa e outra é quase que uma condição assintomática. Algo que tem a ver com o estado de latência, como nos ciclos reprodutivos dos vírus quando adentram o nosso organismo. A finitude é intrínseca à vida e é preciso compreender a limitação da matéria. “Tenho em mim todos os sentimentos do mundo.” Inibidos ou transmitidos por sinapses nervosas e neurotransmissores. É preciso muita serotonina pra aguentar o peso da existência. Mas o amor e a dor, definitivamente não. O amor é uma coisa mais metafísica. Transcende a limitação da carne e da vida terrena. A dor faz a gente se sentir humano, tem pouca relação com a matéria. São as coisas da vida. O corpo tem essa coisa toda da física quântica. Átomos. A energia que costura nossa história e descostura as dimensões terrenas à medida que a vida passa. Algo relacionado com o éter e a matéria escura. É de lá que viemos e é pra lá que voltamos. É a vida renovando o ciclo incessante de quem chega e de quem vai. A morte transcende a compreensão da pequenez humana, eu sei. Aqui, nada é pra sempre… mas tudo o que existe é infinito.

Jéssica Flores
Enviado por Jéssica Flores em 12/05/2021
Reeditado em 19/07/2021
Código do texto: T7254231
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