Sobre o sonho do Humanismo e o cambalear Político
Tema: Humanismo, Política, Filosofia
O Humanismo, na sua regra doutrinária, ensejou unir fraternalmente a humanidade, por meio de uma compreensão comum da sua destinação. Objetivou e teorizou o surgimento magno de uma sociedade boa, justa e igualitária, e que por meio de uma crítica teórica moderna e eficiente, encaminhar-se-ia para uma atividade política correta. O que parece foi apenas uma ilusão, uma ideia dissolvida ao vento. O que se vê na realidade, são teorias que levam a cabo ações práticas, não só meramente palavras. Os indivíduos pensam atualmente, seriamente e até obstinadamente que, o existir deve ser chancelado pela filosofia, como se esta fosse uma serva do próprio existir, um apêndice necessário e que dê sentido a uma miserável existência. O mesmo ocorre com a Política, reduzimos a filosofia a mero acessório de ideologias políticas macabras e infantis, intuindo manobrar e influenciar as massas populares, destituindo-as de individualidade.
A ilusão humanista, nos aspectos existencialistas e políticos, quando relacionados à filosofia, é compartilhada pelo positivismo e neotomismo. No positivismo (doutrina filosófica de Auguste Comte), apregoa que nos apeguemos a fatos concretos e ao senso comum (empirismo), relegando as questões abstratas e ideias utópicas. O positivismo leva a cabo as questões críticas advindas de um dogmatismo puro, chegando a situação de anular em si o princípio de verdade, onde apenas a crítica é provida de sentido. No neotomismo, há indubitavelmente o princípio da verdade tomado ao pé da letra e rígido, que a própria verdade torna-se o seu oposto.
Tanto positivismo com o neotomismo, são dotadas de um aspecto em que indivíduo sujeita-se à vontade de outrem, destituiu-o de autonomia e expressividade de opinião. O positivismo, há tendência em substituir a razão na sua autonomia pessoal, por um automatismo metodológico impositivo. E o neotomismo, objeta substituir a razão individual, pela autoridade centrada em um dogma.
Para tanto, o positivismo e o neotomismo, fazem-se presentes e irrefutavelmente constituem o cambalear político, da sociedade atual.
(Fonte: O Eclipse da Razão – Max Horkheimer)