O PAÍS CHAMADO BRASIL

Ah, SP invisível! A refratária cidade da garoa, celeiro de sonhos despedaçados aquém não mora ou não a conhece... Verdadeiramente. Sei bem que a maior economia do "planeta chamado Brasil" a priori contém uma, se não, a maior tragédia sociológica/antropológica em termos de dependências (barra) abandono: Cracolândia e pessoas em condição de rua.

Estimado hoje em quase 2.000 indivíduos, composta, na sua maioria por traficantes de crack e outros dependentes químicos. Ocupantes da conhecida Boca do Lixo; no bairro de Santa Efigênia. Fator mais engraçado é tal "cidadãos" como estes viverem assim sem nenhum plano a nível nacional para ao menos, diminuir esse déficit, podendo assim sair da eminência midiática do assistencialismo, uma das maiores desgraças engessadas pelo homem. Do qual, proporcionamos soluções rápidas demais, para a fome de imediato e deixamos o resto dos anos de vida para o abismo social, tornando assim o supra sumo do populismo.

Pergunta constante e eminente "Existiria Cracolândia ou pessoas aos montes, jogadas ao chão nos bairro como Jardim Europa, Vila Olímpia, Higienópolis, Moema ou Pinheiros?"

Sabe porque não existiria? Nesses bairros as coisas como pessoas se resolvem, porque o abastado sabe aonde passar nas ruas para olhar ou não a pobreza instalada na cidade de São Paulo, e ele não quer isso na esquina de casa. Havendo isso, resolveria - no contemporâneo não se resolve, porque não preocupa a elite, as SUVs blindadas passam bem longe dessas avenidas, tornando assim territórios do qual há certo controle; para ser rodeados de árvores, parques, ruas limpas e casarões. Tanto de pobreza a riqueza, e o pensamento torpe do qual apenas resolvo a minha comunidade. Coisa difícil demais para a burocracia barata, que atrasa o país e esses indivíduos denominados "invisíveis". Termo bem concreto, invisível: que por sua natureza, não tem visibilidade! Pessoas não correspondente à sua realidade sensível, por culpa de um Brasil com capitanias hereditárias, governos egocêntricos, populismo, assistencialismo, e sem projeto a nível nacional para sua sociedade.

ABAIXO RELATO DE MORADOR DAS RUAS DE SÃO PAULO

"Estou em situação de rua desde os 14 anos. Antes eu morava com o meu padrasto, eles ficavam bebendo muito e aconteciam muitas brigas... Para você ter uma noção, praticamente todo ano eles tinham que comprar utensílios de cozinha, pois quebravam tudinho nas brigas!

Assim foi por muitos anos, até que um dia ele começou a bater na minha mãe. Ela falava que ela tinha caído, escorregado. Mas as minhas irmãs falavam a verdade e eu ia lá bater de volta!

Não aguentava mais ver a minha mãe apanhando toda hora, mas ela preferiu ficar com ele... Cansado, um dia peguei as minhas coisas e sumi.

As vezes você me vê sorrindo, mas por dentro eu estou acabado. Eu não vejo minha filha desde a Páscoa de 2020, não quero que ela me veja assim. Ela faz muita falta e me dá sentido na vida...

A atenção que vocês estão dando já da motivação para acordar e focar em me reerguer nessa vida. Eu não vou decepcionar vocês!”

Claiton de Souza, em situação de rua, 32 anos.