O GPS da Vida
 

O desenvolvimento da consciência, seja ele inconsciente, consciente ou induzido, nunca deixará de estar presente na vida de qualquer entidade, seja uma pessoa, uma comunidade, um país ou a humanidade como um todo. Em qualquer estágio da consciência humana, desenvolvê-la, em si próprio e em toda a humanidade, é a motivação mais nobre e autêntica que pode subjazer a qualquer ação do homem.
 

O ser humano foi “desgarrado” do rebanho divino pela “força de gravidade” exercida sobre a matéria da qual abundantemente se revestiu. Sua missão agora é “voltar para casa”.

 

Evolução é transformação!

É um processo alquímico,

É um processo quântico,

É um processo dialético inexorável.


Inexorável porque, qualquer que seja o caminho escolhido pelo livre arbítrio individual ou coletivo, sempre que necessário haverá uma “redefinição de rota”, imposta pelo determinismo da senda evolutiva. Os termos “pecado”, “castigo” e “karma”, utilizados no âmbito das religiões e de várias doutrinas religiosas, estão relacionados a esta lei universal.
 

Aqueles que ainda não aprenderam o “caminho” irão percorrê-lo de qualquer forma, porém através de um labirinto de voltas e contravoltas, consumidoras de tempo e energia, traduzidas em sofrimento. É o GPS da vida, que ninguém pode desligar ou - por mais que tente - alterar seu destino final. Este é o processo de evolução inconsciente, a que se submetem aqueles que estão ainda percorrendo passos menos adiantados em sua caminhada evolutiva.


Os que já detectaram seu sistema de feedback interior e passaram a dar atenção a seus comandos, evitam perder-se nos labirintos da inconsciência e vivenciam seu processo de evolução de forma consciente. Conseguem identificar seu próprio crescimento a cada salto dado a um patamar superior.
 

Outros ainda, já entenderam a razão da existência de seu GPS interno e sentem a grandiosidade de avançar em direção a “seu destino final”, embora ainda indecifrável pela sua consciência humana. Aí está a maior motivação da existência! Cada passo na direção do crescimento da consciência é uma conquista celebrada em êxtase, solitariamente, no âmago do indivíduo, mas com repercussão cósmica, reverberando no Universo infinito.


E, enquanto a convivência mundana vai se transformando paulatinamente em solidão, a percepção progressiva dos valores universais e permanentes vai se convertendo em paz e plenitude. Pois a solidão se transmuta em comunhão quando nos identificamos com o Deus que existe em nós, com aquilo que, em essência, é o que realmente somos.


Mas, o retorno da guerra ao lar, do filho solitário, indica aos pais em desalento, que os demais já sucumbiram. Assim, quem já percorre conscientemente o caminho da Casa do Pai sente a compulsão de assegurar a compartilha do retorno com seus irmãos. Quanto mais se avança no processo de desenvolvimento da consciência, mais o egoísmo abandona a motivação evolutiva, pois se consolida a certeza de que, em essência, somos uma unidade; de que o sucesso da criação depende do sucesso da recolha integral do rebanho, forte e sadio.
 

Nesta fase, os indivíduos reconhecem sua evolução, e a de toda a humanidade, como o valor de mais alta hierarquia no âmbito da Existência e passam a induzi-la, fazendo dela seu projeto de vida. Por si só, a vida é indutora de evolução, já que é a vida o processo de que se vale o Universo para promovê-la. No entanto, a efetividade deste processo depende do nível de consciência do ser. Como um foguete, que consome a maior parte de seu combustível no estágio inicial, de menor velocidade de arrancada para o espaço, assim também o processo evolutivo é lento e penoso nas etapas inferiores, tornando-se leve e confortável em fases mais avançadas.


Aí está o papel da observação do nosso ego - nossos sentidos e pensamentos - no processo evolutivo: "olhar" para eles, sem julgamentos e sem repressão. A observação do ego é uma grande indutora do crescimento da consciência. O foco da atenção, é subtraída do ego que a dirigia ao burburinho exterior e é voltada para ele mesmo - o ego - a partir das primeiras instâncias do EU superior que dela (da atenção) se apropria. Esta observação, vinda de um patamar superior obriga o ego a voltar-se para o interior, para o observador, tornando-o consciente de si mesmo, como acontece com a adolescente que ajeita o cabelo quando se vê observada pelo pretendente.

 

É esta relação entre observador (EU) e observado (ego) que os torna íntimos, permitindo a aproximação entre ambos, tornando-os cúmplices e apaixonados um pelo outro - na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza... em qualquer faixa de frequência vibratória.

 

Esta nova consciência que o ego adquire, o faz perceber que o caminho a percorrer não é o externo, para conviver com os atrativos do mundo exterior, mas sim o interior, em direção à integralidade do ser, pela abrangência cada vez mais ampla da consciência na percepção do agregado indissolúvel - corpo-alma-espirito - da constituição humana.



Veja também deste autor 
   - A Viagem da Existência

   - Entidade da Fronteira
   - Ego Consciente
   - Na Torre da Evolução