O VALOR DO MISTÉRIO NO HUMANO
A vida, a liberdade, o amor, a alma, o divino, a imortalidade da alma, a verdade (os quais inspiram longas elucubrações e boas reflexões filosóficas), são fenômenos que, de fato, ultrapassam, transcendem, qualquer capacidade de controle e delimitação, e também extrapolam qualquer tentativa de mensurabilidade, cálculo e previsão no intento de fechar com sistematizações um assunto ou conhecimento.
No entanto, isso não significa que tais fenômenos são inviáveis às descobertas de certas realidades e completamente inacessíveis para a elaboração de excelentes percepções a respeito de sua dinâmica num ser humano, até porque certas vivências, dotadas de grande carga afetiva, emocional e psicológica, dizem muitas coisas sobre aquilo que desconhecemos, nos fazendo enxergar o que estava oculto para o nosso entendimento.
Na verdade, tais fenômenos não só podem ser observados, analisados e cuidadosamente descritos, como também eles são inesgotáveis fontes de onde toda poesia, ontologia e espiritualidade se tornam perfeitamente possíveis, além de toda ciência psicológica que tenha como meta o estudo do ser humano na sua profundidade e integralidade (no sentido considerar o seu ser mais profundo).
O segredo da existência não se revela para uma vontade cega que busca esgotar certos assuntos através de sua capacidade empírica, cientificista e estritamente racionalista. Ele não está para as mentes obstruídas por dogmas engessados e por construtos teóricos limitados. O segredo da existência consiste na condição de podermos reverenciar o mistério que, de uma forma ou de outra, está sempre presente e muito atuante em nosso ser.