ESCREVER NO ESCURO

Também escrevo em fundo preto,

Sem luzes para alumiarem eu leio

O que escrevo à luz das estrelas

Em noites de nuvens mui negras.

Não quero que leiam o que risco

Com o giz branco do meu penar,

No Mundo em que vivo, subsisto,

Sina esta de assim me resignar.

Dias escurecem, clareiam noites,

É o tempo que assim se revolta,

Contra tudo como tais coiotes

Que o homem usa, sua má nota.

Gosto de escrever de improviso,

O que escrevo é o que eu penso

Ser o texto de maior consenso.

Tal como é certo o meu destino.

Escrever no escuro é o mistério

Que se esconde no breu forte

Da noite, do que é menos sério,

E nos obriga a perder o norte.

Ruy Serrano - 27.09.2020

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 28/09/2020
Reeditado em 28/09/2020
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