Curso de Filosofia da Vida Prática - parte 1
Curso de Filosofia da Vida Prática - parte 1
CAROS AMIGOS RECANTISTAS: INICIO HOJE UMA SÉRIE, EM
CAPÍTULOS, SOBRE FILOSOFIA. É UM CURSO LIVRE, MAS POSSO GARANTIR ÀQUELES QUE O ACOMPANHAREM NA ÍNTEGRA, QUE SÓ IRÃO SE BENEFICIAR COM ESSA LEITURA. ABRAÇOS A TODOS E APROVEITEM O TEXTO!!
Se formos situar a filosofia como uma ciência que tem por objetivo elucidar os mistérios da vida ela vai ficar muito aquém de suprir a necessidade de conhecimento de quem a estuda. Entendo como filosofia um conjunto de ideias cujo foco principal vem a ser buscar as razões da existência. Não há dúvida de que seja o estudo mais antigo que há sobre a face da terra, pois não trata de outra coisa que não tentar, através do conjunto de opiniões e conceitos dos grandes estudiosos, responder o que não tem resposta. Desde o momento em que nascemos até o de nossa partida desse mundo, passamos por fases. A fase em que buscamos respostas sobre nós mesmos faz de nós um filósofo. Todos os que passaram por essa experiência tiveram em suas mãos a oportunidade de deixar suas marcas no mundo; alguns conseguiram e suas ideias e opiniões sobre os mistérios da vida fazem parte dos estudos de filosofia. Não creio que haja, e nem que um dia haverá uma resposta, dentro da pesquisa filosófica, que venha a satisfazer os anseios da alma humana em buscar respostas aos seus mais profundos questionamentos. Somos seres pensantes e, como tal, passamos pela vida emitindo reflexões. Questionar Deus, sua existência ou não, deixa de ter a importância que parece, visto nunca poder satisfazer ao profundo questionador da verdade.
E o que vem a ser a verdade? Está aí uma pergunta para a qual não existe resposta. Aquele que conseguir responder o que vem a ser verdade já estará, automaticamente, se colocando como o dono da verdade. Somos feitos de matéria, isto ninguém, em sã consciência, poderá refutar. Há, no entanto, conceitos denominados espirituais que colocam o ser humano como um ser dotado de características tais que fazem com que o corpo material seja o que menos importa dentro da sua senda evolutiva.
Em meio à raça denominada humana existem seres que, encarados pelo prisma racional, satisfazem necessidades e cumprem atos relacionados a qualquer ser humano normal, mas que não se incluem, sob diversos aspectos, no que se pode chamar de rol da espécie humana tal como a entendemos. São seres denominados gurus, faquires, que por aprimoramento intensíssimo, sublimam sua própria condição de humano e realizam feitos que, sob a ótica da racionalidade, seriam chamados de loucos ou mesmo extraterrenos. E se formos estudá-los mais a fundo talvez descubramos neles descendência de seres de outros sistemas planetários. Deixam-se enterrar por dias ou semanas sem nada sofrerem, deitam-se sobre o solo enquanto um caminhão passa e repassa sobre seus corpos sem deixar sequer um arranhão. Como se vê isto está na esfera do incompreensível e, mesmo falando, fica humanamente impossível de acreditar. Pois, é a pura realidade. Já está comprovado e não há o mínimo de fraude. Compreende-se então o quão difícil é conhecer a verdade. Estes são apenas alguns dos tantos exemplos de como o ser humano se encontra distante da verdade. Então, não é um simples mortal, não obstante muitos que já por aqui passaram com inacreditável inteligência, que irá trazer à humanidade respostas às perguntas que permanecem obscuras através dos séculos e dos milênios.
Acredito na filosofia como estudo que lança ao interessado luz sobre a grandiosidade e complexidade da vida. Não queira ele encontrar a luz no fim de um túnel posto ser, este túnel, infinito. O máximo que se pode conseguir através do estudo da filosofia é unificar o que foi estudado num conceito o mais claro possível, acrescido do ponto de vista do estudante. Sua opinião própria, resultado dos estudos que fez, formará uma diretriz que o auxiliará em pesquisas mais aprofundadas e objetivas. Muitos filósofos lançam luz sobre assuntos obscuros que chegam quase a elucidar questões reconhecidamente complicadas. Creio que, tirando-se a média das opiniões geradas por escritores fieis aos seus princípios e aos princípios da ciência da filosofia como um todo, pode-se, sem muita dificuldade, formar uma opinião satisfatória para si e para a própria vida. Deve-se então conviver com esta opinião formada, aplicá-la na vida prática e colher os resultados. Caso sejam satisfatórios deve-se permanecer com eles existência a fora sem a preocupação do aprofundamento da questão, o que pode gerar ansiedade e com isso prejudicar a lucidez.
A compreensão da vida e a experiência adquirida nas diversas situações que ela oferece já são formadoras de excelentes livros; cada autor escreve sua vivência e a lega a posteridade. Acredito que todos sejam filósofos em potencial e que todos, um dia se perguntaram questões da existência. Por mais que tentemos negar a existência de um princípio dominante de sabedoria e onisciência, no fundo da consciência ou, mesmo que seja, do instinto animal, sempre vai permanecer a grande interrogação sobre nós mesmos, nossa origem, nossa missão e nosso destino futuro. Percebemos, pelos cinco sentidos, o mundo visível, palpável e nos damos por satisfeitos com as respostas que obtemos das fontes manipuladoras do conhecimento humano. Até o ponto em que nos satisfaçam em nossos anseios ordinários, aceitamos tudo teoricamente sem, no entanto, nos aprofundarmos. Porque vivemos, porque obtemos, do mundo material, o apoio e a recompensa aos nossos esforços físicos e mentais, úteis a nossa própria sobrevivência, pouco nos importa ir mais além. Assim vivemos, cumprimos nossas obrigações e deixamos por aqui a velha terra com a mesma aparência, a mesma ordem que um dia nos recepcionou. Não nascemos e tampouco quereremos morrer filósofos.
Mas, mesmo assim, os questionamentos não cessam; continuam, no fundo, martelando a consciência. Penso que, havendo um criador, que nos governa, acompanhando cada movimento, dentro da vida de evolução do mundo, a certeza ou mesmo a intuição de sua existência deve estar acessível aos realmente interessados. Deve ser uma questão de busca e iniciativa a compreensão ou a aceitação desse princípio. O dia contém vinte e quatro horas. Parte do qual gastamos nos esforços relacionados à conquista e manutenção do ganho material. Uma vez tendo, como garantia esse mínimo à sobrevivência e tirando as horas indispensáveis ao descanso do corpo físico, resta ainda boa parcela de tempo dentro do espaço de um dia. Sou de opinião de que, utilizando parte deste tempo diário, por mínima que seja, à aquisição do autoconhecimento, só terá a ganhar quem assim o fizer.