A Nova Ordem Mundial
Em todas as Eras sempre houve aspectos e intenções de determinantes que estabeleciam ou forçavam a/em Uma Ordem Mundial, desde os mais primórdios dos tempos, principalmente no Império Romano.
Albert Memmi, judeu tunisiano, em seu livro "Retrato do Colonizado Precedido Pelo Retrato do Colonizador". Traz a abordagem do que foi a Ordem Mundial no colonialismo. Memmi faz das figuras do colonizador e do colonizado, nos fala de uma realidade, de uma situação humana e de um fenômeno histórico, o colonialismo. Sugere a atualidade que os temas ligados à história e ao colonialismo têm tido neste eterno ir e vir do mundo. Embora vivamos ainda a agonia do colonialismo tradicional que originou a divisão do mundo entre as potências, vemos que novas formas de dominação têm se estabelecido entre os povos e, em muitos casos os novos colonizadores não são mais o branco europeu, mas elementos vindos da própria terra colonizada. A insurreição e a revolta de antigas colônias e povos ditos subdesenvolvidos provoca o surgimento de novas formas de imperialismo e dominação hoje menos visíveis, mas, nem por isto, menos eficazes.
O domínio econômico, o controle dos meios de comunicação da propaganda e da produtividade perpassam mais sutilmente que a dominação feita com ferro e fogo de outrora, sem, inclusive, expor e ameaçar a soberania dos povos e seu sentimento de nacionalidade. Uma forma nova de colonialismo, que poderíamos chamar de " neocolonialismo tecnológico" vem se impondo gradualmente desde a chamada revolução industrial que, além de separar o chamado primeiro mundo dos demais, faz com que o dito "segundo mundo", que seria aquele dominado pelo já finado comunismo e o terceiro mundo se subdividam e criem os clássicos contraste entre riqueza e pobreza, já que o acesso a tecnologia sempre demandou muito mais que vontade de a possuir.
A Nova Ordem Mundial é um conceito sócio-econômico-político que faz referência ao contexto histórico do mundo pós-Guerra Fria. A expressão foi pela primeira vez usada pelo presidente norte-americano Ronald Reagan na década de 1980, referindo-se ao processo de queda da União Soviética e ao rearranjo geopolítico das potências mundiais.
A Nova Ordem Mundial foi o que o presidente Bush chamou de ordem multipolar, onde novos pólos econômicos estavam surgindo, entre eles, Japão, China, Rússia e União Européia. Quando deu início a nova ordem mundial, a rivalidade entre os sistemas econômicos opostos, a classificação dos países em 1º, 2º e 3º mundo e a ordem bipolar, EUA e URSS, deixaram de existir.
O termo Nova Ordem Mundial tem sido aplicado de forma abrangente, dependendo do contexto histórico, mas de um modo geral, pode ser definido como a designação que pretende compreender uma radical alteração, e o surgimento de um novo equilíbrio, nas relações de poder entre os estados na cena internacional.
Num contexto mais moderno, percebe-se muitas vezes esta referência ser feita a respeito das novas formas de controle tecnológico das populações, num mundo progressivamente globalizado, descrevendo assim um cenário que aponta para uma evolução no sentido da perda de liberdades e um maior controle por entidades distantes, com o quebramento da autonomia de países, grupos menores em geral, e indivíduos.
Esta descrição ganha por vezes traços de natureza conspirativa, mas o que realmente se procura é traçar cenários realistas, com base em fatos, acerca do impacto de novos elementos da sociedade moderna e de como esta evolui.
Há inclusive um tema chamado revolução dos assuntos militares, em que se procura discutir o impacto das novas tecnologias na forma de guerra.
A nova ordem mundial é definida como multipolar, isto é, existem vários centros de poder. Normalmente, consideram-se três grandes potências mundiais de grande poderio econômico e tecnológico: os Estados Unidos da América, o Japão e a União Européia, com destaque para a Alemanha.
No final da década de 80, o mundo não era mais bipolar. Isto é, não havia mais a marca da disputa entre as duas superpotências: EUA, representando o capitalismo e a URSS, representando o socialismo. Mas foram a queda do Muro de Berlin e a reunificação da Alemanha, em 1990, os verdadeiros marcos dessa passagem.
VELHA ORDEM PARA A NOVA ORDEM
Hoje, no mundo multipolar do pós-Guerra Fria, o poder é medido por pela capacidade econômica - disponibilidade de capitais, avanço tecnológico, qualificação da mão-de-obra, nível de produtividade e índices de competitividade.
Outro importante aspecto da nova ordem é o aprofundamento da tendência de globalização em suas várias facetas. Essa tendência acontece tanto em âmbito regional, quanto mundial, com o fortalecimento de blocos econômicos supranacionais.
A globalização nada mais é do que uma ferramenta nova da expansão capitalista. Pode-se afirmar que a globalização está para o atual período científico-tecnológico, assim como o colonialismo esteve para a sua etapa comercial, ou o imperialismo para o final da fase industrial.
A globalização trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e, portanto, os lucros, que movem os capitais produtivos e especulativos. Agora a invasão não é mais armada, feita com tropas é muito mais sutil e eficaz. Trata-se de uma invasão de mercadorias, capitais, serviços, informações, pessoas. As novas armas são a agilidade e a eficiência das comunicações, da informática, dos airbus.
A invasão de agora é, muitas vezes, instantânea, on-line, via redes mundiais de computadores, que interliga as bolsas de valores ou de capitais especuladores de curto prazo, com grande velocidade, em busca de mercados mais interessantes.
É fato que a nova ordem acabou com o perigo de uma III Guerra Mundial. Mas os problemas e as contradições, tanto do capitalismo, quanto do socialismo, que eram deixados em segundo plano, passaram a a aflorar, chamando a atenção de todo.
Desigualdades sociais e regionais, sentimentos xenófobos, desemprego, agressão ao meio ambiente, conflitos religiosos e étnicos. Assim, o que se percebe é que, com o fim da Guerra Fria, muitas tensões e conflitos, que estavam latentes, vieram à tona.
