UMA AULA DE ÉTICA E SABEDORIA PARA O APÓSTOLO PAULO E UMA PROPOSTA REFLEXIVA PARA TODOS QUE ME LEEM!
Obs.: É um textão. Analise tudo. Analise cada frase. Eu não busco seguidor. Qualquer pessoa que busca seguidor deseja manipular, está doente da alma, está confusa. Esta é uma generalização. Nenhum sábio deseja ser seguido. A única exceção é Jesus Cristo. Nenhum ser humano é digno de ser seguido. Aprendemos uns com os outros. Só isso. Todo mundo ensina. Todo mundo pode aprender com todo mundo. Ninguém é mais importante do que ninguém. Você não precisa concordar com nada do que digo, nem precisa ler nada do que escrevo. Mas, se você ler, muito obrigado! Sou e sempre serei grato a você. Eu publico textos porque desejo compartilhar reflexões e você é importante. Somos apenas seres humanos. Use a razão. Use a sua inteligência. Use a sua consciência.
Em sua Carta aos Romanos, no capítulo 7, do versículo 15 ao 20, o apóstolo Paulo diz: “Realmente não consigo entender o que faço; pois não pratico o que quero, mas faço o que detesto. Ora, se faço o que não quero, reconheço que a Lei é boa. Na realidade, não sou mais eu que pratico a ação, mas o pecado que habita em mim. Eu sei que o bem não mora em mim, isto é, na minha carne. Pois o querer o bem está ao meu alcance, não porém o praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que quero, mas pratico o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que ajo, e sim o pecado que habita em mim” (Bíblia de Jerusalém). Quanta tolice! Por que decidiram colocar essa tolice na Bíblia?! Isso não é palavra de Deus. O apóstolo Paulo estava muito mal quando escreveu isso.
Imagine um agressor dizendo isso a uma mulher agredida por ele. Imagine que você seja a mulher agredida, e o seu agressor lhe diga isso. Como você se sentiria? Imagine um estuprador dizendo isso. Imagine um racista dizendo isso. Imagine um corrupto ou um corruptor dizendo isso. Imagine um pedófilo dizendo isso. Imagine os assassinos dizendo isso. Imagine se um homem, ao receber mais de vinte fotos de uma mulher totalmente nua, fotos mandadas por ela, sem nenhuma pressão, livremente, quando eles estavam se relacionando, mostrasse essas fotos para alguém e as espalhasse na internet, mas usasse as palavras de Paulo que se encontram neste texto para justificar a sua (digo dele) ação criminosa. Como você se sentiria? Mas, após contemplar as belas fotos, as belas imagens, esse homem, por respeito a si mesmo e por respeito à mulher, por ter o bem dentro de si mesmo, ao contrário do apóstolo Paulo, por ter “nascido para o bem”, como diz o arcebispo anglicano e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, após se sentir privilegiado e grato por recebê-las, ele apagou de seu celular todas as fotos dessa mulher totalmente nua. Por que as apagou? Porque ele é responsável por tudo o que faz. Porque ele se responsabiliza pelo que faz. O Budismo diz: “Os indivíduos são responsáveis por suas ações e criam seu próprio carma; assim, têm que assumir a responsabilidade por suas ações” (palavras de Traleg Kyabgon). O filósofo Sartre, no livro “O Existencialismo é um Humanismo”, afirma: “O homem é o responsável por tudo que faz”.
O que o filósofo e místico Osho, um sábio indiano que veio a este mundo no século XX (vinte), que deixou admiradores no mundo inteiro, que foi deportado por 21 países e envenenado pelos Estados Unidos, diria ao apóstolo Paulo? No livro “Consciência: a chave para viver em equilíbrio”, página 18, Osho diz: “Não se sinta ofendido. É preciso expor os fatos da maneira como são. Você ‘vive’ dormindo; é por isso que continua andando aos tropeções, fazendo coisas que não quer fazer. Você continua fazendo coisas que decidiu não fazer. Continua fazendo coisas que tem consciência de que não estão certas, e não faz as coisas que sabe que estão certas”. Isso serve para o apóstolo Paulo e serve para todos que usam essas palavras de Paulo para justificar os próprios erros. Serve para todos que não conseguem se responsabilizar pelo que fazem. Serve para os irresponsáveis, para os fracos, para os que “vivem” dormindo. Quando vão acordar?
Osho diz ao apóstolo Paulo: “Como isso é possível? Por que você não consegue andar em linha reta? Por que continua entrando em becos sem saída? Por que continua se desviando do seu curso?”. As palavras de Osho no parágrafo anterior dizem por quê. Por quê? Porque Paulo andava dormindo, sem consciência, desatento, na ignorância, sem sabedoria. Paulo foi um homem inteligente, mas não sábio. No entanto, Paulo escreveu coisas belas e verdadeiras também.
