Opinião no ar
Luis Ernesto Lacombe trabalhou muitos anos na Rede Globo. Ele estava num meio onde a sua opinião, considerada de direita, não era bem-vinda. A “espiral do silêncio” tornava a visão progressista parecer a única ali.
Espiral do silêncio é quando alguém fica com receio de emitir sua opinião por achar que só ele pensa daquele jeito. O problema é que, outros agindo assim, a opinião hegemônica se perpetua. Quando essa barreira é rompida, descobre-se que muitos, talvez a maioria, pensava daquele modo que parecia não existir.
O posicionamento dito direitista é arriscado, impopular. Quem tem esse viés tem que possuir coragem, porque vão tentar, falsamente, acusá-lo de torturador, fascista, nazista etc. Bonita é a narrativa de esquerda, porque, apesar de ficar só no discurso, monopoliza todas as virtudes da moda.
Lacombe apresentou um programa na Band TV. Nesse outro canal, ele pensou estar num ambiente mais favorável para abrir uma opinião fora dos dogmas da patota. Lá, ele levou convidados que passariam essa existência se expressando somente na internet. Logo, Lacombe se tornou referência para essa turma, que falava nos becos, porões e alamedas da internet. Apesar da grande repercussão e da coragem do desbravador, a gota d’água foi quando ele trouxe ao programa uma persona non grata para a, que é chamada, velha mídia. O apresentador foi, sem motivos aparentes e confessáveis, demitido da emissora e o programa, sem porque continuar, extinto.
Lacombe abriu um canal no YouTube e, reconhecido e bem recebido pela galera, bombou em inscrições e visualizações. Lá, ele conversa com pessoas de pensamento livre, puxando assuntos proibidos - exemplos: Foro de São Paulo e globalismo - nas mídias tradicionais e engessadas.
O sucesso do cara levou-o à Rede TV. Sem abandonar o YouTube, ele atende uma demanda reprimida, que difere da visão arcaica, hegemônica e sem contestações que vem sendo imposta.
O programa chamado Opinião no Ar tem uma debatedora esquerdista para contrapor o viés predominante. Amanda (a progressista) encontrou um ambiente inóspito. Além de ela ser minoria, seus argumentos são decorados e obedecem falsas pesquisas, resumindo, não param em pé, porque espancam a lógica.
A atração, que aproveitou uma espécie de portal que se abriu a esse raro tipo de conteúdo, deverá ser sucesso de audiência na internet, onde essa turma consome esse tipo de programa. A geração Y (millennials) não tem a paciência de sentar em frente à televisão e esperar a atração começar; na internet o conteúdo é on demand, ou seja, é só ligar e assistir.