É importante ficar claro que a nova ordem mundial é a constituição de uma novo arranjo geopolítico e econômico no plano internacional, e não um novo mundo no qual impere a ordem, a estabilidade, o respeito às minorias. A nova ordem mundial, não significa um mundo de paz, mas está muito longe disto.
Como já foi dito, o fim da bipolarização mundial trouxe duas grandes conseqüências: a formação de blocos econômicos transnacionais e a eclosão de conflitos étnico-religiosos.
BLOCOS ECONÔMICOS
UNIÃO EUROPEIA
Idealizada por volta dos anos 50 e tendo como nomes, Mercado Comum Europeu ou Comunidade Econômica Européia, foi uma associação pioneira. Foi com o exemplo desta união que deu origem a outros mercados econômicos internacionais.
A UE (União Européia) é um bloco econômico, político e social de 27 países europeus que participam de um projeto de integração política e econômica..Os países integrantes são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária. Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República, Romênia e Suécia. Macedônia, Cróacia e Turquia encontram-se em fase de negociação.Estes países são politicamente democráticos, com um Estado de direito em vigor.
Todos os países que estão neste mercado, abriram suas fronteiras alfandegárias sendo que os países podem vender suas mercadorias em qualquer destes, sem pagar nenhum imposto. Sucessivos tratados foram negociados para uma unificação na economia e também, em parte, na política avançando enormemente. Sendo que áreas mais atrasadas neste bloco estão recebendo apoio por parte dos outros integrante para que haja desenvolvimento, num todo; e é claro tendo um segredo para todo este sucesso, que é, um grande mercado consumidor de 360 milhões de pessoas.
Os tratados que definem a União Européia são: o Tratado da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA), o Tratado da Comunidade Econômica Européia (CEE), o Tratado da Comunidade Européia da Energia Atômica (EURATOM) e o Tratado da União Européia (UE), o Tratado de Maastricht, assinado em dezembro de 1991, em Maastricht (Holanda), que estabelece fundamentos da integração política. Neste último tratado, se destaca acordos de segurança e política exterior, assim como a confirmação de um Constituição Política para a União Européia e a integração monetária, através do euro.
A Moeda Única: o euro
Com o propósito de unificação monetária e facilitação do comércio entre os países membros, a União Européia adotou uma única moeda. A partir de janeiro de 2002, os países membros (exceção da Grã-Bretanha) adotaram o euro para livre circulação na chamada zona do euro, que envolve 16 países.
Objetivos da União Européia:
- Promover a unidade política e econômica da Europa;
- Melhorar as condições de vida e de trabalho dos cidadãos europeus;
- Melhorar as condições de livre comércio entre os países membros;
- Reduzir as desigualdades sociais e econômicas entre as regiões;
- Fomentar o desenvolvimento econômico dos países em fase de crescimento;
- Proporcionar um ambiente de paz, harmonia e equilíbrio na Europa.
Com a unificação da Europa, as empresas estão ocupando um mercado mais amplo, fazendo até fusões com empresas de outros países deste bloco. E com essa unificação, o conceito de cidadania mudou junto, já que um belga pode fazer um seguro na Itália, um alemão pode comprar um carro inglês do mesmo preço que se é praticado neste país e um espanhol pode abrir a filial de sua firma na Holanda. Um porém nesta unificação é que os países dela compostos, devem dar prioridade aos produtos que são fabricados dentro da união, como é o caso da Grã-Bretanha que deixou de comprar lã da Austrália e Nova Zelândia para dar este direito aos italianos e dinamarqueses, mesmo seus preços sendo mais elevados. Um dos maiores problemas existentes nesta união são a mão-de-obra desempregada, que atualmente contém 19 milhões de pessoas.
Também fica garantida a cidadania única aos habitantes dos países do bloco. O acordo lança ainda as bases de uma política externa e de defesa européias. A União da Europa Ocidental (UEO) será o braço armado da UE e agirá em sintonia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental liderada pelos EUA. Na questão social, ficam definidos quatro direitos básicos: livre circulação, assistência previdenciária, igualdade entre homens e mulheres e melhores condições de trabalho. Além disso, serão unificadas as leis trabalhistas, criminais, de imigração e as políticas externas dos países membros. Após sua assinatura, o Tratado é submetido à aprovação da população de cada país membro por meio de plebiscitos nacionais ou votações indiretas.
NAFTA
Como os EUA não têm mais concorrência com a União Soviética e com o objetivo de desenvolveram suas empresas para que sobrevivam, nasceu em 1992 o NAFTA -North American Free Trade Agreement (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) reunindo EUA, Canadá e México para consolidar um comércio regional já intenso.
Prevê-se, como objetivo, que futuramente, serão eliminadas todas as barreiras existentes entre estes três países fazendo, com que, dinheiro e mercadorias circulem livremente em toda esta área de acordo. Juntos eles somam cerca de 372 milhões de habitantes que compreendem consumidores de poder de compra elevado.
O NAFTA não prevê acordos nos quais não estão contidos a livre circulação de trabalhadores em busca de melhores condições e lugares e também numa unificação total da economias dos países pertencentes, e sim em um acordo que se forme uma zona de livre comércio para a atuação e proliferação das empresas em um espaço protegido.
Este bloco econômico está esbarrando em muitas diferenças sociais que, como maior exemplo o México possui em relação aos outros integrantes, o que dificulta muito e causa descontentamento em alguns sindicatos dos EUA, pois ao mesmo estão preocupados com a possibilidade de algumas fábricas mudarem-se para o México deixando a mão-de-obra, em lugares dos EUA, desempregada.
O NAFTA também está interessado, é claro, em proteger os produtos ali fabricados, colocando uma taxa de importação sobre alguns produtos tornando-os menos atraentes para os consumidores desses três países.
TIGRES ASIÁTICOS
O grupo formado por Coréia do Sul, Taiwan (Formosa), Cingapura e Hong Kong (localizados na Ásia, obviamente), surgiu durante a disputa comercial iniciada com o fim do comunismo e a abertura dos mercados de antigos países socialistas.