Se Paulo sentia atração por mulher, não era pecado, pois é normal qualquer homem desejar qualquer mulher. É natural. O pecado está na cabeça do ser humano. Os desejos naturais não são pecados.
O sábio filósofo estoico Epicteto disse: “Das coisas, algumas estão sob nosso controle; outras, não. Estão sob nosso controle o juízo, o impulso, o desejo, a repulsa, em suma: o quanto for ação nossa”. O juízo (julgamento, opinião) depende de nós. Há desejos que surgem naturalmente, mas somos nós que decidimos o que vamos fazer com eles. Condená-los é errado. Devemos reprimir os nossos desejos? O apóstolo Paulo tentava reprimir seus desejos. Mas esse instrumento é errado e doloroso. Esse instrumento faz mal. A repressão é um instrumento errado e adoece o indivíduo. Se não devemos reprimir os nossos desejos, nem condená-los, devemos descarregá-los em alguém? Se for bom e a outra pessoa quiser, qual é o problema? Os desejos dos dois serão descarregados um no outro, vivenciados. Não há problema. Se você não gostou da palavra “descarregar”, saiba que existem palavras melhores, românticas e profundas, concordo. Mas, se a outra pessoa não quiser, o que devemos fazer? Osho e o Budismo nos dizem que devemos observar o desejo quando ele surgir. Quando fazemos da observação um hábito, os desejos não têm poder sobre nós, nem nos fazem mal, mas desaparecem. Devemos meditar: observar, ficar atentos. Quando a raiva surgir, observe a raiva: é um conselho de Osho e dos budistas. Se observarmos a nossa raiva, não vamos explodir, nem nos reprimir, nem continuar com raiva, pois ela vai embora. Imagine esta cena: imediatamente, vem a raiva, mas você percebe a raiva em você. Então, você observa a sua raiva; você está observando a si mesmo (a). Enquanto você observa que está com raiva, você perde a ocasião para errar, para fazer algum mal a si mesmo (a) e a outrem. Isso serve para toda emoção negativa. Quando eu quiser falar alto numa sala de aula, se eu me observar, ou ficar observando o semblante do aluno ou da aluna; se eu ficar apenas observando cada detalhe do mau comportamento do outro, compreendendo que a pessoa erra por ignorância (falta de sabedoria), ou se eu desviar a minha atenção do mau comportamento e não lhe der importância, eu não vou ficar zangado, nem gritar, pois o momento passa; tudo passa.
Que conselho o filósofo Epicteto tem para mim, quando eu vir uma mulher bonita que me atrai? (rs). Ele diz que eu devo desviar o olhar da mulher bonita (rs). Está no livro “O Manual de Epicteto”. Mas, se ela me quiser, é claro, eu sei que devo continuar olhando e indo além do olhar (rs). Osho e o Budismo me aconselham a ficar atento aos meus sentimentos, impulsos, desejos, emoções. Qualquer pessoa que ficar atenta a si mesma consegue o equilíbrio. Osho e o Budismo explicam esse assunto muito bem. Eles ensinam muito bem como ficar atento e não se deixar arrastar por emoções. Sêneca ensina. Epicteto ensina. Outros ensinam.
Sartre, um filósofo ateu, diz algo do qual muitas pessoas discordam: “O homem é responsável por sua paixão”. Pode ser qualquer paixão: ódio, raiva, vingança, ressentimento, inveja, ciúme. Um exemplo: você vê uma mulher atraente: se você dedicar a sua atenção a ela, você vai se apaixonar por ela, ficar preso. Caso contrário, não. Você não gosta de algo que vê na internet? Se você desviar a sua atenção daquilo, a raiva não será alimentada, ela passará. Serve para mim também.
Sartre escreveu: “O sentimento se constrói pelas ações que realizamos”. Se alguém me deu atenção especial, e se eu lhe dei atenção especial também, o sentimento se construiu. No livro “O Pequeno Príncipe”, a raposa diz: “Os homens esqueceram essa verdade. Mas você não deve esquecê-la. Somos sempre responsáveis pelo que cativamos”. Isso serve para tudo. Somos os responsáveis pelos laços que criamos, pelo amor que construímos, pelo desamor ou pelo amor que alimentamos. O que cativamos é o que nos faz. Se cativamos o amor, o amor nos faz amorosos. Se cativamos o ódio, o ódio nos faz odiosos. Somos os responsáveis pelo que fazemos. Somos os responsáveis por nós mesmos. Somos os responsáveis pela vida que temos. Seremos os responsáveis pela vida que teremos. Tudo está sendo construído por nós mesmos. Sartre disse: “O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo”. O meu Criador me deu a vida, mas fui eu que me fiz, com a ajuda dele. Sou eu que estou me fazendo, com a ajuda dele. Serei eu que me farei, com a ajuda do meu Criador. Mas sou eu o responsável por tudo que fiz, faço e sou.
Pastos Bons/MA, 19 de abril de 2021.
Texto produzido e escrito por Domingos Ivan Barbosa.