CONTEMPORÂNEO E SUA LIQUIDEZ EXISTENCIAL

A conjectura drástica do contemporâneo nos frisa obter ideias das quais nunca obtivemos em nosso ser, como: explodir o mundo e revitalizá-lo, nascer tudo do nada, que uma molécula modificou-se trazendo assim o que hoje alguns chamam de "globo" ou "plano"; depende de que ideólogos se segue. Para Karl Marx (1818-1883) a ideologia mascara a realidade. Sendo ideologia como instrumento de dominação, um convencimento; persuasão - e não da força física. Alienando o que temos por consciência humana e não o que Edmund Husserl (1859-1938) tratou de consciência temporal em sua fenomenologia.

No entanto a liquidez do contemporâneo trata o existencial como ser um estereótipo de empresa embasbacada no tempo, evoluir e reinventar as formas e desejos: ficar melhor, se tornar mais inteligente, descolada e lidar melhor com a vida. A busca invertida por significado, o que você come não é mais comida, e sim um movimento, traçamos a ignorância por meio do positivismo. Um ponto de partida que se enxerga o ser humano como matéria de marketing. Uma das premissas é a falta de sentido da vida, nisso se coloca como objeto um movimento existencial restringindo todo e qualquer busca de significado, ao cotidiano, ao casual, ao indecente.

Seria como colocar na cabeça de pais que seus filhos utilizando aparelhos eletrônicos sem dificuldades alguma, logo, viriam à ser seres evoluídos. Justamente esse ato é a forma clara e indigna de ser imerso a liquidez, escasso de inovação e subjugado na existência. O marketing existencial desfigura totalmente o ser humano como ser humano; um imperativo de ser ligado em sua época, e vazio no atual.

Uma alma dependente do atual sem qualquer parâmetro de ser quem pode ser, gera uma era ansiosa, angustiada com o déficit de nada criar, combater, e ter sempre em mãos coisas que o fazem trazê-lo título a si. E em sua cabeça é inserido um conceito dele ser quem quiser ser. Por isso, a frustação o persegue profundamente; perde-se espaço e transforma a empresa dentro de seu peito, em toda parte integra-se o pensar em si mesmo como instituição. O ser padronizado como uniforme, líquido do vazio absurdo. Por quê ninguém é competente o tempo inteiro, ninguém dá resultado o tempo inteiro.

O filósofo, ensaísta e fã declarado de Nelson Rodrigues (Luiz Felipe Pondé) - escreveu e perseguiu o tema fielmente e foi feliz em tais definição. Percebendo a medida em que a dinâmica da vida vai tornando complicado a cria e a lida com pessoas que depende de você, ou você terceiriza ou você resolve o problema não tendo; isso é o olhar negativo. A demanda nunca demandou tanto o propósito não viável da metafísica. As modas atuais não vieram para trazer uma afetação positiva do homem. O gosto é não ser um templo, e quem mora dentro de si é um diretor que pela janela de uma "não alma" vê o mundo destruído - e enxerga-se enviesado de não conseguir se salvar de um contemporâneo líquido, febril e raso. A moda de comportamento não superior, transformando seres humanos em objetos falantes; que não mais pensam.