Durante esse período iniciou-se a criação de vários blocos econômicos com o fim de facilitar o as transações comerciais e financeiras.
O Japão, que a essa altura já era um país bastante desenvolvido, foi o principal propulsor do crescimento dos países do sudoeste asiático.
Após a Segunda Guerra Mundial o Japão estava completamente arrasado. Mas, através de uma política voltada para a captação de recursos externos e na criação de uma poupança interna o Japão conseguiu criar um terreno propício para o crescimento das indústrias no local.
Outro aspecto interessante de sua política de reestruturação foi que, ao contrário das nações da Europa, o crescimento japonês se deu às margens do capital americano embora desde a década de 60 o Japão exportasse eletrônicos e outros artigos para os EUA.
O fato é que o investimento na educação e na infra-estrutura de transportes, assim como a desvalorização do iene (fazendo com os produtos japoneses ficassem mais baratos que os outros no exterior) impulsionaram a economia local que continuou evoluindo e teve grande importância na criação do bloco econômico da bacia do Pacífico.
Contudo, os Tigres Asiáticos não formam um novo bloco econômico com bases institucionais constituídas, como a União Européia, mas isso não diminui a importância e a dinâmica do grupo quanto às questões econômicas, comerciais e políticas da região.
Tanto é que a Austrália que historicamente sempre foi a parceira comercial da União Européia vem pendendo para o lado do Japão e, consequentemente dos Tigres Asiáticos.
Entretanto, o modelo de crescimento da economia dos Tigres Asiáticos apresenta a falha de depender dos mercados compradores, uma vez que sua economia se baseia unicamente na exportação. Os países chegaram a adotar altas tarifas governamentais para o consumo doméstico com o intuito de aumentar o excedente para as exportações. Mas não se pode negar que suas estratégias deram certo: o grupo possui a maior indústria naval do mundo, o maior exportador de tecidos, relógios e rádios, a maior indústria de bicicletas, a 2ª reserva mundial em moeda estrangeira e o maior complexo de refinarias do mundo.
APEC
A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) é um bloco econômico formado para promover a abertura de mercado entre 20 países e Hong Kong, que respondem por cerca de metade do PIB e 40% do comércio mundial. Oficializada em 1993, pretende estabelecer a livre troca de mercadorias entre todos os países do grupo até 2020. Integram este bloco econômicos os seguintes países: Estados Unidos da América, Japão, China, Formosa (também conhecida como Taiwan), Coréia do Sul, Hong Kong (região administrativa especial da China), Cingapura, Malásia, Tailândia, Indonésia, Brunei, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Canadá, México, Rússia, Peru, Vietnã e Chile. Somadas as produções industriais de todos os países, chega-se a metade de toda produção mundial. Quando estiver em pleno funcionamento (previsão para 2020), será o maior bloco econômico do mundo.
ASEAN
Formada a partir de 1967, com a declaração de Bangkok, pelos ministros das relações exteriores da Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia, a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) se destacou como um Bloco de extrema importância para a economia asiática. Posteriormente o minúsculo e riquíssimo sultanato de Brunei, grande exportador de petróleo, aderiu ao bloco. Um secretariado foi estabelecido em Cingapura e o acordo fechado como um contexto de bloco econômico comercial. Inicialmente o bloco representava uma aliança voltada contra os países socialistas da Indochina (Vietnã, Camboja e Laos), em guerra contra os Estados Unidos.
Política e economicamente, o bloco começou a desenvolver um papel regional distintivo com o fim da guerra do Vietnã em 1975, e do conflito cambojano em 1992, tornando-se aparente na crescente importância dos agentes regionais na presente e futura estrutura dos processos de relações internacionais.
Nos anos 1990, Vietnã, Laos, Mianmar (ex-Birmânia) ingressaram na ASEAN. O bloco passou a se vincular à dinâmica desenvolvimentista do Japão, dos Tigres Asiáticos (a cidade-Estado de Cingapura é um deles) e, posteriormente, do Dragão chinês e tem demonstrado uma impressionante taxa de crescimento para o mundo e também um dinamismo econômico potente. Com isso, a região do sudeste asiático tem por objetivos principais assegurar a estabilidade política e acelerar o processo de desenvolvimento na região.
Também se pode destacar a necessidade de segurança militar e o bem estar financeiro como objetivos para serem conquistados pelo bloco. Avesso à ingerências externas nos problemas da região, o bloco tem conseguido solucionar crises como a do Camboja e administrar situações sensíveis como a relação entre a Junta Militar de Myanmar e a oposição e a comunidade internacional. Tenta, no plano regional, criar uma integração que compense o crescente peso da China ao norte e da Índia ao oeste.
Um dos problemas de mais destaque que a ASEAN enfrentou foi à busca de um balanço contra a crescente influência japonesa e chinesa na sua economia, envolvendo assim forças externas como a União Européia e os Estados Unidos na sua diplomacia regional. A formação do Fórum Regional da ASEAN foi o que anexou os estados da mesma com mais onze países da bacia pacifica e ainda com os estados da União Européia, com o objetivo de resolver a situação e concluir sua própria zona de livre comércio.
O bloco representa hoje um mercado de 520 milhões de pessoas e com um PIB de quase meio bilhão de dólares, que desenvolve programas de cooperação nas áreas de transporte, comunicação, segurança, relações externas, indústria, finanças, agricultura, energia, tecnologia, educação, turismo e cultura regional. Está em discussão a associação do Japão, da China e da Coréia do Sul ao bloco, que desempenha um papel crescente nas relações internacionais.
CARICOM -
O Bloco do CARICOM — Caribbean Community — foi oficialmente estabelecido e efetivado em 1973, com o Tratado de Chaguaramas, tendo como membros iniciais Barbados, Jamaica, Guiana, e Trinidad e Tobago.
É um bloco de cooperação econômica e política, criado em 1973, formado por países e quatro territórios da região caribenha, e Cuba admitida como observadora do Caricom.
