Na Torre da Evolução

 

O processo de crescimento espiritual pode ser comparado ao galgar dos degraus em caracol que serpenteiam as paredes internas de uma torre. De espaço em espaço, ao longo da escada, existem pequenas janelas às quais as pessoas têm acesso em sua escalada torre acima. À medida que avançam, as pessoas têm visões diferentes através de cada janela que alcançam.


Quanto mais baixo o nível em que se encontram, maior os detalhes que chamam a atenção e menor o alcance do olhar. À medida que novos patamares são conquistados, as janelas vão mostrando um horizonte mais longínquo e uma visão mais ampla do entorno. Os detalhes começam a perder a importância.
 

Além das diferentes alturas das janelas, a cada progresso, o lado da torre em que as janelas se localizam muda e, com isso, muda a perspectiva do espectador que passa a observar também cenários diferentes.


Na torre da vida, cada pessoa se encontra na sua própria janela, cuja altitude, latitude e longitude são únicas e não compartilhadas com qualquer outro indivíduo. Sua visão deste ponto é absolutamente individual. Toda a avaliação da vida e do universo é baseada na informação que lhe é transmitida pela observação através de sua janela específica e das que já ultrapassou. Portanto, do ponto de vista do ego, da personalidade, da influência do meio e do próprio DNA, não existem duas pessoas iguais, e cada uma enxerga apenas através de sua individualidade, qualquer que seja sua posição na torre.
 

No entanto, após galgar uma boa parte da escadaria, os indivíduos passam a desviar ocasionalmente o olhar da janela para o interior da torre – o seu próprio interior. Aí se dão conta de que estão na torre, a sua verdadeira realidade. Percebem que existe uma escadaria que estão a ascender e que outras pessoas também participam deste processo ascensional, porém em diferentes patamares e em diferentes lados da torre.


Lembram-se, então, do tempo em que frequentavam níveis bem inferiores ao atual e olham para cima, onde vislumbram pessoas que já ultrapassaram o ponto em que se encontram.  É neste ponto que percebem que todos na torre são iguais, empenhados no mesmo processo de escalada, e que as diferenças todas tendem a desaparecer na medida em que as pessoas se aproximam mais e mais do topo, de onde a visão é total e igual para todos.
 

Ciência e espiritualidade

 

A visão da ciência convencional é exterior. Ela vasculha cada canto do que possa ser visto da janela em que se encontra o pesquisador; mas a ciência não olha para dentro da torre, pois ela não existe na dimensão em que a ciência explora o objeto de suas pesquisas.

 

O avanço do cientista a patamares superiores na torre permite a ele uma observação mais ampla do exterior, o que maravilhosamente nos tem brindado com a Nova Ciência, que cada vez mais tangencia os limites entre matéria e espirito. Mas ainda assim, apenas o que pode ser visto do lado de fora é o que interessa. A observação do interior - do processo de crescimento da consciência espiritual do próprio pesquisador e dos demais indivíduos – ainda é um ensaio cujas descobertas deixam os pesquisadores atônitos, ou descrentes.
 

A pesquisa cientifica tem que ter um objeto ou um processo externo ao pesquisador que possa ser o foco de uma avaliação racional. O desenvolvimento da consciência em si – o grau de maturidade com que esta avaliação é feita - é algo que foge aos protocolos da pesquisa científica e que não se pode comprovar cientificamente. No entanto, é na torre que a humanidade evolui. É da torre que, através da evolução da consciência, cada pessoa e a humanidade podem influenciar o que se passa do lado de fora: o campo das pesquisas científicas.