ISSO NÃO QUER DIZER NADA MEU CHAPA
ISSO NÃO QUER DIZER NADA MEU CHAPA!
Alguém se ferra na vida toda vez que associa religiosidade com moralidade, justiça, equilíbrio e sanidade!
*Por Antônio F. Bispo
Por séculos, religiosos falastrões, ignorantes e maus intencionados relacionam a crença nos deuses como sendo sinônimos de bondade, pureza, justiça, equilíbrio e equidade no homem para si mesmo e do homem para com os seus semelhantes.
Do mesmo modo, os tais associam ao ateísmo toda maldade, imoralidade, injustiça, iniquidade e perversões, além de todos os tipos de desvios de caráter e imperfeições. Alguns desses radicais chegam a afirmar inclusive que as enfermidades humanas e todas as mazelas sociais é o resultado da falta de fé nos deuses. Os ateus seriam os culpados por isso.
Mesmo em casos de algumas dessas sociedades possuírem mais de 95% da população afirmando uma crença em deus, os tais continuam atribuindo todos os distúrbios sociais à falta de fé deus.
Mesmo quando suas populações carcerárias forem constituídas de 100% de crédulos. Mesmo quando no congresso os cristãos e “pessoas de bem” forem maioria. Mesmo com ritos e devoções diárias em milhares de igreja em todos os países e milhões de devotos invocando a deus simultaneamente
Mesmo assim eles dirão que a falta de deus no coração é a raiz de todos os males!
Sendo assim, para que serve os deuses deus? Para que serve a fé? Para que serve o ajuntar-se para em culto invocar a deus? Que efeito real e positivo tem deus sobre o homem? Deus, sua obra e palavra tem mesmo efeito moral na vida de alguém? Me parece que não...
Vejamos: o que de fato muda em alguém cuja vida jesus “entrou”?
Nada! Absolutamente nada! Muda p* nenhuma!
É o mesmo humano! Só mais iludido, mais boçal, as vezes mais enxerido, as vezes mais deprimido, as vezes insuportável...Fora isso nada muda! Não há mágica nenhuma em crer em deus e isso não faz com que ninguém se tornem bom pelo simples fato de crer e afirmar que deus existe ou de fazer propaganda dele!
O homem “convertido” continuará sendo mortal, sujeito a todas as coisas que pode ocorrer a um não crédulo. Irá envelhecer, sentirá dores, sua estrutura bioquímica continuará sendo a mesma e quando a morte chegar, terá o mesmo destino dos demais. Não mudou nada!
Mesmo repetindo todos os dias que cristo habita em si, que é especial em relação aos não crédulos e que um dia irá morar num suposto céus e viver eternamente com um ser que os ama acima de tudo, isso não muda nada! É apenas uma ilusão que todo rito religioso mantém.
Mesmo afirmando que a fé em cristo lhes dá poder sobre os demônios, inferno, sobre as enfermidades e a morte, todos eles sabem que é apenas uma mentira e todos os dias vivem a realidade prova isso. No máximo a fé lhes dará poder sobre os que são intimidados ou enganados pela fé! Só isso! Para uma mente lúcida a autoridade e privilégios que esses alegam ter, nada significa. É apenas uma paranoia besta e ninguém precisa se curvar a esses ou as suas loucuras.
Há uma infinidade de fantasias que um religioso elabora sobre si mesmo e sobre o seu grupo. Eles registram todas essas fantasias em escritos populares e depois de alguns anos de uso chamam-na de escritura sagrada e os que a recebem tem de concordar com tudo sem questionar.
Quem foi que disse que eles eram santos, especiais e um povo escolhidos? A escritura deles! E quem escreveu a escritura deles? Eles mesmos! Tem coisa mais tosca que essa? Como todos os grupos antigos guardam escritos antigos, todos acabam se tornando santos, sagrados e escolhidos! Daí eles partem para a guerra contra outros grupos tentando provar quem tem a melhor fantasia escrita ou quem é que tem a maior capacidade de crer em absurdos.
Há algo malicioso e muito perigoso nas profissões de fé de todos esses grupos: é a falsa verdade de que um crente, um servo de deus ou uma pessoa ungida (como eles chamam) possui um elevado nível de caráter, moral, integridade e equilíbrio maior que qualquer pessoa “sem deus”.
De forma direta ou indireta essas pessoas tentam repassar para a sociedade a ideia errada de que eles são do bem, são bonzinhos, são da paz. A ideia de que um mero frequentador de igreja, um leitor de bíblia, um cantor gospel, um repetidor de ritos litúrgicos ou um pregador da “palavra de deus” é digno de fé pública só por que diz “possuir a deus” ou “ter deus no coração” e com isso afirmam que suas ações são baseadas em deus ou em suas ordens.
Tentam há milênios associar moralidade a ideia de deus e aos que dizem possuir ou conhece-lo. Ao fazê-lo, ensinam todos a baixarem a guarda para tais indivíduos, a estarem de mente e corpo aberto para o que eles dizem, fazem ou intentam fazer.
Por meio disso, crianças, mulheres, pessoas indefesas e tantos outros sofrem nas mãos de víboras disfarçadas de seres angelicais. As histórias mais macabras de oportunismo, opressão, manipulação, corrupção e até de assassinatos vem justamente de pessoas “cheias de deus” e não o contrário! Quase nunca lembramos ou notamos isso justamente pela ilusão que compramos que deus usa ou estar no meio daquelas pessoas, e se ele ali está, nada de ruim poderia acontecer!
Ter uma religião, ter fé em deus ou ser frequente em uma igreja não são sinônimos de moralidade! É um erro grave pensar que deus realmente governa e conduz o interior e ações dos que se dizem seus servos.
