ALMAR

A configuração egóica e deturpada das relações me dizem mais sobre a construção de desejos do que sobre o Amor. Quem joga aberto, limpo, fatalmente está pra escanteio. A verdade assusta, dói. A mentira não, ela conforta, basta dizer o que esperam de você mesmo desacreditando de tudo que sai da sua boca para você ser posto em outro patamar. Talvez não busquemos uma relação duradoura e verdadeira e sim conforto.

Então, o que chamam de amor vira uma demanda contínua de atenção e dependência que além de fazer com que ambos percam tempo, esvai-se no primeiro temporal.

Estar em uma relação é como ter uma visita constante na sua casa, amanhã eu não sei, mas, hoje, eu odeio fazer sala. De algum modo em termos de maturidade emocional, acredito que é possível viver uma relação de forma saudável. Sem cobranças, sem dedos apontando, sem pequenas coisinhas se transformando em grandes monstros e enfim

sem os melindres típicos dos casais.

Uma relação dotada de felicidade, harmonia e plenitude antes de tudo, precisa existir dentro de nós. Sem ela, não faz sentido compartilhar uma vida. A qualidade da relação que temos conosco reflete no externo. Nós estamos conosco o tempo todo e honestamente? Esta é a única relação onde o "pra sempre" faz sentido, todo resto não passa de um romantismo barato.

Não é frieza, amargura ou descrença é um fato: A menos que ambos sejam de si mesmos a relação não passa de uma conveniência social.

A completude, brota individualmente em nós, quem é inteiro, nunca será bom partido.