O AMOR CORTÊS : O IMAGINÁRIO

O Amor Cortês, é uma relação de vassalagem afetiva. Faz sofrer, aprimora, mas fragiliza,

erotiza mas idealiza, educa mas enlouquece, submete mas enobrece. Idealiza uma mulher sempre casada,o que simula o adultério. A Dama, a Senhora, o

cavaleiro. Emoções e

resultados os mais contraditórios harmonizam-se no seu seio, nas vidas intensas dos

trovadores, nos seus poemas apaixonados. Em todo o caso, proclama a autonomia

dos sentimentos face à racionalidade medida pelo saber erudito, face à religiosidade

controlada pela Igreja na sua forma ortodoxa, face aos poderes e micropoderes

exercidos pela família e pela sociedade para conservar o indivíduo sob o jugo de

seus imperativos principais. A seu modo, o Amor Cortês representa uma revolução

nos modos de pensar e de sentir, e não deixa de empreender uma velada crítica aos

padrões repressores de seu tempo. Uma revolução imaginária, a bem dizer, pois se

alguns trovadores a viveram de maneira concreta e intensa, a maioria dos homens

e mulheres apenas a vivenciaram de forma lúdica e no mundo da imaginação.

José D'Assunção Barros

José D'Assunção Barros
Enviado por ALMA GRANDE em 03/05/2021
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