Esconder-se em deus tem sido a garantia de impunidade em diversos recintos, inclusive em templos, empresas e lares. Os que de modo intencional aprontam ou planejam males contra alguém, quando surpreendido basta dizer que foi o diabo que os enganou é as inteligências se calam! Quem perdeu, perdeu; quem traiu, traiu; quem matou, matou e quem morreu foi quem perdeu...
É um erro grave achar que deus, jesus, Maria, ou seja lá qual seja a divindade seja capaz de mudar o homem de seus hábitos ruins e suas más intenções.
O homem muda (ou finge mudar) por necessidade ou por interesse. Deus nunca mudou e nem nunca mudará o caráter de ninguém!
Há realmente quem mude de conduta depois de entrar em igreja! Também há quem mude depois de conhecer a música, a arte, a dança, culturas diferentes e grupos sociais diversos.
Há quem mude também depois da perca de um ente querido, depois de ter dado ou tomado prejuízos irreparáveis ou depois de ter sofrido ameaças.
Há ainda quem mude depois um duro encontro com a lei!
Há várias situações que faz a pessoa mudar. Deus nunca foi uma causa real para nenhuma mudança! Em busca do prazer ou para fugir da dor nós mudamos!
O caráter de alguém não é proveniente de nenhum encontro com deus!
Mesmo alguém não tendo caráter é possível construir (e leva tempo) e isso não dependerá de deus. Mesmo já o tendo é possível deixar de tê-lo, passar para o “lado negro da força”, a depender com quem andas, onde queres chegar e em quanto tempo queres chegar.
Vagabundo é vagabundo, ladrão é ladrão, safado é safado e trapaceiro é trapaceiro! Não importa que esteja escondido atrás de uma bíblia, sob uma batina, sob um véu ou em quaisquer similitudes que remeta a ideia do sagrado. Ainda que finja, seu real caráter será revelado com o tempo.
Falar de deus ou em nome dele, invocá-lo ou afirmar que ele é real ou algum tipo de salvador não muda nada e nem põe caráter em ninguém e disso jamais devemos nos esquecer para o nosso próprio bem! Quem é pilantra, vagabundo, salafrário e oportunista continuará sendo mesmo sob um disfarce de santo.
Em todos os agrupamentos sociais já constituído pelo homem, os ambientes de religiosidade são os que melhor camuflam o caráter dos maus intencionados e é justamente nesses lugares em que as vítimas de abusos e trapaças diversas serão obrigadas a conviver em silencio com isso e em certos casos negar o ocorrido, com medo de ameaças ou com receio de escandalizar a suposta obra de deus, a imagem da igreja ou do líder da igreja.
Em alguns desses recintos pode ser levado ao pé da letra a fala: “ ali é o lugar onde o filho chora e o pai não vê”! E quando vê e deseja falar poderá ser esmagado pelo peso de mil defensores hipócritas que a pretexto de zelar pela honra de deus, tornará um inferno a vida dos que sofrem em silêncio.
Quanto as pessoas honestas e descentes que passam a frequenta alguns desses lugares, terão o grande desafio de conviver com a hipocrisia a insensibilidade em função de manter as aparências de santidade. As suas próprias e as do grupo.
Tudo o que de bom e honesto estes fizerem afirmarão que foi por deus ou pelo grupo que tão ação se realizou, enganando a si mesmo e jogando uma cortina de fumaça más ações dos sem caráter algum.
Se qualquer deus, religião, livro dito sagrado ou “igreja verdadeira” fosse garantia de integridade moral dos que nestes recintos estão inseridos, só haveria ali pessoas honradas, equilibradas e responsáveis. No entanto não é isso que vemos. Em centenas de casos vemos exatamente o oposto disso.
Para se defender muitos dizem: “mas os que fazem isso nunca foram cristãos de verdade! Um verdadeiro servo de deus jamais faria isso! Uma pessoa que conhece a cristo e os seus mandamentos não faria coisas desse tipo, blá, blá, blá....”
Ahhh....que palhaçada é essa?
Fariam sim! Faria e faz, pois isso é tão costumeiro quanto andar pra frente! Isso está patente todos os dias, o dia todo por que não há nada de especial em ser cristão, ser crente ou “ter deus no coração”, não importa qual seja o credo!
A ilusão de virtude acima da média, favoritismo sagrado e o ser guiado por deus depois da conversão é apenas uma mentira local do próprio grupo, criada e mantida para que cada novo adepto se sinta superior aos não crentes e superprotegido de alguma divindade qualquer.
Esses valores servem apenas para o grupo, tanto é que um crente do Grupo A se acha superior ao demais grupo só por que não come carne de porco, guarda um “dia santo” ou faz um rito maluco qualquer. O do Grupo B também pensa o mesmo em relação a si! Acham que estão na verdade e vivem-na só por que “fala em línguas e roda no poder”. Isso vale para todos os demais!
Todos se acham especiais por certas particularidades que a proposito não significa nada para quem está de fora do grupo e em outros casos não tem validade alguma e nada acrescenta de útil à vida do fiel e nem a sociedade como um todo. Apenas de egos inflados marcham autoritários, achando que a loucura é algum tipo de virtude!
Nesses termos, nessa ilusão criada, eles tentam repassar para a sociedade que há moralidade, justiça, paz, equidade e equilíbrio em todos os seus atos só por que levantam essa ou aquela “bandeira de deus”. Os que compram essa falácia literalmente se ferram quando se deparam com certos “homens e mulheres de deus” que tornarão a vida destes um inferno, quando não conseguem dar cabo dela.
CONTINUA...
Texto escrito em 30/8/20
*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.