REFÚGIO
O meu desejo de hoje seria encontrar um cantinho escuro e silencioso pra chorar em paz, pra ser um ninguém sozinho e libertar- me das dores e das angústias que me perseguem.
Têm dias que são feitos pra isto: serem regados à lágrimas. Não é que eu seja fraco, é só um pedido de minh'alma me mostrando que sou humano, que preciso atender e que não há nada de errado com isso.
Há um excesso aqui dentro que não consigo expressar, uma boa fração de tempo recluso talvez ajude a acalentar o peito que agora arde.
Talvez eu sinta tudo o tempo todo e de forma exagerada, mas o problema maior não é o sentir, é não saber expressar, é eu não entender e o que o que eu não entendo, por sua vez, me domina, me faz refém, judia com toda a escrotidão possível. O resultado disso? Uma mente com hiperatividade que está muito além do aqui e do agora.
Como proceder? Eis aqui a grande questão cuja resposta traria calmaria ao mar agitado no qual fui transformado. Como é que eu vou trabalhar algo que eu não conheço, que eu não sei como combater? Tudo bem que faz parte de mim e que sou eu quem sente, mas eu não sei como lidar.
Essa interrogação gigantesca cheia de interrogações menores seguem enfeitando os meus dias.