O NORMAL ANORMAL
Conforme os dias se passam, pode-se perceber que nada muda e, por mais que você se encha de expectativas, segue tudo "normal": as pessoas gritam umas com as outras, os pais estão cada vez melhores em esmagar os sonhos dos filhos, grandes sonhos seguem acorrentados e trancados nas gavetas, mentes perturbadas, olhos inchados de tanto chorar, ninguém se põe no lugar do outro, dá pra ver a imaturidade por todo canto, uma quantidade absurda de solidão se esbarrando na faixa de pedestre formando multidões de solitários.
Falta carinho; falta abraço; falta conversa boba; falta o riso frouxo na face; falta o bom dia, por favor e obrigado; falta a prioridade, porque todo dia a prioridade muda; falta a cortesia; os bons modos? Ah, os bons e velhos modos!!! Pena já fazerem parte de outros tempos e tudo agora caminha a passos largos rumo ao despenhadeiro onde o precipício parece não ter um fim.
Um mar de incertezas afoga todo ser que ousa viver, as correntezas tornam-se as senhoras das decisões deixando todos à mercê das suas soberanas e inconstestáveis vontades.
Tudo segue definhando sem esperanças de uma cura, os choros contidos na calada da noite, a falta de fé no outro e no amanhã. Assim, caminha-se grostescamente fazendo valer a regra do eu por mim e você por nós e o que é meu é meu e o que é seu é nosso.
Deprimente!