O bloco foi formado por ex-colônias de potências européias que, após a sua independência, viram-se na contingência de aliar-se para suprir limitações decorrentes da sua nova condição e acelerar o seu processo de desenvolvimento econômico.
Através da formação desse bloco, os países membros, em comum acordo, objetivam o livre comércio na região, proporcionar a circulação do trabalho e capital, coordenar a agricultura e a indústria.
Em 1999, foi criado um acordo de livre comércio para a redução de tarifas entre os países do Caricom. No entanto, as tarifas continuam elevadas, com uma média de 15%, índice considerado alto pela OMC (Organização Mundial do Comércio). No ano 2000, Cuba e República Dominicana foram inseridas nos acordos de livre comércio com o bloco.
O Caricom é um bloco que, além de questões econômicas, aborda aspectos como política externa, e desenvolve projetos comuns nas áreas de saúde, meio ambiente, educação e comunicação.
O bloco tem uma população atual de, aproximadamente, 14,6 milhões de habitantes, o PIB (Produto Interno Bruto) é de US$ 28,1 bilhões.
São Países-Membros do CARICOM: Antigüa e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago
CEI
A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) é uma organização governamental fundada no dia 8 de dezembro de 1991, composta pelas antigas repúblicas soviéticas e, de certa forma, sucessora parcial da antiga União Soviética. Inicialmente esta comunidade estava composta por três membros: Bielorússia, Ucrânia e Rússia. Duas semanas depois de sua criação, outras oito ex-repúblicas soviéticas (Armênia, Azerbaijão, Kasaquistão, Moldávia, Usbequistão, Kirgistão, Tajikistão e Turcomenistão) também foram admitidas como membros fundadores, sujeitas à aprovação dos seus respectivos parlamentos. Estônia, Lituânia e Letônia, anteriormente tinham se tornado independentes e declinaram do convite de integra a CEI. A Geórgia rechaçou a proposta até 1993.
Os membros da CEI atuam como estados independentes. À unidade central, formada de modo semelhante à Comunidade Econômica Européia (atual União Européia), foi conferida uma autoridade limitada, que inclui o estabelecimento de uma esfera econômica comum e a coordenação na política exterior e imigração, a proteção do meio ambiente e a luta contra os delitos. A União Soviética dissolveu-se formalmente e os estados assumiram a propriedade de suas instalações. Os líderes deixaram o controle das armas nucleares de longo alcance sob a tutela do presidente russo Boris Yeltsin e do comandante e chefe das forças armadas da CEI, o marechal Evgeni Shaposhnikov. O presidente ucraniano, Leonid M. Kravchuk, insistiu em conservar o direito de cancelar o lançamento das armas desde o território ucraniano. Os líderes das repúblicas concordaram em aceitar os acordos internacionais da União Soviética, incluindo a política de desarmamento nuclear. A Rússia ficou com uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas que tinha pertencido à União Soviética. Os EUA reconheceram a independência das repúblicas e todas elas se tornaram membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
Desde sua fundação, a CEI tem se caracterizado pelas disputas entre os estados membros e o não cumprimento dos acordos escritos. Segundo os primeiros acordos, as repúblicas tinham o direito de possuir suas próprias forças armadas ou unidades de guarda nacional. As repúblicas adotavam o rublo russo como unidade monetária comum e concordavam em relação aos direitos humanos, na necessidade de preservar as culturas das diferentes etnias minoritárias e a cooperação e coordenação de reformas que ajudassem a estabelecer economias de livre mercado. No entanto, as diferenças étnicas e regionais, contidas durante décadas pela autoridade central, ressurgiram na forma de guerras civis na Geórgia, Moldávia, Tajikistão e na região do norte do Cáucaso da Rússia e como conflito entre a Armênia e o Azerbaijão.
MERCOSUL
Criado em 1991, o mercado Comum do Sul (Mercosul). Os membros deste bloco econômico da América do Sul são os seguintes países : Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela (entrou em julho de 2006). A origem do Mercosul está nos acordos comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80 em que assinaram vários acordos comerciais com o objetivo de integração.
No início da década de 90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de integração mais abrangente. Em 1995, instala-se uma zona de livre comércio. Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países -membros podem ser comercializadas internamente sem tarifas de importação. Alguns setores, porém, mantêm barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o bloco estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas externas para diversos itens. Em julho de 1999, um importante passo foi dado no sentido de integração econômica entre os países membros. Estabelece-se um plano de uniformização de taxas de juros, índice de déficit e taxas de inflação. Futuramente, há planos para a adoção de uma moeda única, a exemplo do fez o Mercado Comum Europeu.
As duas maiores economias do Mercosul enfrentam algumas dificuldades, com alguns conflitos nas relações comerciais. A Argentina está impondo algumas barreiras no setor automobilístico e da linha branca (geladeiras, micro-ondas, fogões ), pois a livre entrada dos produtos brasileiros está dificultando o crescimento destes setores na Argentina.
Na área agrícola também ocorrem dificuldades de integração, pois os argentinos alegam que o governo brasileiro oferece subsídios aos produtores de açúcar. Desta forma, o produto chegaria ao mercado argentino a um preço muito competitivo, prejudicando o produtor e o comércio argentino. Em 1999, o Brasil recorreu à OMC ( Organização Mundial do Comércio ), pois a Argentina estabeleceu barreiras aos tecidos de algodão e lã produzidos no Brasil. No mesmo ano, a Argentina começa a exigir selo de qualidade nos calçados vindos do Brasil. Esta medida visava prejudicar a entrada de calçados brasileiros no mercado argentino.
Estas dificuldades estão sendo discutidas e os governos estão caminhando e negociando no sentido de superar barreiras e fazer com que o bloco econômico funcione plenamente.
Espera-se que o Mercosul supere suas dificuldades e comece a funcionar plenamente e possibilite a entrada de novos parceiros da América do Sul. Esta integração econômica, bem sucedida, aumentaria o desenvolvimento econômico nos países membros, além de facilitar as relações comerciais entre o Mercosul e outros blocos econômicos, como o NAFTA e a União Européia. Economistas renomados afirmam que, muito em breve, dentro desta economia globalizada as relações comerciais não mais acontecerão entre países, mas sim entre blocos econômicos. Participar de um bloco econômico forte será de extrema importância para o Brasil.
