APRESENTAÇÃO
O autoconhecimento é o entendimento de toda a minha história de vida. Para entender sobre tudo que está em mim, tenho que encarar todas as factualizações realizadas. Dentre todas as várias circunstâncias da minha vida, há alguns acontecimentos que me fizeram, por um longo tempo, sentir um peso insuportável; uma sujeira se transformando em manchas; e um confuso sentimento de culpa. Quanto mais tentava esquecer esses fatos específicos, mais eles tornavam minha memória mais dolorosa e descolorida.
O peso aumenta na medida que mantenho o silêncio; a sujeira acumula na medida em que mantenho esse estado de conformidade e aceitação; a culpa sempre rodeando e me fazendo pensar que teria condições de impedir que tudo acontecesse.
Foi então que compreendi ao observar que dos conflitos de valores que surgiram a partir das doutrinas hipócritas e tendenciosas; das conquistas injustas; dos poderes ilegítimos; bem como, da desobediência cristã no princípio do inconformismo são as verdadeiras causas de notórios efeitos absurdos e irracionais como: feminicídio, estupro, pedofilia, abuso e desrespeito contra aqueles que são mais vulneráveis.
Estou fazendo aqui um exercício muito doloroso e difícil, mas necessário. Pois, não posso mais me calar. As memórias estão torturando minha mente e sufocando minha respiração.
Tenho a convicção plena de que contando minha história é que consigo entender melhor sobre minhas escolhas.
Contudo, nada afetará essa minha derradeira escolha que é: amar para sempre. Porque descobri que o caminho do amor puro e verdadeiro é o que vai me levar para retidão. Uma reta direcionada para Deus.
Sobretudo, amar a Deus. E declaro com convicção absoluta que Ele existe e é a essência de todo o universo.
Amar ao próximo, como a mim mesma, pois todos estamos ligados e somos partes de um todo.
O amor é uma energia que envolve múltiplas dimensões. Ele está em diversos níveis; espaços simples e complexos; e nos tempos diferentes.
Deus é amor e, generosamente, concede total acessibilidade a todos os seres. O único obstáculo que se impõe a qualquer ser é o livre arbítrio de não querer amar.
Nem fácil e nem simples. Essa última escolha aconteceu depois de viajar por caminhos largos e fáceis de ódios, mágoas, apatias e sentimentos pequenos que causaram enormes dores. E a dor maior sempre é aquela que te faz arrepender.
Dentre outros muitos, sinto um profundo arrependimento de todas as minhas performances medíocres. Elas me desviaram do caminho estreito, causando lesões que por muito pouco não se transformaram em doenças crônicas e irreversíveis.
Escrevi alguns contos e desabafei, usando códigos e expressões incompreensíveis.
Fiz isso, às vezes, pensando em não machucar, principalmente as pessoas que me são tão caras. E, muitas vezes, em me posicionar como uma vítima.
A propósito, tenho que confessar, a vitimização foi a pior das escolhas.
Assim, passei muitos anos tentando construir em minha pessoa uma figura épica, heroica, que não deveria ferir ou prejudicar até mesmo a pessoa mais algoz.
Personifiquei um inimigo específico que, até então, no meu entendimento, foi a pessoa responsável por todas as confusões na minha mente. Eis aí o meu primeiro erro.
Na verdade, tudo não passou de um mero disfarce de fuga da dor, somado a um panorama egoístico.
Por vezes, fui insensata.
O pretexto de não ferir e apenas de ficar na defesa, ao me confrontar com as agressões vindas de pessoas que se espera alguma lealdade de princípios, provocou sentimentos negativos e resultados desastrosos.
Esses ataques e minhas defesas seriam a razão dessa ferida caminhar para uma fase ainda mais aguda.
Essa estúpida batalha, usando máscaras e agindo passivamente, talvez esclareça uma história de vida de muita confusão, revelada pelo comportamento, em algumas circunstâncias estratégicas, principalmente no campo do relacionamento íntimo e pessoal.
Daí, a minha decisão agora, tão mais definitiva. Ou seja, não tem mais volta. Agora vou, até onde permite o meu princípio de amar.
Uma pausa agora para uma reflexão.
Qual o significado desse verbo no infinitivo: amar?
Durante minha infância, eu amava de maneira espontânea. Isso era tão real e verdadeiro que parecia fazer parte da minha própria essência. Sentimentos negativos eram muito passageiros e, conseguia transformá-los em poeira porque o amor sempre abafava tudo.
