O HOMEM POR DETRÁS DO HOMEM NO DELITO

Entrando nos filamentos intelectuais do romantista e precursor do iluminismo J. J. Rousseau (1712-1778). O homem nasce bom e a sociedade o corrompe, logo porque a natureza em si é uma explanação de um universo infinito de fatos belos, verdadeiros e - não ingratos com os cuidados do homem sobre si. Uma planta só morre quando é mal cuidada; a gratidão dela com o seu cuidador é logo dar-lhes frutos, o recompensando assim de todo o esforço para com ela. Contrariando o matemático Thomas Hobbes (1588-1679), com sua máxima, que assim popularizou a frase do romano Plauto "o homem é o lobo do homem" - Rousseau admite inteiramente o poder que o homem pode ter de ser seu próprio anjo ou demônio.

Nascemos neutros; com as tendências e insuficiências tanto de nossos genitores como os progenitores. Falhas e glórias como: passado, psique, frustações, traumas, sucessos... como um gatilho adormecido, este sempre atento a algo bom ou mau; no entanto, claramente a cautela na formação do indivíduo dentro da sociedade é formada por essa mesmo, uma vez poupado de sua falha, de sua responsabilidade moral e cívica, numa correção após um delito acarreta profundamente anos afins de prioridade com recuperação, farmacologia e atendimento para resolver suas "deficiências". Nisso a civilização que o acompanha o enxerga não mais dentro da premissa de Rousseau, que antes o achava neutro, bom, brando como a folha de um sulfite bem à colorir coisas boas.

Somos piedosos antes mesmo de nos acharmos como pessoa no ar não piedoso, dogmas e apresentações das quais nos façam ver o mundo e sempre ouvir coisas do tipo "isso não está certo", "olha, parabéns você fez certinho". Sabe-se assim que sempre é proveniente julgamentos, felicitações e acordos quando chegamos fora do intento individual em uma forma de um consenso comum, estando bom para ambos os lados. Não há exemplo maior que diante das vistas está uma atitude boa ou não, o ser humano antes de político é social - aprende por atos enxergados aos demais, não há possibilidade do meu filho me ver fumando quando sempre o ensinei logo a não se meter com o tabaco, adolescente ou não aprenderá muito mais pelo exemplo visual do que o discurso por muitas vezes evasivo.

Por isso, um adolescente não acolhido num momento de um ato infracional, irá o quanto antes desenvolver um caráter fraco e volúvel. Imitando tudo o que é infracional dentro de sua perspectiva de sociedade, a questão de piedade vem de ser criança; o adulto já se comporta como alguém "formado", a criança não, sendo o adolescente um ente castigado pela sua sociedade omissa do bem e rica num ato de apenas visar o benefício próprio e corruptivo. Com o passar dos anos é fácil o requerimento de onde chegará o adolescente devido olhar suas companhias e seus mentores, todo tipo de neutralidade foi embora dando espaço para sua personalidade, percepção, intuição, instinto e vontade... essa última permeada sempre pelo seu contemporâneo. Rousseau fala de um período do qual a criança é pura e dada ao ambiente, esse ambiente sendo falho com ela, torna uma criança carente. O sistema engole sem muitos problemas, o deixando de lado, nisso o sistema infracional o acolhe e este não é mais piedoso, por muitas vezes ao tempo que se viu sozinho e sem algum tipo de afeto. O afeto que acolher dando ao menos argumentos que o faz se sentir importante será a coisa mais importante que ele terá, e assim quebra e nasce uma geração de naturezas ruins.