PCC de Neurociência Cognitiva
Aluno: João Paulo da Silva Pereira
Resumo
Neste ensaio explanarei sobre as funções cognitivas, executivas, e neuropsicologia voltada a aprendizagem, onde concluirei com alguns levantamentos sobre o assunto, uma como a melhor forma de intervenção, e a outra como crítica.
Palavras chaves: Funções cognitivas, executivas, neuropsicologia, aprendizagem.
Summary
In this essay, I will explain the cognitive, executive, and learning-oriented neuropsychology functions, where I will conclude with some surveys on the subject, one as the best form of intervention, and the other as critical.
Key words: Cognitive, executive functions, neuropsychology, learning.
Teste do Marshmallow
Como já era esperado pelas crianças que o doce desse um estímulo positivo, por conta da liberação de dopamina e etc., a espera tornou-se mais difícil, mas não é apenas isso, pois temos o garoto que não comeu o doce, e esperou a pesquisadora vim com o segundo doce, como prometido, sendo que em crianças o córtex pré-frontal não está bem desenvolvido, pois o desenvolvimento das funções cognitivas vai dos 7 meses até a adolescência ou até o início da vida adulta, sendo assim, como isso foi possível? O garoto em questão provavelmente recebe mais atenção em casa em relação a organização dos brinquedos, o cumprimento das tarefas da escola e etc. e tudo isto possibilita o desenvolvimento do controle inibitório, que faz com que tenha mais controle consciente de suas emoções, e tenha assim, uma maior atenção seletiva, que faz com que espere ela chegar com o outro doce, que é a sua recompensa (estímulo negativo / positivo). E isto é um dos inúmeros benefícios das funções executivas.
O que são funções cognitivas e como se relacionam com a aprendizagem?
Funções cognitivas são funções principalmente ligadas as áreas corticais, mas que praticamente envolve todas as áreas do encéfalo, são elas:
1° Atenção
2° Memória
3° Linguagem
4° Percepção
Todas elas estão relacionados, vejamos, a atenção despertada o é por aquilo que chama nossa atenção, na memória, temos maior facilidade de recepção de uma informação, ou aprendizagem, quando aquilo nos chama a atenção, por mais que exista várias formas de memória e se possa dar de forma executiva, em memória de trabalho, por pura necessidade, ou uma concentração deliberativa (CPF _ Área ativada) e por conseguinte, possivelmente memória, você provavelmente em algum momento, precisaria usar imagens como associação, cores, e etc... Como podemos ver na técnica mnemônica.
Da mesma forma se dar com a linguagem. Mesmo que o indivíduo leia um texto com muita atenção e compreensão, dificilmente as frases serão armazenadas exatamente como aparecem no texto. Apenas as informações mais relevantes, como palavras-chave e as ideias centrais serão necessárias para a compreensão e armazenamento na memória de longo prazo.
Funções Executivas e a Aprendizagem
As funções executivas compreendem um conceito neuropsicológico que se aplica às atividades cognitivas responsáveis pelo planejamento e execução de tarefas. Elas incluem o raciocínio, a lógica, as estratégias, a tomada de decisões e a resolução de problemas. Todos esses processos cognitivos são produzidos diariamente, pois uma série de problemas - dos mais simples aos de maior complexidade - ocorrem na vida do ser humano. Assim, independente do grau de complexidade do problema, o sujeito precisa estar apto para analisar a situação (problema), lançar mão de estratégias, e antever as consequências de sua decisão. As três habilidades principais são:
1° Controle Inibitório
2° Memória de Trabalho
3° Flexibilidade Cognitiva
"Em uma revisão recente sobre o tema, Diamond e Lee apresentaram seis diferentes abordagens para promover funções executivas nos primeiros anos escolares, em crianças de 4 a 12 anos, aproximadamente. A primeira abordagem mencionada é o Treino Computadorizado, que, em geral, são jogos computadorizados com progressivo aumento da demanda sobre habilidades específicas. No entanto, as evidências a favor dessa abordagem são contraditórias e uma revisão recente questiona sua eficácia, principalmente no que tange à generalização de ganhos na habilidade treinada para outras áreas e situações. De fato, não basta melhorar no treino e em testes similares à situação de treinamento. É fundamental que o indivíduo possa se beneficiar do ganho na habilidade para seu desempenho e funcionamento em tarefas do dia a dia. Outra abordagem combina jogos computadorizados e não computadorizados e, assim como o modelo anterior, os resultados parecem ser específicos para a habilidade treinada e em tarefas também específicas. Ou seja, melhorar o desempenho durante o treino não é suficiente para que haja transferência para outras atividades, e o desenvolvimento das funções executivas deveria ter como objetivo final promover o funcionamento adaptativo do indivíduo. A terceira abordagem se refere aos exercícios aeróbicos. Alguns estudos sugerem ganhos em flexibilidade cognitiva, e também em criatividade, em crianças de 8 a 12 anos de idade com a prática de exercícios aeróbicos, e que tais ganhos são maiores do que os observados na educação física padrão. A prática regular de esportes pode impactar ainda mais as funções executivas do que as atividades aeróbicas, pois demandam atenção sustentada, memória de trabalho e disciplina, além de favorecer a interação social. A quarta abordagem se refere às artes marciais e práticas de contemplação mental (mindfulness). De fato, as artes marciais tradicionais têm como foco o desenvolvimento do autocontrole e disciplina. O treino contemplativo, por sua vez, envolve o controle top-down da atenção. Além de ganhos em habilidades executivas, essas práticas têm algumas evidências de generalização de ganhos para outras áreas e atividades. A quinta abordagem consiste nos currículos escolares. Um currículo que promove o desenvolvimento de habilidades executivas e tem sido foco de alguns estudos é o “Tools of the Mind” (em português, Ferramentas da Mente). Em um desses estudos, com crianças com idade média de 5 anos, constatou-se que a participação no programa levou a ganhos significativos de memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva que se generalizaram e foram transferidos para novas atividades, diferentes daquelas conduzidas em sala de aula. Outro estudo, conduzido com crianças de 3 e 4 anos de idade, evidenciou que a participação no mesmo programa proveu ganhos na autorregulação e no funcionamento executivo, sendo que o grupo experimental obteve maior sucesso e superou o grupo-controle em medidas de comportamento social."
