O que significa “Dasein”?
Projetar-se sempre em possibilidades de ser é a característica mais própria do que Heidegger denomina Dasein. Dasein é o modo de ser humano, indissociável do mundo. Por isso constantemente entende-se Dasein como ser-no-mundo ou, em tradução literal, ser-aí; este "aí" é o mundo, a totalidade da existência. Em algumas traduções brasileiras, Dasein é escrito como “Presença”, o que leva a dificuldade de compreensão daqueles que se dispõem às leituras heideggerianas.
Heidegger propõe compreender o ser humano a partir de sua totalidade, sem fragmentá-lo ou distanciá-lo do mundo, visando analisar toda a sua estrutura que reside, pois, no Ser que já se faz compreendido de modo velado no cotidiano — cotidiano é a existência como ser-no-mundo — pelo Dasein; ou seja, compreendemos nosso Ser — a estrutura do que somos — de modo velado dentro dentro do quotidiano, uma prova disso é a própria linguagem que nos permite dizer “eu sou”, contudo geralmente não somos capazes de trazer à consciência o significado de Ser — neste ponto acrescento uma reflexão minha a respeito do caráter do Ser: trata-se de uma estrutura além da lógica mental que, em sua constituição, requer certas sequências específicas para ser capaz trazer à consciência — à compreensão desvelada — o significado de algum fenômeno. Heidegger, todavia, consegue com maestria a abertura precisa para que a lógica mental seja capaz de compreender o Ser, pois, na verdade, o Ser, sendo, des-cobre o Ser, somente ao Dasein o Ser se mostra sempre e cada vez mais; isso é Dasein onde o “aí” é a abertura que vincula e desvela o Ser para o Ser. Acontece que, pela cotidianidade já mencionada que vela o Ser para o Dasein, o Dasein encontra-se semelhante aos outros entes do mundo e, assim, dificilmente des-cobre o que existe nessa pura relação de revelação do Ser.
O Dasein mostra-se para si mesmo e para o mundo na abertura (aí) que lhe é própria e o mundo mostra-se ao Dasein por essa mesma abertura; essa relação, por vezes, dá-se encoberta; noutras vezes, mais des-coberta. Não há como afastar, segundo Heidegger, ou desconsiderar a cotidianidade, a impropriedade que o Dasein está quase sempre imerso; essa impropriedade o constitui — as coisas da vida, a cultura, o dia-a-dia, a escuridão da densa floresta que não nos permite enxergar com clareza aquilo que somos e aquilo que os outros são, seguimos no entendimento comum, na ideia vaga que, nesses momentos, se faz suficiente. Sendo assim, a todo momento, o ser humano está em relação com seu ser, com seus modos-de-ser, pois “ser” é uma questão para os humanos; o que somos? Somos sempre os mesmos ou mudamos? O que as coisas são? Este texto “é” um texto? E o que “é” um texto? — Essas indagações refletem o pôr-em-questão e o entendimento cotidiano destas questões e o relacionamento do ser humano com sua estrutura. Esse estar-em-questão faz com que o ser humano tenha de ser, ter-de-ser é um de seus fundamentos, é a sua existência.
Perceba que tudo se envolve e se afirma, Dasein é ser-aí, o “aí” é o “mundo” e também a sua própria abertura para si mesmo e para o mundo; o ser é o ser em questão, o ser é em entendimento cotidiano, o ser é des-coberto e está sempre se relacionando com os humanos e, deste modo, ter-de-ser é a possibilidade mais primeva dos humanos que estão, sempre e cada vez mais, na escuridão ou na clareira, relacionando-se com o ser. Dasein é, portanto, todo esse vínculo relacional e, mais, suas características e os modos-de-ser que estão para ele nesta relação, além das possibilidades que o ter-de-ser e o ser-em-questão sempre trazem às suas existências. As demais características primordiais na estrutura que Dasein significa serão abordadas em outra oportunidade, já que o conteúdo apresentado tem vasta profundidade e necessita atenção intensa para que seja digerido e significado.
Heidegger propõe compreender o ser humano a partir de sua totalidade, sem fragmentá-lo ou distanciá-lo do mundo, visando analisar toda a sua estrutura que reside, pois, no Ser que já se faz compreendido de modo velado no cotidiano — cotidiano é a existência como ser-no-mundo — pelo Dasein; ou seja, compreendemos nosso Ser — a estrutura do que somos — de modo velado dentro dentro do quotidiano, uma prova disso é a própria linguagem que nos permite dizer “eu sou”, contudo geralmente não somos capazes de trazer à consciência o significado de Ser — neste ponto acrescento uma reflexão minha a respeito do caráter do Ser: trata-se de uma estrutura além da lógica mental que, em sua constituição, requer certas sequências específicas para ser capaz trazer à consciência — à compreensão desvelada — o significado de algum fenômeno. Heidegger, todavia, consegue com maestria a abertura precisa para que a lógica mental seja capaz de compreender o Ser, pois, na verdade, o Ser, sendo, des-cobre o Ser, somente ao Dasein o Ser se mostra sempre e cada vez mais; isso é Dasein onde o “aí” é a abertura que vincula e desvela o Ser para o Ser. Acontece que, pela cotidianidade já mencionada que vela o Ser para o Dasein, o Dasein encontra-se semelhante aos outros entes do mundo e, assim, dificilmente des-cobre o que existe nessa pura relação de revelação do Ser.
O Dasein mostra-se para si mesmo e para o mundo na abertura (aí) que lhe é própria e o mundo mostra-se ao Dasein por essa mesma abertura; essa relação, por vezes, dá-se encoberta; noutras vezes, mais des-coberta. Não há como afastar, segundo Heidegger, ou desconsiderar a cotidianidade, a impropriedade que o Dasein está quase sempre imerso; essa impropriedade o constitui — as coisas da vida, a cultura, o dia-a-dia, a escuridão da densa floresta que não nos permite enxergar com clareza aquilo que somos e aquilo que os outros são, seguimos no entendimento comum, na ideia vaga que, nesses momentos, se faz suficiente. Sendo assim, a todo momento, o ser humano está em relação com seu ser, com seus modos-de-ser, pois “ser” é uma questão para os humanos; o que somos? Somos sempre os mesmos ou mudamos? O que as coisas são? Este texto “é” um texto? E o que “é” um texto? — Essas indagações refletem o pôr-em-questão e o entendimento cotidiano destas questões e o relacionamento do ser humano com sua estrutura. Esse estar-em-questão faz com que o ser humano tenha de ser, ter-de-ser é um de seus fundamentos, é a sua existência.
Perceba que tudo se envolve e se afirma, Dasein é ser-aí, o “aí” é o “mundo” e também a sua própria abertura para si mesmo e para o mundo; o ser é o ser em questão, o ser é em entendimento cotidiano, o ser é des-coberto e está sempre se relacionando com os humanos e, deste modo, ter-de-ser é a possibilidade mais primeva dos humanos que estão, sempre e cada vez mais, na escuridão ou na clareira, relacionando-se com o ser. Dasein é, portanto, todo esse vínculo relacional e, mais, suas características e os modos-de-ser que estão para ele nesta relação, além das possibilidades que o ter-de-ser e o ser-em-questão sempre trazem às suas existências. As demais características primordiais na estrutura que Dasein significa serão abordadas em outra oportunidade, já que o conteúdo apresentado tem vasta profundidade e necessita atenção intensa para que seja digerido e significado.