Probabilidade Subjetiva e Coerência

Tema: Filosofias das Ciências

Tomamos um fenômeno natural fictício. Nominado como função “C”, esta poderá ser interpretada dependendo do grau de crença de um determinado indivíduo, uma vez que, o mesmo dispões da evidência “E” (para o fenômeno descrito pela função “C”), coadunada com a hipótese para a sua crença “S”. Portanto a função “C” caracteriza-se como uma probabilidade subjetiva para o fenômeno descrito. É uma crença baseada na racionalidade e juízo de valor humano já embasado previamente com hipóteses comprovativas. As crenças, neste caso, constituem-se em um sistema de apostas finito, baseado nas evidências/acontecimentos (E1, E2, E3,...En), associados às possibilidades materializadas em hipóteses (S1, S2, S3...Sn), e com proporções razoáveis, pertinaz à função “C”. No caso da aposta revelar-se falsa, o indivíduo ajusta a sua crença em (S1, S2, S3...Sn) referente a ocorrência de (E1, E2, E3,...En), e leva em consideração a proporcionalidade de “C”.

Uma função “C” constitui-se como coerente se e somente se, ela é uma métrica balizadora racional e objetiva, obedecendo aos axiomas matemáticos da probabilidade. Pode ser traduzido aqui como, se uma função “C” não atribua valores 0 e 1 à nada além de proposições lógicas falsas (para o numeral 0) e lógicas verdadeiras (para o numeral 1).

Entretanto há uma incoerência nas assertivas acima, pois, em um sistema de hipótese “S”, em dado momento “t”, modifica-se em “t” o sistema. Objetivando inserir à hipótese “S” em uma posição denominada “n”, seguindo critérios intuitivos, dado o ajuizamento da complexidade de “S”. Às incoerências de uma modificação no sistema decorrem de um sistema de apostas que é modificado totalmente nos graus confirmativos previstos na evidência “E”. Bem como, é totalmente incoerente, pois há à modificação sistemática nas hipóteses que contrariam o regramento estrutural lógico. Muito embora em dado momento pode-se revelar um raciocínio válido e coerente.

Evidentemente, não estamos jogando com um adversário maldoso e ardiloso. Estamos tratando aqui da natureza. E a natureza, objeto de estudo científico, manifestado em fenômenos puramente naturais, não explora incoerências.

(Fonte: Filosofia da Ciência – Hilary Putnam)

Daniel Marin
Enviado por Daniel Marin em 27/12/2020
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