Eu amava intensamente minha mãe, meu pai, meus irmãos. Minha casa era como um paraíso. Ficava triste quando sentia que estava sendo isolada de alguns momentos, mas a alegria chegava com muito mais potência quando participava de qualquer mínimo momento junto com a família.
Vou narrar um exemplo dessa minha necessidade de agradar para sentir parte da família.
Minha avó materna, quando visitava os netos, aos fins de semana, distribuía umas moedas para cada um comprar seus doces.
As crianças desapareciam e quando voltavam já haviam gastado e consumido os seus doces. Cada um no seu cantinho. Ninguém conseguia ver o que eles teriam comprado.
Eu, achava muito divertido mostrar que ainda não tinha comprado meus doces. Então era rodeada por todos que me acompanhavam para saborear comigo dos doces que eu deveria consumir sozinha.
Minha vó brigava comigo porque achava que eu estava sendo prejudicada. Minha mãe dizia que eu era boba. Mal sabiam elas que a satisfação maior eu havia conquistado com todos a minha volta, querendo minha atenção. Isso para mim era o máximo.
Amar na infância era isso. Praticar a generosidade, dividindo com as outras crianças, momentos de prazer e alegria; chamar a atenção dos adultos e fazê-los rirem de mim, qualquer que fosse o motivo.
Quando eu era criança não importava se estavam caçoando ou fazendo “bullying”. Qualquer coisa que trouxesse risos e olhares, aquecia meu coração.
Essa era minha definição mais pura de amar.
Na adolescência, o verbo amar perdeu um pouco de sua essência quando vivenciei traumas que provocaram muitas confusões em minha mente. Desapeguei de tudo e comecei a selecionar as pessoas que julgava merecer mais o meu amor. E cada vez mais o grupo escolhido ficava menor e menor. De repente, eu estava sozinha.
Isso durou até quando construí minha própria família. Foi então que, aprendendo com os meus filhos, evolui cada vez mais e resgatei a essência do amor.
Hoje, declaro que nasci de novo e o verbo amar voltou a funcionar na sua essência.
Amar, no meu íntimo, é isso. É conquistar a alegria do outro, ainda que tenha que me vestir de palhaço.
Por isso quero registrar tudo de maneira a conduzir a essa verdade libertadora que foi para mim e, espero, que também, a todas as almas envolvidas neste meu novelo.
O peso aumenta na medida que mantenho o silêncio; a sujeira acumula na medida em que mantenho esse estado de conformidade e aceitação; a culpa sempre rodeando e me fazendo pensar que teria condições de impedir que tudo acontecesse.
Foi então que compreendi ao observar que dos conflitos de valores que surgiram a partir das doutrinas hipócritas e tendenciosas; das conquistas injustas; dos poderes ilegítimos; bem como, da desobediência cristã no princípio do inconformismo são as verdadeiras causas de notórios efeitos absurdos e irracionais como: feminicídio, estupro, pedofilia, abuso e desrespeito contra aqueles que são mais vulneráveis.
Estou fazendo aqui um exercício muito doloroso e difícil, mas necessário. Pois, não posso mais me calar. As memórias estão torturando minha mente e sufocando minha respiração.
Tenho a convicção plena de que contando minha história é que consigo entender melhor sobre minhas escolhas.
Contudo, nada afetará essa minha derradeira escolha que é: amar para sempre. Porque descobri que o caminho do amor puro e verdadeiro é o que vai me levar para retidão. Uma reta direcionada para Deus.
Sobretudo, amar a Deus. E declaro com convicção absoluta que Ele existe e é a essência de todo o universo.
Amar ao próximo, como a mim mesma, pois todos estamos ligados e somos partes de um todo.
O amor é uma energia que envolve múltiplas dimensões. Ele está em diversos níveis; espaços simples e complexos; e nos tempos diferentes.
Deus é amor e, generosamente, concede total acessibilidade a todos os seres. O único obstáculo que se impõe a qualquer ser é o livre arbítrio de não querer amar.
Nem fácil e nem simples. Essa última escolha aconteceu depois de viajar por caminhos largos e fáceis de ódios, mágoas, apatias e sentimentos pequenos que causaram enormes dores. E a dor maior sempre é aquela que te faz arrepender.