Com uma área total de quase 12 milhões de km2, Atualmente, os países do Mercosul juntos concentram uma população estimada em 311 milhões de habitantes e um mercado potencial de consumidores.
Se considerarmos que, no decorrer do século 21, a água será um elemento estratégico essencial, é importante destacar que dentro do Mercosul estão as duas maiores bacias hidrográficas do planeta: a do Prata e a da Amazônia.
Chile, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia poderão entrar neste bloco econômico, pois assinaram tratados comerciais e já estão organizando suas economias para tanto. Participam até o momento como países associados ao Mercosul.
CAFTA-DR - Central American Free Trade Agreement- Dominican Republic
O Cafta-DR (acordo de Livre comércio da América Central e República Dominicana) é um acordo que quer criar uma zona de Livre Comércio para reduzir e eliminar as taxas alfandegárias entre os países membros que são Costa Rica, El salvador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, Nicarágua e República Dominicana. O Congresso norte-americano aprovou o Cafta-DR em julho de 2005.
O projeto vem sendo tratado como alternativa dos países desenvolvidos à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), cujas negociações estão emperradas.
Os principais objetivos deste bloco são: dar um grande passo para a criação da alca; banir certas medidas protecionistas; banir auxílio na produção agrícola dos países membros; fortalecer algumas regras trabalhistas da organização Internacional do Trabalho; reduzir a corrupção nos governos; implantar medidas antidumping nos países membros.
Apesar de o Brasil não participar diretamente do acordo, a aprovação do tratado pode beneficiar o país, pois o açúcar brasileiro ganharia competitividade com a eventual eliminação de cotas de importação ao produto nos EUA.
PACTO ANDINO
Bloco econômico instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena - seu nome oficial - com o objetivo de aumentar a integração comercial, política e econômica entre os países-membros. Também é conhecido como Grupo ou Comunidade Andina. Em 1991, a Declaração de Caracas estabelece uma zona andina de livre comércio, que começa a vigorar em janeiro de 1992. As tentativas de determinar uma tarifa externa comum, no entanto, vêm fracassando.
Como reação ao movimento para a criação da Alca, o Mercosul inicia uma aproximação estratégica com o bloco andino. As negociações, porém, não evoluem, em virtude das barreiras tarifárias do grupo andino, principalmente no setor agrícola. Como alternativa, os países-membros continuam assinando acordos em separado com os parceiros sul-americanos.
Em 1997, segundo a secretaria geral do Pacto Andino, o valor das transações comerciais entre os países-membros atinge US$ 5,5 bilhões, registrando um crescimento de 19,2% em relação a 1996. A organização estima que em 1998 esse valor chegue a US$ 6,3 bilhões.
Em 1999, o bloco firma um acordo de tarifas preferenciais com o Brasil, com prazo inicial de dois anos, que estabelece tratamento especial para uma ampla variedade de produtos e em julho de 2000 assina um trato similar com a Argentina. O Pacto Andino mantém conversações com o Mercosul com a finalidade de estabelecer uma zona de livre comércio entre seus membros em 2002.
Membros - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru (1969); Venezuela (1973). O Chile sai em 1976. O Panamá participa como observador.
O bloco teve apoio dos Estados Unidos desde sua criação, em 1969. Os norte-americanos queriam estimular o comércio entre os países-membros, pensando em uma opção ao tráfico de drogas para a geração de riqueza. Apesar de o comércio na região ter aumentado desde o acordo, os EUA continuam a ser o principal parceiro da maioria dos signatários. No entanto, os países andinos parecem muito mais próximos economicamente do Mercosul do que dos Estados Unidos. Por outro lado, os norte-americanos exercem forte influência política no bloco.
SADC
A SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) é um bloco econômico formado pelos países da África Austral. São eles: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbábue. A Southern Africa Development Community como é chamada oficialmente, se originou em 1992 a partir da transformação da SADCC, criada desde 1980 e que era constituída por nove nações. Atualmente, a SADC é formada por 14 países-membros, totalizando um PIB de cerca de 226 bilhões de dólares e uma população de 210 milhões de pessoas.
Os objetivos do bloco é, em síntese, proporcionar o crescimento das economias dos países africanos e conseqüentemente, o desenvolvimento e a melhoria na qualidade de vida de seu povo. Outros objetivos não menos importantes são: a promoção da paz e da estabilidade da região, do desenvolvimento sustentável e do combate à AIDS; e a reafirmação dos legados sócio-culturais africanos.
Esses países, com exceção da África do Sul, que se situa em um grau bem mais elevado de desenvolvimento econômico, passaram a adotar medidas para alcançar o mercado regional, sendo que nesse caso, o desenvolvimento da indústria local é fundamental para a diminuição da dependência dos produtos estrangeiros. Dessa forma, a produção desses países referidos tem se concentrado na produção de produtos de base.
O principal parceiro econômico da SADC é a União Européia, no entanto, essas relações comerciais vêm diminuindo bastante: de 7% na década de 80 para 3% atualmente. Além disso, diversas medidas estão sendo adotadas para tentar diminuir a dependência desses países com as nações desenvolvidas.
CONFLITOS
ÍNDIA x PAQUISTÃO
A Índia e o Paquistão, assim como quase toda a Ásia, também enfrentaram a expansão imperialista européia no século XIX. Apenas em 1947, com a retirada das tropas britânicas, estes países se tornam livres politicamente.
Desde que se tornaram independentes, a Índia e o Paquistão travaram três guerras. Duas delas foram motivadas pela disputa sobre a Caxemira, região fronteiriça, na Cordilheira dos Hiamlaias.
A população da região é de maioria mulçumana (70%), perfil semelhante ao da população do Paquistão. A Índia controla dois terços da região e acusa o vizinho (Paquistão) de armar e treinar guerrilheiros separatistas mulçumanos. O Paquistão nega as acusações e diz fornecer apenas apoio moral e diplomático aos rebeldes islâmicos.
