“Bolsonaro Tira Guedes e valoriza o banco do brasil”

Eu também gostaria que o título desse artigo fosse verdade, mas não é! A maioria dos brasileiros gostaria muito que Bolsonaro tirasse Guedes o mais rápido possível antes que ele provoque um dano maior ao país, devido ao seu solipsismo econômico e ódio que nutre pelo estado.

Freud explica

Quase surtando porque está sendo obrigado a fazer políticas keynesianas, mesmo que tímidas (auxílio emergencial, liberação de PIS e FGTS, turbinar o bolsa família), Paulo Guedes é um vulcão prestes a entrar em erupção e cobrir de cinzas o que resta do estado brasileiro.

Sua raiva acumulada foi vista por todos naquela fatídica reunião em que ele defendeu, até mesmo, o turismo sexual com aval da Damares. Até entendo, pois é somente nesse caso que a oferta cria a sua própria demanda, não é mesmo?

O objeto de sua catarse é o banco do Brasil. Referindo-se à estatal como “z”orra (não quero ofender o leitor), Guedes disse que o banco precisa ser vendido logo. Mas por que vender uma empresa tão lucrativa como o banco do Brasil?

Nos últimos 10 anos, o banco do Brasil teve um lucro médio anual de R$16,3 bilhões e pagou R$3,6 bilhões em dividendos à união, segundo o portal UOL de 09/06/2020; é como matar a galinha dos ovos de ouro. Qual seria a motivação?

Viés ideológico

Bolsonaro, no discurso de posse em 2019, disse que o seu governo não teria viés ideológico. Acho que na cabeça do capitão, ideologia é só a comunista.

O motivo principal da venda do banco brasileiro é meramente ideológico (neoliberal). Podemos ver isso no discurso que os economistas neoliberais fazem em defesa da privatização:

Segundo Zeina Latif, o banco seria ainda mais eficiente se tivesse controle privado. Para a economista do instituto millenium e ex-diretora da XP investimento, não ha justificativa para o estado brasileiro ter um banco atuando no mercado.

Como Nassif costuma escrever aqui no jornal, trata-se de opiniões de raciocínio binário - cabeças de planilhas -, economistas que não possuem um pensamento complexo.

Não conseguem entender a importância do banco Brasil na realização de políticas públicas, na assunção de riscos no investimento agropecuário, na concessão de empréstimos diferenciados, forçando a taxa de juros para baixo. Estes são apenas alguns exemplos da importância de um banco público.

É incrível, gente! Mesmo com o cenário atual de pandemia; com o exemplo que mostra a importância da caixa econômica federal na concessão do auxílio emergencial; o medo dos bancos privados de concederem empréstimos às empresas em dificuldades financeiras. Mesmo com todos esses exemplos, o pensamento dessas pessoas não munda.

Destarte, cabe a este articulista, sonhar que um dia os impulsos do liberalismo primitivo de Guedes sejam todos canalizados para o seu BTG e não para o estado brasileiro.

“Quando chegar o momento, esse meu sofrimento vou cobrar com juros. Juro.” - Chico Buarque.

Albertino Ribeiro

Albertino Ribeiro
Enviado por Albertino Ribeiro em 07/09/2020
Reeditado em 07/09/2020
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