"A sexta e última abordagem apresenta os programas curriculares complementares. A exemplo dos currículos, em tais programas os professores são treinados e, eles mesmos, implementam as atividades em suas salas de aula. Evidências apontam ganhos em habilidades executivas e generalização dos ganhos para outras áreas, como desempenho escolar. O programa “Sarilhos do Amarelo”, dos autores portugueses Rosário, pode ser enquadrado nessa categoria. Aplicado a pré-escolares de 5 anos de idade, os autores verificaram que as crianças foram capazes de utilizar as estratégias implementadas no programa (planejamento, execução, avaliação) em outras atividades, ainda que em contexto de sala de aula. Outros programas, como os sugeridos por Dawson e Guare e Meltzer, também podem ser tomados como curriculares complementares. Esses programas visam a ensinar estratégias que auxiliem as crianças a inibir impulsos, planejar, organizar-se, focalizar a atenção e mesmo regular suas emoções. Podem ser utilizados em contexto de sala de aula com todos os estudantes, mas também para endereçar dificuldades específicas de algumas crianças ou mesmo adolescentes, com evidências de sua eficácia já documentadas na literatura."
(Dias NM, Seabra AG. Funções executivas: desenvolvimento e intervenção. Temas sobre Desenvolvimento, 2013)
Considerações finais
Uma das melhores formas de aumentar o controle executivo, não só coordenação motora, controlada pelo bulbo por exemplo, e outras áreas, como também teria participação da função cognitiva da percepção, em audição, e visão periférica, são os movimentos dentro de uma Pumsae. Isso dentro da filosofia do taegeuk, onde o aluno desenvolveria uma nova forma de enxergar o mito (não como apofântico, mas como alegórico e que exprime características da natureza humana _ vide desenvolvimento dos 5 princípios do taekwondo), onde conheceria outra cultura (o aluno deve futuramente conhecer os nomes das técnicas realizadas por ele, assim como os comandos em uma aula, em coreano, e também deve compreender a história de sua arte marcial), também desenvolveria a concentração, e a flexibilidade cognitiva, vide a dificuldade em realizar várias técnicas consecutivas com seus detalhes técnicos.
Além disso, a arte marcial coreana, taekwondo, também melhora a força muscular, assim como a resistência cardiovascular. Aumenta a elasticidade, a agilidade e a flexibilidade.
Penso que não podemos perder de vista que nosso aluno é um indivíduo. Pensamos claro em torná-lo futuramente um indivíduo melhor, o tornando mais capaz em resolver certas atividades, e disponibilizar um ambiente onde virtudes sejam desenvolvidas. Não é questão do mais inteligente, como bem sei, o teste de QI não faz mais jus ao prometido, sendo concluído isso por razões culturais em jogo, com experimentos realizados que comprovam isso, então o teste de QI mede o quão bem um indivíduo é adaptado a uma cultura. Sem querer entrar em tal assunto, mas já entrando, tendemos a buscar controle, pois nos sentimos melhor em tal situação, penso claro que em um arranjo cultural, uma certa neurose obsessiva é saudável. Brincadeiras a parte, tendo a pensar em uma pedagogia do indivíduo, não vejo tão grande problema além de não tirar boas notas, e não conseguir se concentrar naquilo que não lhe chama a atenção, me refiro ao TDAH, onde há uma ativação menor no córtex pré-frontal, vide dificuldade em estabelecer vínculo com o outro (objeto), mudança de foco constante, e elevada produção de fantasias. Podemos de forma superficial claro, cogitarmos a hipótese de uma dificuldade em aceitar a pulsão de morte. Não descarto claro a intervenção, mas me assusta um arranjo tão complexo, ser elaborado medidas de intervenção para o sujeito, onde há o irredutível, de forma tão simples. Em suma, prezar por uma recepção de uma informação, revisitação, e consolidação (revestimento da bainha de mielina). Onde será repetido de diferentes formas, e com diferentes conteúdos, onde irá gerar novas formas de interpretá-los, ou seja, novos caminhos neurais, para a não mais mesma informação, com novos conteúdos teremos novas conexões neurais, que em suma, irá aumentar a plasticidade cerebral. Não podemos claro, ignorar as sinapses químicas, não podemos ignorar possíveis danos de cunho emocional, onde não dá para reduzir do que é, do mecânico, do como interpretamos. Porque até a biologia está envolta de uma filosofia, e epistemologia, não podemos deixar de questionar nossos métodos, suas consequências, e fundamentações. Onde prezo muito mais, me relacionar com o indivíduo, e de alguma forma, despertar nele a fome pelo saber, como despertando a curiosidade por alguma questão, uma dúvida que não se aquieta, até ser respondida.