Mais de 30 mil pessoas morreram , na Caxemira indiana, desde que o movimento separatista começou a atuar na região.
Escalada Nuclear
A rivalidade entre este dois países levou a uma corrida armamentista, colocando Índia e Paquistão no clube dos países nucleares.
Em 1998, a Índia promoveu cinco explosões nucleares. Como resposta à demonstração de força, o Paquistão realizou seis testes.
A "nuclearização" da Índia e do Paquistão chamou a atenção internacional para a questão da Caxemira. O Paquistão tenta aproveitar a inquietação causada pelas explosões para obter uma mediação, categoricamente rejeitada pela Índia.
Em julho de 2001, o aconteceu um encontro de cúpula, que reunia os líderes da Índia e Paquistão, em Agra. A reunião tentava chegar a uma solução pacífica, mas não obteve êxito. Segundo analistas, o encontro funcionou como um preparador de terreno para futuras negociações.
Um dos principais obstáculos à negociação foi a postura da Índia em relação ao território. Historicamente o país vem afirmando que sua soberania sobre a Caxemira é inegociável.
A QUESTÃO IUGOSLAVA
A Iugoslávia foi um produto do nacionalismo sérvio e da decomposição dos impérios Turco-Otomano e Austro-Húngaro. No início do século XX, a Sérvia encabeçou um projeto "pan-eslavista" com o intuito de formar a Grande Sérvia, reunindo os povos eslavos dos Bálcãse dominando as outras etnias da região.
No final da I Guerra Mundial, a derrota e decomposição dos sois Impéris permitiram a formação da Polônia, Tchecoslováquia, Hungria e Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, que mais tarde se tornaria a República da Iugoslávia.
No novo estado, a elite nacionalista sérvia exercia poder sobre os diversos grupos religiosos e étnicos, caracterizando o artificialismo da unificação. Não havia uma consciência nacional única, nem mesmo laços comuns que os unissem. As tensões étnico-religiosas explodiram durante a II Guerra Mundial, quando a Alemanha Nazista aliou-se com os nacionalistas croatas e ocupou a Sérvia.
A resistência contra a invasão nazista foi a liderada por Jisip Broz Tito, um croata que comandou os partizans (guerrilheiros comunistas). A vitória conquistada com pouquíssima ajuda da ajuda externa deu a Tito forças para tomar o poder e proclamar a República Popular da Iugoslávia, de orientação socialista.
O "país dos eslavos do Sul", localizado nos bálcãs, possuía uma área um pouco maior que estado de São Paulo. Com vasto litoral voltado para o Mar Adriático, era constituído por seis repúblicas autônomas com direitos iguais: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Montenegro, Macedônia e Bósnia Hezergovina, e ainda duas províncias autônomas: Kosovo e Vojvodina
Assim, a Iugoslávia surgiu no final da I Guerra Mundial como reino dos sérvios, croatas e eslovenos. Contudo, a consolidação só se deu na II Guerra Mundial, com Tito, que permaneceu como grande líder do país até a sua morte em 1980.
A unidade do estado Iugoslavo apoiou-se em três pilares: o monopólio político do partido comunista; a estrutura política federativa, elaborada por Tito; e a neutralidade geopolítica, já que a Iugoslávia foi um dos estados fundadores do Terceiro Mundismo - grupo de países não alinhado nem ao socialismo, nem ao capitalismo.
A morte de Tito, em 1980, anunciou a crise que viria a destruir a Iugoslávia. A desagregação dos regimes comunistas da Europa centro-oriental, em 1989/90, acendeu o pavio das reivindicações separatistas. A elite comunista sérvia apegou-se à velha bandeira da Grande Sérvia aumentando as rivalidades nacionalistas que corroíam o país.
Slobodan Milosevis, o então líder da ainda Iugoslávia, investiu no ultranacionalismo dos sérvios, etnia majoritária na região, para que estes assumissem o controle do país.
O pluripartidarismo começou a ocorrer em várias regiões, assim como eleições de líderes não socialistas.
Em 1991, a Macedônia a Eslovênia e a Croácia proclamaram suas independências respectivas contra os ideais sérvios. Estes por sua vez, invadiram os territórios independentes, iniciando um conflito sangrento.
Com o fim do conflito, estes estados passaram a ser oficialmente reconhecidos como nações livres.
Em 1992, a Bósnia Hezergovina iniciou seu processo de independência, que desencadeou uma violenta guerra civil entre os principais povos do país: mulçumanos 44%, sérvios 36% e croatas 20%
A guerra da Bósnia (1992 - 1995) foi o conflito mais violento desde a II Guerra Mundial, provocando a morte de 200 mil pessoas e mais de 1 milhão de refugiados.
O conflito encerrou-se após a interferência da ONU e da OTAN, que levou à assinatura do Tratado de Dayton, em 1995. Este tratado transformou a República numa Confederação, que reúne, sob um frágil governo central, uma federação mulçumano-croata e um República Sérvia.
A fragmentação da Iugoslávia removeu um pilar da estabilidade, alcançada no pós-Guerra e deu origem a cinco estados: a Iugoslávia, formada pela Sérvia e por Montenegro; a Bósnia; a Croácia; a Eslovênia; e a Macedônia.
Depois da Guerra da Bósnia, no fim da década de 90, o conflito foi no Kosovo, que permanecia à Sérvia desde de 1989, quando Slobodan Milosevoc recusou-se a devolver a autonomia a Kosovo, alegando que a região representava um marco na história da Sérvia.
Em março de 1999, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) decidiu atacar a Iugoslávia. A terrível operação de bombardeio aéreo da OTAN contra a Nova Iugoslávia foi chamada "Guerra Cirúrgica", pois os Estados Unidos queriam evitar o contato direto de seus soldados com os do oponentes. Isto porque os sérvios, além do seu grande conhecimento da região, possuem uma tradição de guerrilheira.
