Nas Fronteiras da Ciência também há a Pseudociência
Tema – Ciência e História da Ciência
As implicações pertinazes a fronteira da Ciência, flertam com o fantástico e contrariam paradoxalmente o senso comum do indivíduo. A geometria carregada de poesia de Galileu, a física com viés totalmente ideológico dos monges ingleses, a termodinâmica dos físicos atuais, não logram o pináculo supremo da “verdadeira ciência”. Porém é primário demais inferirmos que somente por motivo de termos atingido grande grau de desenvolvimento racional e científico, temos a chave da caixa de pandora do mundo, e podemos controlá-la a nosso bel prazer. Há ainda indubitavelmente um grande e tortuoso caminho a ser trilhado. Caminho este composto de incertezas e obstáculos, dogmas e retrocessos casuais, mas mortais. As implicações infernais infelizmente compõe a História da Ciência através dos tempos também na atualidade. Recorre-se à Ciência para justificar-se a todo o momento, justificar os dogmas irascíveis que são plausíveis somente numa mente fechada, haja vista já haver tido afirmações e especulações na qual colocam buracos negros (estrelas supermassivas colapsadas na qual nem a luz pode “escapar” na sua gravidade), como sérios candidatos à localização do inferno. Detalhe! A estrela na qual capitaneia do nosso sistema planetário, o Sol; ao colapsar-se após queimar seu combustível estelar (hidrogênio + hélio), não será um buraco negro, e sim uma anã branca a vagar pela vastidão cósmica, e claro levará os seus planetas orbitando, já jazidos na forma de pó estelar. Eventualmente condensar-se-á novamente e formará um novo corpo estelar.
O planeta Vênus, com suas peculiaridades atmosféricas pitorescas; onde na sua superfície sofre uma pressão de 90 atmosferas, gás carbônico, ali abunda, temperatura de 480° e chuvas frequentes de ácido sulfúrico, é um candidato ideal para o classificarmos como o inferno.
Em ciência denota-se também que há uma preocupação de grande monta, no que tange à real veracidade ou mesmo validade de um determinado estudo; muito menos os campos futuros de aplicabilidade que porventura abrir-se-iam. É real o fato de que muitos trabalhos científicos que deveras são produzidos ao montes na atualidade, são vítimas de abandono, sem mesmo terem sidos submetidos a uma crítica explícita e análise. Há trabalhos científicos que são deixados de lado na metade do caminho, em detrimento de outro campo científico, que tem porventura mais interesse governamental, popular e midiático. A verdade é que realmente poucos trabalhos científicos atingem o zênite do reconhecimento pela sua qualidade e temática desenvolvida, também é fato que outros poucos são condenados ao esmo por serem de rejeitados em absoluto. A imensa maioria jaz a margem destes dois extremos, no marasmo do purgatório.
A Pseudociência anda na surdina da Ciência, faz uso do tão refinado método científico para justificar-se e obter validade; não ante a academia, mas por parte do público e governos leigos. Nas fronteiras da Ciência, há além da crendice popular, a fé religiosa, o saber incomum, todos movimentos humanos por natureza; há a Pseudociência que utiliza-os como muleta para angariar seguidores.
(Fonte: A Velocidade da Sombra, nos limites da Ciência – J. M. Lévy-Leblond)