Dentre outros muitos, sinto um profundo arrependimento de todas as minhas performances medíocres. Elas me desviaram do caminho estreito, causando lesões que por muito pouco não se transformaram em doenças crônicas e irreversíveis.
Escrevi alguns contos e desabafei, usando códigos e expressões incompreensíveis.
Fiz isso, às vezes, pensando em não machucar, principalmente as pessoas que me são tão caras. E, muitas vezes, em me posicionar como uma vítima.
A propósito, tenho que confessar, a vitimização foi a pior das escolhas.
Assim, passei muitos anos tentando construir em minha pessoa uma figura épica, heroica, que não deveria ferir ou prejudicar até mesmo a pessoa mais algoz.
Personifiquei um inimigo específico que, até então, no meu entendimento, foi a pessoa responsável por todas as confusões na minha mente. Eis aí o meu primeiro erro.
Na verdade, tudo não passou de um mero disfarce de fuga da dor, somado a um panorama egoístico.
Por vezes, fui insensata.
O pretexto de não ferir e apenas de ficar na defesa, ao me confrontar com as agressões vindas de pessoas que se espera alguma lealdade de princípios, provocou sentimentos negativos e resultados desastrosos.
Esses ataques e minhas defesas seriam a razão dessa ferida caminhar para uma fase ainda mais aguda.
Essa estúpida batalha, usando máscaras e agindo passivamente, talvez esclareça uma história de vida de muita confusão, revelada pelo comportamento, em algumas circunstâncias estratégicas, principalmente no campo do relacionamento íntimo e pessoal.
Daí, a minha decisão agora, tão mais definitiva. Ou seja, não tem mais volta. Agora vou, até onde permite o meu princípio de amar.
Uma pausa agora para uma reflexão.
Qual o significado desse verbo no infinitivo: amar?
Durante minha infância, eu amava de maneira espontânea. Isso era tão real e verdadeiro que parecia fazer parte da minha própria essência. Sentimentos negativos eram muito passageiros e, conseguia transformá-los em poeira porque o amor sempre abafava tudo.
Eu amava intensamente minha mãe, meu pai, meus irmãos. Minha casa era como um paraíso. Ficava triste quando sentia que estava sendo isolada de alguns momentos, mas a alegria chegava com muito mais potência quando participava de qualquer mínimo momento junto com a família.
Vou narrar um exemplo dessa minha necessidade de agradar para sentir parte da família.
Minha avó materna, quando visitava os netos, aos fins de semana, distribuía umas moedas para cada um comprar seus doces.
As crianças desapareciam e quando voltavam já haviam gastado e consumido os seus doces. Cada um no seu cantinho. Ninguém conseguia ver o que eles teriam comprado.
Eu, achava muito divertido mostrar que ainda não tinha comprado meus doces. Então era rodeada por todos que me acompanhavam para saborear comigo dos doces que eu deveria consumir sozinha.
Minha vó brigava comigo porque achava que eu estava sendo prejudicada. Minha mãe dizia que eu era boba. Mal sabiam elas que a satisfação maior eu havia conquistado com todos a minha volta, querendo minha atenção. Isso para mim era o máximo.
Amar na infância era isso. Praticar a generosidade, dividindo com as outras crianças, momentos de prazer e alegria; chamar a atenção dos adultos e fazê-los rirem de mim, qualquer que fosse o motivo.
Quando eu era criança não importava se estavam caçoando ou fazendo “bullying”. Qualquer coisa que trouxesse risos e olhares, aquecia meu coração.
Essa era minha definição mais pura de amar.
Na adolescência, o verbo amar perdeu um pouco de sua essência quando vivenciei traumas que provocaram muitas confusões em minha mente. Desapeguei de tudo e comecei a selecionar as pessoas que julgava merecer mais o meu amor. E cada vez mais o grupo escolhido ficava menor e menor. De repente, eu estava sozinha.
Isso durou até quando construí minha própria família. Foi então que, aprendendo com os meus filhos, evolui cada vez mais e resgatei a essência do amor.
Hoje, declaro que nasci de novo e o verbo amar voltou a funcionar na sua essência.
Amar, no meu íntimo, é isso. É conquistar a alegria do outro, ainda que tenha que me vestir de palhaço.
Por isso quero registrar tudo de maneira a conduzir a essa verdade libertadora que foi para mim e, espero, que também, a todas as almas envolvidas neste meu novelo.