Após quase três meses de violentos ataques aéreos e mais de 1,2 mil civis mortos, Molosevic se rendeu e retirou as tropas iugoslavas de Kosovo. Como resultado, Kosovo tornou-se um protetorado militar administrado pela ONU e continua a pertencer formalmente à Sérvia.
Em 24 de setembro de 2000, foram realizadas eleições na Iugoslávia e o líder a oposição, Vojislav Kostunica, venceu. O presidente Slobodan Milisevic, contudo, manipulou os resultados para que fosse realizado um segundo turno e não satisfeito com o desfecho, acabou anulando o pleito. A população inconformada invadiu o prédio do parlamento, exigindo a renúncia de Milisevic. Em 06 de outubro de 2000, Vojislav Kostunica assumiu a presidência da Iugoslávia.
Mas o pesadelo na região não terminou. Em 2001 os kosovares de origem albanesa atacaram a Macedônia - região mais pacífica da antiga Iugoslávia. Mais uma vez, o governo dos EUA falam em intervenção militar para proteger os macedônios.
Na Bósnia, nada garante uma convivência pacífica. Na Sérvia, a província da Vojvodina, de maioria húngara, já fala em independência. Nos Bálcãs a salada étnica continuará a prejudicar a paz no continente europeu.
PALESTINA x ISRAEL
Os hebreus (judeus) sofreram, durante toda sua história uma infinidade de invasões e conquistas. Mas foi no ano de 63 a.C., que Tito - filho e sucessor do imperador Vespasiano - mandou arrasar com Israel. Essa invasão levou os judeus a uma fuga em massa da região. Hoje essa fuga é conhecida como diáspora.
A origem do atual estado de Israel está ligada à formação do movimento sionista do final do século XIX. Na época, a região já era dominada por grandes potências industriais. O movimento optou pela aquisição de terras na palestina, ocorrendo, então a intensa migração de judeus para essa região.
Dessa forma, os palestinos foram sendo pressionados a deixar suas terras, pois não tinham como competir com os investimentos maciço de judeus, espalhados pelo mundo inteiro. Além disso, os kibutz - cooperativas agrícolas israelenses - eram protegidas por grupos armados, que provocavam um clima tenso na região.
Após a II Guerra Mundial, com a revelação do Holocausto e pressões da ex União Soviética - que defendia junto à Organização das Nações Unidas, a criação de um Estado judeu e outro palestino para enfraquecer a influência inglesa, na região - a ONU aprova, em 1947, um plano de partilha da palestina e a criação do estado de Israel. Segundo o plano, o Estado judeu ficaria com 56% do território e os palestinos com 43%, incluindo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Assim, a cidade de Jerusalém, localizada no interior Cisjordânia assumiria o status de zona internacional. (MAPA)
No ano seguinte, com a retirada das tropas britânicas da região, a Liga Árabe - Egito, Iraque, Líbano e Jordânia - atacaram Israel. A guerra durou até janeiro de 1949, quando Israel, com o apoio dos EUA, ocupou toda a Galiléia e o deserto de Negeu. Os tratados de armistício fixaram novas fronteiras para os palestinos e o Estado Árabe ficou sob o controle da Jordânia e do Egito.
GUERRA DOS SEIS DIAS
Em 1967 eclodiu um novo conflito entre Israel e a coligação árabe, assinalando o apogeu israelense. Derrotando a força árabe, constituída por Egito, Síria e Jordânia. Israel ocupou os territórios de palestinos da Jordânia e a Faixa de Gaza, consolidando-se como nação de maior força militar do Oriente Médio.
GUERRA DO YON KIPPUR
Em Outubro de 1973, as forças egípcias e sírias atacaram Israel de surpresa, no dia em que a tradição judaica comemora o dia do perdão, o Yon Kippur. Mas o contra ataque israelense foi fulminante. Após esse ataque um novo tratado de cessar fogo foi assinado com a intervenção de Richard Nixon.
Em 1978, Anuar Sadat, presidente de Egito, e o novo primeiro ministro de Israel, Menagem Begin, iniciara as negociações de paz, assinando o acordo de Camp David, onde Israel devolveu o Sinai ao Egito.
Se o mundo ocidental viu nesse acordo um demonstração de paz, o mundo árabe considerou uma traição e o fim do sonho do Pan-Arabismo. Outra conseqüência deste acordo foi o assassinato de Anuar Sadat por um de seus soldados. Com isso houve o fortalecimento da Organização para Libertação da Palestina (OLP).
A partir da década de 80, a população palestina, dos territórios ocupados, organizou um movimento de desobediência civil contra os Estado de Israel. O movimento era orientado pela OLP e ficou conhecido como intifada (revolta das pedras), pois não usavam armas de fogo.
Em 1993, o líder israelense, Ytzhak Rabin, e o líder OLP, Yasser Arafat firmaram um acordo de Reconhecimento Mútuo. Por esse acordo, Israel reconheceu pela primeira vez a existência de um nação palestina, e a OLP reconheceu o Estado de Israel.
No dia 4 de maio de 1994 foi assinado o Tratado de Oslo. Por ele os palestinos conquistariam direito pleno sobre a Faixa de Gaza e a cidade de Jericó.
Em 1995, Israel e a OLP assinaram, em Washington o Tratado de Oslo II, agregando a Cisjordânia ao controle palestino. Neste mesmo ano, Ytzhak Rabin é assassinado por um fundamentalista judeu.
TUTSIS x HUTUS
Ruanda: Pequeno território, localizado no Planalto Central Africano, com elevadas montanhas vulcânicas e clima tropical de altitude. Faz fronteira com a República do Congo (ex- Zaire). A população é composta por 90% de hutus e 9% de tutsis, com um total de 6,5 milhões em 1998.
Bunrundi: Localizado ao Sul de Ruanda, com uma área de apenas 27.834 km2 , e uma população total de 6,6 milhões de habitantes, composta por 85% de hutus e 14% de tutsis.
O Conflito O conflito entre tutsis e hutus a é mais uma demonstração do efeito retardado da política colonial européia, no continente Africano. Até o início da colonização alemã na região, as etnias tutsi e hutu viviam em relativa harmonia, no território que hoje é ocupado por Ruanda e Burundi.
