Uma Transição Cíclica Acontece...
 

O planeta vive um momento de transição cíclica, bastante enfatizado pelas tradições esotéricas, em que um grande ciclo se encerra, para dar lugar a um outro onde a consciência da humanidade terá dado um salto de proporções historicamente nunca experimentadas.
 

Os ciclos evolutivos, aos quais o planeta também está sujeito, são o mecanismo cósmico a que se submete toda a existência: desde o mineral até o homem; desde o indivíduo até a sociedade; desde uma ilha até os continentes; desde o homem até a humanidade. É esse o mecanismo que garante a inevitabilidade da evolução do Universo.


A evolução cíclica é dialética. É como alguém escalando as paredes de um poço onde os dois lados opostos possuem pequenas reentrâncias para permitir que os pés do escalador se apoiem alternadamente em cada uma delas.
 

Com os braços abertos e as mãos apoiadas nas laterais, o escalador inicia sua escalada apoiando o pé esquerdo na primeira cavidade, que servirá de base para que o pé direito alcance a próxima reentrância do lado oposto em um nível mais alto. Uma vez tendo progredido no primeiro ciclo ele desloca agora o pé esquerdo para a segunda cavidade, num patamar superior, apoiando-se nele para que o pé direito possa elevar-se para a próxima cavidade, assegurando, assim que, a cada ciclo – pé esquerdo, pé direito - ele atinja sempre uma posição mais elevada.


Este é um processo dialético em que, pela oposição entre os lados em que os pés se apoiam, é possível sempre alcançar um patamar mais alto.  

 

O mesmo acontece nos ciclos evolutivos. O processo dialético da evolução ocorre pela oposição de estados energéticos em que vibram as experiências da vida. São três etapas, sendo duas de oposição e uma de absorção e consolidação do amadurecimento proporcionado pela experiência cíclica: tese, antítese e síntese.


A primeira etapa de um ciclo, a tese, é o status quo herdado da síntese do ciclo anterior, seu ponto de maior consciência. Para o ciclo atual, a síntese do ciclo anterior é a base, é a tese.
 

A antítese é a oposição à tese; é a sua negação, pela descoberta de alternativas contrastantes, supostamente superiores ao status quo que a tese representa. A antítese é revolucionária, é resultante de um ímpeto de mudança que rejeita a tese da qual nasceu.


A síntese, a terceira etapa, é a consolidação, ou o resultado sinérgico formado pela integração da tese inicial na antítese, que expande a consciência no surgimento de uma nova tese, agora num patamar superior. A síntese é a “reação química” entre o “produto” tese e o “reagente” antítese; é o resultado da inseminação da tese na antítese, gerando o novo estágio de consciência expandida: a nova tese, a base do novo ciclo.
 

A parábola do filho pródigo, de Jesus, uma das mais conhecidas, representa bem este processo. Nela, a tese é representada pelo filho na convivência pacífica com a família. Na antítese, o filho, aborrecido em seu tédio, abandona o lar e vai viver novas aventuras que consomem por inteiro a herança que carregou consigo. Na síntese, ele retorna ao lar, amadurecido pelas privações e pela dor das experiências vividas, agora consciente dos valores que abandonou ao sair de casa.


A degradação dos valores, do comportamento humano e do meio ambiente, que a humanidade vive neste momento da história, que parece chegar a um ponto insustentável de ruptura, é a manifestação máxima da antítese do ciclo atual que já entra em transição para sua síntese.
 

Em verdade, as etapas do processo cíclico se sobrepõem, assim como os ciclos também se sobrepõem. Existe uma coexistência entre tese, antítese e síntese, como existe uma coexistência de ciclos consecutivos. Isto acontece porque os seres humanos não possuem todos o mesmo nível de consciência. Alguns já vivenciam a síntese do ciclo em transição, que desemboca na tese do novo ciclo, este já presente para os que atingiram o nível de consciência que se expressa em sintonia com os valores do ciclo renovado.
 

Nada no Universo é linear, estático ou exclusivo. Tudo é cíclico, integrado e ascendente... a não ser na limitação dos nossos sentidos ou na expressão de nossa linguagem.


A estrutura do Universo é de natureza cíclica: o giro da Terra em torno do seu eixo (dia), as quatro fases da lua (mês), as quatro estações (ano), o ciclo da vida humana (infância, maturidade, senilidade), o ciclo das civilizações (nascimento, crescimento, apogeu e declínio),
 

Os ciclos maiores, mais longos, englobam os menores, mais curtos, como círculos de tamanhos diferentes que se sobrepõe e se tangenciam num único ponto. Quando o ciclo de um mês se conclui, 30 ciclos do dia já foram concluídos, sendo a conclusão do trigésimo dia coincidente com a conclusão do mês, ponto em que os ciclos dia e mês se tangenciam.  


A transição atual que vive o planeta é a conclusão de um ciclo de milhares de anos que se fecha no ponto de tangência onde vários outros ciclos menores também se encerram. Daí as mudanças de grandes proporções que vêm ocorrendo na ciência, na tecnologia e na consciência das pessoas nas últimas décadas. Mudanças que não ocorriam em milênios ocorrem agora em décadas, anos, meses...
 

O fim de ciclo que vivemos exacerba o bem e também o mal.

Tudo é exposto: o bem para ser consolidado; o mal para ser extirpado.