Martinho Lutero, O Eterno Questionador
Eric do Vale
Martinho Lutero será sempre lembrado como sinônimo de inquietude. De um lado, existem aqueles que o reconhecem como um vizionario, alguém que teve a coragem de contestar a igreja católica; por outro lado, ele é visto como uma persona no grata.
Depois de questionar a postura da Igreja Católica em relação a venda de indulgências aos fiéis que consistia a garantia do céu para esses por meio de um papel, ele questionou tal postura elaborando noventa e cinco teses pelas quais constatou que a salvação não estava nos atos, mas sim pela fé.
As convicções defendidas por Lutero desencadeou aquilo que conhecemos como a Reforma Protestante: um movimento religioso com embasamento sóciopolitico que resultou na cisma do cristianismo por meio da criação da chamada religião protestante.
Ao contrário do que muitos pensam ou afirmam, Martinho Lutero jamais teve a pretensão de criar uma outra igreja. Muito pelo contrário, ele, na condição de sacerdote, apenas se viu no direito de questionar a maneira como a Igreja Católica vinha procedendo, acarretando na sua excomunhão.
Vale frisar que Lutero não fundou a sua igreja, depois de ser excomungado, como muitos pensam e afirmam, porque ele jamais teve essa pretensão. Portanto, a criação da igreja luterana ocorreu de forma gradual, bem como as demais ramificações que constituem os templos protestantes(batista, metodista, anglicano, e presbiteriano).
Outro ponto importante: depois de romper com a igreja católica, Lutero traduziu a Bíblia para o Alemão, que as sagradas escrituras, até então, eram redigidas em latim. Logo, a Bíblia não passou a ser concentrada a um grupo restrito.
Seria interessante imaginar como Martinho Lutero agiria, nos dias atuais, vendo a existência de várias igrejas evangélicas adotando uma postura bastante similar da católica, nos seus tempos de padre.