Os tutsis eram predominantemente pastoreiros e apresentavam maior estatura.Os hutus, de pele mais escura, e menor estrutura, tinham tradição agrícola. A partir da colonização sob o domínio alemão, e posteriormente belga, esses dois povos tiveram sua organização modificada.
Os tutsis foram escolhidos para assumirem cargos da administração estatal, treinamento militar, acesso exclusivo à educação, uma vez que as escolas peiam estatura mínima, visando impedir o ingresso e hutus.
Em 1959, os ressentimentos acumulados pelos hutus, no período colonial, explodem. Nesta primeira rebelião, militares tutsis foram aprisionados e tiveram seus pés cortados a golpes de facão, com o objetivo de diminuir a diferença de estatura (e simbolicamente, diminuir as diferenças sociais).
Em 1962, Ruanda tornou-se independente e a minoria tutsi ficou a mercê dos hutus, sendo obrigado a migrar para Uganda, a fim de organizarem uma nova tomada de poder.
Este conflito se intensificou a partir de abril de 1994, quando os presidentes de Ruanda e Burundi, de etnia hutu, foram mortos em um atentado que derrubou o avião onde viajavam juntos. Foi o estopim pata o genocídio com mais de 1 milhão de mortos e mais de 2 milhões de refugiados.
Em julho de 1998, foi elaborado um acordo de cessar fogo, com o estabelecimento de um governo formado por representantes tutsis e hutus.
conclusão:
Sob nova roupagem, a geopolítica ainda é atual e determinante no ordenamento das relações internacionais, devendo ser visualizada sob suas diversas facetas. A geopolítica clássica teve razão de ser em um mundo precedente de movimentos expansionistas onde os Estados ainda eram o único ator no cenário mundial em busca de redefinições oriundas da divisão de territórios, sendo a guerra adequada para o embate entre as nações. Com o surgimento de novos atores no cenário mundial, a disputa por novos espaços, o surgimento de tecnologias, a globalização, a geopolítica necessita adequar-se às novas demandas.
Em um mundo onde a economia é a linha mestra de atuação, discute-se se essa não passa a visualizar as estratégias dos Estados, mas principalmente dos novos atores na política internacional.
As guerras militares foram agora substituídas pelos conflitos econômicos".
Essa máxima que permeará as próximas linhas e demonstrará que a geopolítica clássica, em sua nova vertente encontra na geoeconomia a guerra continuada por outros meios.
A geoeconomia inaugura ainda o enfraquecimento do Estado, a presença de novos atores e a mudança no enfoque da soberania estatal que justifica a ingerência nos Estados Nacionais face às necessidades globais.
A disputa agora não é mais militar, ideológica, mas sim comercial, tendo neste novo alinhamento a competição entre os EUA, Japão, União Européia, China que se entrepõe para conquista de mercados e tecnologia.
O mundo agora passaria a ser dominado por "guerras econômicas."
Mas com o alinhamento dos paises em bloco, não se pode perder a oportunidade a inclusão efetiva da agenda ambiental como um dos vetores econômicos. As ações sustentáveis, ainda como experiências pontuais, poderão se multiplicar e se intensificar. Pois:
O planeta já ultrapassou o seu limite de sustentabilidade há algumas décadas sem que pudéssemos perceber. O aumento progressivo do desemprego e da miséria em todo mundo, estimulado pelas inovações tecnológicas a cada instante substituem a mão de obra braçal deixando-a cada vez mais ociosa e descartável.
O que é fácil notar é que a terra tem o seu limite e quanto mais povoada, maior será a quantidade de recursos naturais utilizados. Quanto maior for o crescimento populacional desordenado, mais difícil será atingir o desenvolvimento sustentável. O planeta não tem mais como suportar e "sustentar" uma população de mais de 6 bilhões de humanos. Ainda são tímidas as discussões e ações sobre o controle populacional, mas há uma expectativa para 2025 de 8,5 de bilhões de habitantes no planeta.
[{(Espaço + conflito de interesses) ÷ (nascimento + fome + empregos + expectativa de vida + sistema previdenciário) ÷ Recursos} ] = X
Quais seriam as técnicas e idéias realistas para se resolver essa equação, achar o xis da questão?
Segundo estimativa da Universidade das Nações Unidas (UNU), até 2020 o mundo terá 50 milhões de pessoas obrigadas a deixar seus lares, temporária ou definitivamente, devido a problemas relacionados ao meio ambiente. São os refugiados ambientais - uma categoria social, formada por grupos humanos que se deslocam não por causa de guerras, epidemias ou distúrbios políticos, mas devido a catástrofes ambientais que tornam a vida insustentável em seus habitats originais.
Por outro lado, os interesses rentistas são os mais relevantes do Mundo Globalizado. O problema mundial desses interesses é que eles funde o capital produtivo e o capital financeiro, o capital bancário, forçando setores da classe média a se transformarem em rentistas.
Sem uma agenda ambiental, a globalização está trazendo um problema universal em que é difícil prever o que vêm a ser esse século. A economia mundial vai ser dominada por um pequeno grupo de gigantes mais forte que os governos. Eles vão comandar complexos empresariais funcionando no mundo todo, de modo que um país que dificulte ou contrarie seus interesses fica ameaçado de perder esses grupos.
Nesse cenário existem grupos de interesses e facções políticas que são a favor de uma política chamada de neo-liberal que implica numa redução do papel do Estado na economia.
No Brasil, 40% da economia é estatal e desse problema mundial onde não dá ainda para prever o que vai acontecer, a sociedade teria então que mergulhar em reflexões para tentar saber se se quer ou não o Estado participando na economia.
Essa questão no Brasil, talvez seria de ser montar uma aliança produtivista, que significaria restaurar, resgatar a agenda que, o economista Keynes, lançou nos anos 30, que foi simplesmente privilegiar a produção, criando empregos e condições na criação de uma sociedade mais justa nas marcas de um globo capitalista.