Amanhã e Amanhã e Amanhã; o intrépido percurso do tempo
Tema – Ciência, Astrofísica, Tempo
Muito embora, podemos notadamente perceber a passagem do tempo. Já para marcarmos um tempo tido como padrão, por exemplo: um mês, um ano ou um decênio; evidencia-se a necessidade de registrar esta passagem temporal. Urde, computá-la de forma a poder conferir e recuperar a informação pertinaz ao registro efetuado e assim dar sentido ao tempo que já passou. Os humanos, perceberam esta necessidade de marcar o tempo, já a bastante tempo, e segundo dados arqueológicos data de 20 anos atrás. Seguramente dois outros campos do saber que são consentâneos à marcação do tempo também devem ter surgido no mesmo período, a matemática e a astronomia. A primeira foi um resultado óbvio e fruto também do ato do registro temporal e a segunda, surgiu provavelmente junto, onde as pessoas aprenderam a acompanhar os movimentos dos corpos celestes e consequentemente fazerem previsões.
Durante milênio o nosso melhor marcador de tempo foi o gnomon, um relógio solar onde projetava-se a sombra, com o intuito de acompanhar o progresso das horas no decorrer do dia. Somente no século XVII Galileu ao comparar um lustre a balançar com o próprio pulso, deduziu que o movimento pendular é regular. O pêndulo leva o mesmo tempo de forma fixa para oscilar, até mesmo quando o arco de balanço do pêndulo encurta, o movimento desacelera e mantém o mesmo tempo oscilatório regular e intervalar. A grande concepção e projeto do relógio pendular foi indubitavelmente de Galileu, mas ele não construiu-o, foi o holandês Christiaan Huygens o construtor em 1656.
Os relógios têm a capacidade de medir o tempo de forma linear. E o fazem muito bem feito, haja vista que os atuais relógios atômicos marcam o tempo de forma exata. Esta marcação do tempo é muito útil à vida humana indubitavelmente. Porém inadvertidamente não representa toda a história.
Já a ideia de tempo não linear a milênios foi especulada e sugerida, tanto por Buda como por Pitágoras aproximadamente em 500 a.C., eles objetaram que o tempo seria cíclico e na reencarnação do ser humano. Para Platão, o tempo havia sido criado já no início das coisas. Quanto ao estagirita Aristóteles, as questões temporais estavam atreladas ao ato do movimento. Nos paradoxos de Zenão, o tempo e movimento inexistem. E isto deve-se ao fato de que ao dividir o tempo em partes cada vez menores. Por exemplo uma flecha lançada na qual atravessa um espaço temporal e este aspaço divido, fica cada vez mais curto, até em que no espaço que compreende o instante do “agora”, presente a flecha não move-se. Santo Agostinho, grande sábio Cristão, concluiu que o tempo não poderia existir se não houvesse uma inteligência observadora.
O tempo enquanto uma dimensão do Cosmo tem natureza física e uma qualidade relativa. Notadamente percebemos a sua passagem; o tempo, somado as demais três dimensões (altura, largura e comprimento), compreendem o cenário sensorial na qual vivemos e tentamos cognoscivelmente compreender os eventos naturais, além do próprio sentido da vida. E nós como seres humanos, seres racionais; seres sociais, damos um toque especial e único a dimensão temporal deste vasto Cosmo.
Fonte: Da Filosofia ao Enigma da Matéria Negra – A História da Física: A. Rooney